O governo argentino reconheceu, nesta sexta-feira (2), Edmundo González Urrutia como presidente eleito da Venezuela, afirmou a chanceler Diana Mondino na rede X.
"Todos podemos confirmar, sem nenhuma dúvida, que o legítimo vencedor e presidente eleito é Edmundo González", indicou Mondino, em linha com um pronunciamento similar ao do chefe da diplomacia americana, Antony Blinken.
A chanceler argentina justificou a posição do governo "vários dias depois da publicação das atas eleitorais oficiais da Venezuela em resultadosconvzla.com", site no qual a oposição ao atual presidente Nicolás Maduro publicou os documentos no domingo.
Horas depois da mensagem de Mondino nas redes sociais, a chancelaria argentina emitiu um comunicado no qual disse que o governo de Javier Milei "segue com extrema atenção e preocupação os acontecimentos na Venezuela para se pronunciar de forma definitiva" sobre o tema.
"A República Argentina foi um dos primeiros países a rejeitar e não reconhecer o resultado da eleição presidencial venezuelana em 28 de julho. As evidências coletadas até o momento não fizeram mais que confirmar essa posição", acrescentou o comunicado.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela declarou a reeleição de Maduro para um terceiro mandato de seis anos, com 51% dos votos frente aos 44% de González Urrutia, seu principal adversário.
A oposição defende que possui cópias de mais de 80% das atas e que seu candidato obteve 67% dos votos.
O posicionamento argentino suscitou a expulsão de sua equipe diplomática da Venezuela, que na quinta-feira deixou a embaixada que acolhia seis venezuelanos como refugiados.
O Brasil assumiu a custódia dos agentes diplomáticos argentinos em Caracas e a proteção dos refugiados, bem como a proteção da legação peruana, após a Venezuela ter rompido relações diplomáticas com o Peru na terça-feira.
Nove países da América Latina solicitaram uma "revisão completa dos resultados" eleitorais na Venezuela e a "contagem transparente" dos votos.