CONFLITO

Ucrânia adverte para avanços da Rússia na frente de batalha

o Ministério da Defesa da Rússia reivindicou a conquista de Novobakhmutivka, uma localidade que fica 10 quilômetros ao norte de Avdiivka, na província de Donetsk

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AFP

Publicado em 28/04/2024 às 16:56
No dia 21 de abril, a Ucrânia anunciou ter derrubado 31 mísseis russos lançados na direção de Kiev - Sergei CHUZAVKOV / AFP

O comandante das Forças Armadas da Ucrânia, general Oleksandr Syrsky, admitiu, neste domingo (28), que a situação "piorou" na frente de batalha e que as tropas russas, em maior número, conseguiram vitórias táticas em diversas áreas.

O Exército ucraniano, que fracassou em sua grande contraofensiva do ano passado, enfrenta o avanço russo desde a queda, em fevereiro, da cidade de Avdiivka, no leste do país.

A ex-república soviética, que enfrenta dificuldades para recrutar novos soldados e tem que administrar o atraso no envio da ajuda ocidental, foi forçada a recuar em vários setores nas últimas semanas.

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O exemplo mais recente aconteceu neste domingo: o Ministério da Defesa da Rússia reivindicou a conquista de Novobakhmutivka, uma localidade que fica 10 quilômetros ao norte de Avdiivka, na província de Donetsk.

"A situação no front piorou", escreveu Syrsky em uma publicação no Facebook. A Rússia, que invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, está "atacando ao longo de toda linha de frente".

"Em alguns setores, o inimigo conseguiu sucesso tático e em algumas áreas as nossas tropas conseguiram melhorar a posição tática", acrescentou.

Syrsky afirmou que o Exército russo "concentrou os esforços em vários setores, estabelecendo uma vantagem significativa em termos de forças e recursos para tentar abrir passagem na linha de frente".

O general relatou "combates violentos" na última semana e descreveu uma situação "dinâmica" com algumas posições capturadas diversas vezes ao dia, pelos dois lados.

COMBATES INTENSOS

A província de Kupiansk, no nordeste do país, é um dos setores onde os combates são mais intensos e onde os russos "conseguiram sucessos parciais, embora tenham sido contidos", afirmou o general ucraniano.

Na região de Kramatorsk, no leste, as tropas de Moscou tentam tomar a cidade de Chasiv Yar com o objetivo de avançar para uma área que constitui um importante centro ferroviário e logístico.

A situação "mais complicada", no entanto, acontece a 70 quilômetros de distância, na área de Pokrovsk e Kurakhove, cenários de "combates muito violentos", destacou Syrsky.

O comandante admitiu que as tropas de Kiev se retiraram das cidades de Berdychi, Semenivka e Novomykhailivka. Também disse que a situação é "tensa" no sul do país.

Os avanços russos provocaram críticas de blogueiros militares ucranianos, que geralmente não questionam as Forças Armadas do país.

O diretor de inteligência do Ministério da Defesa ucraniano, Kyrylo Budanov, alertou este mês que a situação na frente de batalha vai piorar até meados de maio e junho. Kiev, no entanto, espera que a aprovação no Congresso dos Estados Unidos de um novo pacote de ajuda militar de bilhões de dólares permita estabilizar a situação.

AJUDA DOS EUA

O presidente americano, Joe Biden, prometeu esta semana ao homólogo ucraniano, Volodimir Zelensky, que a ajuda vai chegar "rapidamente". O Kremlin, contudo, minimizou o impacto do novo pacote de ajuda.

Para reforçar o Exército, Zelensky promulgou no início do mês uma lei polêmica de mobilização militar, que pretende facilitar o alistamento de novos recrutas.

Kiev também suspendeu os serviços consulares no exterior para homens com idades entre 18 e 60 anos. O governo espera que eles retornem ao país para lutar contra as tropas russas.

Além disso, os dirigentes ucranianos advertiram que o panorama militar pode piorar nas próximas semanas, enquanto o armamento americano não chegar ao front. "Seguimos esperando o carregamento prometido à Ucrânia", declarou Zelensky em seu discurso vespertino de domingo.

Após conversar com Hakeem Jeffries, líder dos democratas na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o presidente ucraniano afirmou que havia tornado a insistir na necessidade urgente de sistemas antimísseis Patriot. "Precisamos deles o quanto antes", frisou.

 

 

 

 

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