Hora de voltar ao normal. Vamos falar de assunto relevantíssimo, o Pacto Global. Lançado em 2002 pelo então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, o Pacto é uma conclamação às empresas para alinhamento de suas estratégias e operações aos dez princípios universais nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção e para desenvolvimento de ações que contribuam para o enfrentamento dos desafios da sociedade. É hoje a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, com mais de 16 mil participantes entre empresas e organizações, distribuídos em 70 redes locais, que abrangem 160 países.
São princípios do Pacto: apoiar e respeitar a proteção de direitos humanos reconhecidos internacionalmente; assegurar-se de não participar, direta ou indiretamente, da violação desses direitos; apoiar a liberdade de associação e o reconhecimento efetivo do direito à negociação coletiva; eliminar todas as formas de trabalho forçado ou compulsório; abolição efetiva do trabalho infantil; eliminar a discriminação no emprego; apoiar abordagem preventiva dos desafios ambientais; desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental; incentivar o desenvolvimento e difusão de tecnologias ambientalmente amigáveis; combater a corrupção em todas as suas formas, inclusive extorsão e propina.
Quem adere ao Pacto Global (que é a ponte entre a ONU e a iniciativa privada) assume também o compromisso de contribuir para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). São 17 objetivos com 169 metas: erradicação da pobreza, educação de qualidade, fome zero e agricultura sustentável, igualdade de gênero, saúde e bem estar, água potável e saneamento, energia acessível e limpa, redução das desigualdades, trabalho decente e crescimento econômico, cidades e comunidades sustentáveis, indústria, inovação e infraestrutura, consumo e produção responsáveis, ação contra mudança global do clima, paz, justiça e instituição eficazes, vida na água, parcerias e meios de implementação, vida terrestre.
Não há custos financeiros de adesão. Existe um guia chamado SDG COMPASS que ajuda as empresas a entenderem os impactos relacionados aos ODS e a estabelecer metas compatíveis. Apesar de lançado há mais de 20 anos, o Pacto Global ainda não atingiu a maioria das empresas brasileiras, muito menos as pernambucanas. Nos tempos ESG, contudo, ele assume uma relevância extraordinária, sendo essencial para inserção no mercado global e até nacional, porque, mais dia menos dia, sobretudo depois de afastado o fantasma institucional e com o retorno de maior estabilidade jurídica, as justas metas do Pacto se imporão por si próprias, alijando da competição as empresas que ficarem de fora. Para aderir, basta assinar a Carta de Adesão no site. Urge aderir. Mais que isso, passar à prática.