O Recife está dentre as cidades mais ameaçadas do mundo com o avanço do mar e a consequente erosão marinha. É a 1ª do país e a 16ª do planeta, por estar no mesmo nível do mar e ter ocupado densamente as áreas de praia, destruindo os manguezais, aterrando riachos, assoreando os rios e passando ao largo do planejamento e controle ambiental e urbano.
A situação de avanço do mar, provocando a erosão marinha, é hoje uma ameaça ao nosso litoral, sobretudo na Região Metropolitana do Recife (RMR), a ponto de levar quase toda a área de areia das praias de Candeias e Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, a derrubar muros de condomínios e invadir piscinas de moradores, ameaçando e desvalorizando os imóveis, além de comprometer a atividade hoteleira, de bares, restaurantes e o tradicional comércio de areia, atividades que empregam milhares de pessoas e faz circular milhões de reais a cada ano.
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Diante da gravíssima situação, que vinha sendo tratada com improvisos e soluções ineficientes, logo que assumimos a administração do município (2009/2012 e 2013/2016) fomos buscar na Flórida (EUA), uma empresa especializada em projetos de contenção da erosão marinha e recorremos a estudiosos do nosso estado na busca da solução mais eficaz e harmoniosa, que substituiu as tradicionais e ineficazes contenções com estruturas rígidas que somente aumentavam a fúria das ondas, e, ainda, com um custo-benefício bastante favorável.
É necessário enfatizar que a grandiosa obra que a prefeitura de Jaboatão dos Guararapes realizou carece de um permanente monitoramento e conservação, o que infelizmente a gestão que nos sucedeu não observou, ameaçando anular paulatinamente os ganhos do investimento.
Existe na Companhia Pernambucana de Recursos Hídricos (CPRH) um estudo sobre essa questão no âmbito da região metropolitana, que urge ser transformado em um Projeto de Contenção do Avanço do Mar em toda RMR, partindo de Ipojuca, passando por Recife e Olinda, indo a todo litoral norte da região que tem as suas praias ameaçadas.
A garantia da integridade da nossa área costeira garantirá o desenvolvimento do turismo litorâneo com a mitigação do dano ambiental decorrente dessa ameaça marinha e é uma questão que não será enfrentada de forma adequada sem uma ação articulada entre os municípios, com a coordenação do governo estadual, haja vista a sua dimensão e complexidade.
A recuperação da orla, permitirá implantar uma revitalização das nossas atraentes praias e padronização urbana, atraindo turistas e visitantes, dinamizando a economia praieira.
Recentemente, o Balneário de Camboriú, um dos mais frequentados do país, no Paraná, recorreu à solução que adotamos aqui em Jaboatão com a engorda das suas praias, pois não é conhecida outra solução mais avançada e sustentável.[
Este é um tema a mais a desafiar a nova governadora do nosso estado, Raquel Lyra, que demonstra ter coragem e ousadia para encarar os problemas.
Para o desafio, é somente atualizar os estudos e a captação dos recursos, inclusive internacionais.
MÃOS À OBRA !
Elias Gomes, ex-prefeito do Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes, ex-secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, deputado estadual e administrador do Arquipélago de Fernando de Noronha.
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