O papa Francisco voltou a usar um termo pejorativo para se referir aos gays e aconselhou os homossexuais que queiram se tornar padres a irem a um "psicólogo", poucos dias depois de um escândalo provocado por declarações consideradas homofóbicas, noticiou a mídia italiana.
Durante uma reunião privada com 200 padres na Universidade Pontifícia Salesiana, em Roma, na última terça-feira (11), o papa de 87 anos foi questionado sobre as vocações e novamente usou o polêmico termo "frociaggine", que equivaleria a "bichice" em português.
A palavra em dialeto romano é difícil de traduzir, mas deriva de "frocio", que significa "bicha".
"No Vaticano, há uma clima de 'frociaggine'", declarou o papa, reportou a agência de notícias italiana Ansa.
"Os gays são bons garotos (...) Eles buscam o Senhor. Mas é melhor encaminhá-los para um bom pai espiritual, para um psicólogo" em vez de aceitá-los no seminário, acrescentou o papa argentino, de acordo com o jornal italiano Corriere della Sera.
O Vaticano não respondeu a um pedido de comentário enviado pela AFP.
A Santa Sé informou, em um comunicado na terça-feira, que "Francisco falou sobre o perigo das ideologias na Igreja e retomou o tema da admissão nos seminários de pessoas com tendências homossexuais, reiterando a necessidade de acolhê-las e acompanhá-las na Igreja".
No final de maio, Francisco se desculpou por ter usado a palavra "frociaggine" em uma reunião a portas fechadas com bispos italianos e o Vaticano declarou que o pontífice nunca teve a intenção de "ofender ou se expressar em termos homofóbicos".
Essas declarações geraram uma polêmica global e associações que defendem os direitos da comunidade LGBTQIA+ expressaram sua indignação e decepção.