OPINIÃO

Profissionalização e vocação dos herdeiros nas empresas centenárias

As empresas centenárias têm muitas características em comum, tais como: a resiliência para suportar as instabilidades e turbulências do mercado; a capacidade de adaptação; a visão de longo prazo nos investimentos; e o otimismo, em relação ao potencial do País, para o futuro.

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CLÁUDIO SÁ LEITÃO E GERALDO RIBEIRO

Publicado em 23/03/2024 às 0:00 | Atualizado em 24/03/2024 às 16:53
 A profissionalização é indubitável e necessária para a sobrevivência das empresas centenárias.
A profissionalização é indubitável e necessária para a sobrevivência das empresas centenárias. - Divulgação

Uma empresa longeva demonstra competência na gestão e a internalização bem forte de sua missão e valores entre os funcionários, a ponto de proporcionar para ela a capacidade de sobreviver ao tempo e de se manter renovada no mercado. A gestão eficiente, por resultados e a busca por inovação, são indicadores de longevidade. A inovação surge, quando se cria algo totalmente diferente do que o empreendedor da empresa tenha feito, e o mercado recebe o produto ou o serviço, diferente da forma do que o fundador executou, ao longo dos vários anos de atuação. A necessidade da profissionalização de empresa de origem e de controle familiar é indiscutível e incontestável para a sua sobrevivência. Nem sempre os herdeiros do fundador estão devidamente preparados para assumir o comando da empresa ou tem vocação para o negócio.

Os familiares do empreendedor, dentro das suas vocações e comprometimentos, devem prestar serviços à empresa, isto é, não devem utilizar a empresa a seu serviço. Entretanto, o processo de profissionalização das empresas centenárias não se resume à questão sucessória ou em definir de quem ficará a cargo o comando, se de um herdeiro ou de um profissional de mercado. Inclui, nesse processo, entre outros fatores, a revisão dos processos operacionais, a gestão de pessoas e as estratégias para enfrentar a concorrência. Para uma empresa ter sucesso e se manter no mercado, é preciso ter visão de futuro, ser estratégica e se valer de ferramentas modernas de gestão empresarial. Isto significa estar na conjunção da excelência da gestão com qualidade. O cliente quer o de sempre: "melhor qualidade do produto ou serviço ao custo mais baixo".

Então, é preciso sempre perseguir a fórmula de aliar custo reduzido, com qualidade e se reinventar sempre, para oferecer ao mercado novos produtos ou serviços. Outra característica importante de uma empresa competitiva é a motivação da equipe interna. Quando os colaboradores vestem a camisa, os clientes são mais bem atendidos. Como regra básica, a economia de escala, com mais eficiência na operação e foco nos custos, são os componentes essenciais que devem estar sempre na rota para se manter a empresa competitiva no mercado. Não adianta manter um herdeiro em um determinado cargo, se a vocação dele é evidente para uma outra profissão. Portanto, quando os herdeiros não tem vocação ou não estão preparados para comandar a gestão das empresas centenárias, a profissionalização é indubitável e necessária para a sobrevivência das empresas centenárias.

Cláudio Sá Leitão e Geraldo Ribeiro , sócios da Sá Leitão Auditores e Consultores.

 

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