A costa oeste do México ficou às escuras nesta segunda-feira (8), em um eclipse total do sol, anunciou a Nasa. O fenômeno, esperado por milhões de pessoas, cruzou ainda os Estados Unidos antes de terminar no Canadá.
Nestes três países foram organizadas várias reuniões para observar a Lua cobrindo o sol por completo. A região norte do continente americano foi único local onde o fenômeno pôde ser avistado aproximadamente durante uma hora e meia.
A sombra da Lua mergulhou a costa do Pacífico do México na escuridão total às 11h07 locais (15h07 em Brasília) e percorrerá os Estados Unidos antes de voltar ao oceano sobre a costa atlântica do Canadá pouco menos de uma hora e meia depois.
O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, presente na cidade de Mazatlán, soltou um "Ah!" de exclamação quando o Sol se tornou um anel de fogo em torno da Lua.
"Um eclipse solar total é um dos eventos mais emocionantes que você pode vivenciar", disse a astrofísica Jane Rigby, principal cientista do projeto Webb, da Nasa. "Sinta suas sensações. Você faz parte do universo", acrescentou.
A trajetória deste ano alcançou 185 quilômetros de largura e inclui uma região onde vivem 32 milhões de americanos. Outros 150 milhões vivem a menos de 320 quilômetros da faixa e aqueles que estão mais distantes puderam ver um eclipse parcial.
SEGURANÇA EM PRIMEIRO LUGAR
Os eclipses totais ocorrem quando a Lua localiza-se exatamente entre a Terra e o Sol, bloqueando temporariamente a luz do grande astro em pleno dia.
O Sol é cerca de 400 vezes maior que a Lua, mas também está 400 vezes mais distante, então ambos parecem ter tamanhos semelhantes.
A Nasa transmitiu um vídeo ao vivo de três horas a partir de vários locais, apresentando imagens de telescópios e comentários de especialistas.
Entre os lugares emblemáticos onde foi visível o eclipse estão as Cataratas do Niágara. Várias regiões chegaram a declarar "estado de emergência" para controlar o fluxo de visitantes.
As autoridades americanas orientaram sobre segurança há semanas, em particular a necessidade de usar óculos especiais para evitar lesões oculares.
O ex-presidente Donald Trump, que no último eclipse total nos Estados Unidos, em 2017, assistiu ao eclipse sem proteção, aproveitou a febre deste ano para lançar um anúncio de campanha, em que uma enorme silhueta da sua cabeça bloqueia a luz solar e anuncia o seu retorno como "o momento mais importante da história da humanidade".
O entusiasmo foi tão grande que canais como a CNN fizeram uma contagem regressiva.
INTERESSE CIENTÍFICO
O evento também é de interesse científico. A Nasa lançou três pequenos foguetes antes, durante e logo após o eclipse na Virgínia, leste dos Estados Unidos.
O objetivo: medir as mudanças causadas pela escuridão na parte superior da atmosfera terrestre, a ionosfera, por onde passa grande parte dos sinais de comunicação.
A coroa solar, a camada externa da atmosfera do Sol, torna-se especialmente visível durante um eclipse e é onde ocorrem as erupções solares.
O próximo eclipse total visível nos Estados Unidos (excluindo o Alasca) ocorrerá em 2044. Antes disso, um eclipse total ocorrerá na Espanha, em 2026.