OPINIÃO

Ensino Técnico: Um caminho para o futuro dos nossos jovens

Celebramos a notícia de seis novos institutos federais no Estado, ampliando a formação técnica de nossos jovens. O governo federal, numa articulação com o governo de Pernambuco e lideranças locais, vai instalar novos câmpus no Recife, onde já temos uma unidade do IFPE.

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JARBAS FILHO

Publicado em 28/03/2024 às 0:00 | Atualizado em 28/03/2024 às 10:33
Escola Técnica Estadual Dom Bosco - SEE-PE / Divulgação

Somente 8% dos jovens brasileiros que concluem o ensino médio saem da educação básica com uma habilitação profissional. Nos vizinhos latinos como México, Chile e Colômbia esse índice é de 34%, 29% e 24%, respectivamente, segundo estudo da Fundação Itaú realizada ano passado com pesquisadores do Insper. Entre os países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), aponta relatório Education at Glance (2022) citado nessa mesma pesquisa, o percentual chega a 37%. Bélgica, Finlândia e Holanda formam 50% dos alunos no ensino médio técnico.

Outra pesquisa divulgada em março, "Juventudes fora da escola", feita pela mesma Fundação Itaú, em parceria com a Fundação Roberto Marinho e Instituto Datafolha, mostra que temos no Brasil 9,8 milhões de jovens de 15 a 29 anos que não concluíram a educação básica e não frequentam a escola. Muitos abandonam os estudos pela necessidade de trabalhar e ajudar no sustento de suas famílias.

Essas pesquisas reforçam a necessidade de mais investimentos na formação dos nossos jovens para o mundo do trabalho já na escola. É fundamental que o ensino técnico profissionalizante seja colocado como prioridade na pauta governamental. E que o ensino médio seja ofertado atendendo os anseios dos estudantes que hoje estão nessa etapa da educação básica.

Em meio aos debates sobre o novo ensino médio, levantamento do Datafolha, a pedido do Todos Pela Educação, também em março, revela que quase um terço (29%) dos alunos quer uma escola que combine uma parte de disciplinas para todos os estudantes e outra com a possibilidade de fazer um curso técnico profissional.

Pernambuco tem hoje 58 escolas técnicas estaduais que abrigam 54 mil alunos, o equivalente a 18% do total de jovens do ensino médio na rede pública estadual. Essas unidades estão espalhadas em 43 cidades. É uma das maiores redes de escolas técnicas estaduais do País. E a governadora Raquel Lyra promete inaugurar mais três novas unidades nos municípios de Jaboatão dos Guararapes e Moreno, no Grande Recife, e Exu, no Sertão.

Celebramos a notícia de seis novos institutos federais no Estado, ampliando a formação técnica de nossos jovens. O governo federal, numa articulação com o governo de Pernambuco e lideranças locais, vai instalar novos câmpus no Recife, onde já temos uma unidade do IFPE. E nos municípios de Goiana, na Zona da Mata; Bezerros, Santa Cruz do Capibaribe e Águas Belas, no Agreste; e Araripina, no Sertão. Oportunidade para mais 8.400 jovens cursarem o ensino médio junto com a parte profissional.

Um dos desafios é justamente conciliar as demandas do setor produtivo com essas políticas para a juventude. É fundamental a adoção de incentivos fiscais e financeiros para as empresas investirem na formação técnica, como a concessão de benefícios tributários e linhas de crédito específicas.

Outro ponto é criar campanhas para divulgar os benefícios dos cursos técnicos, tanto para os estudantes quanto para o mercado de trabalho. Vale também aplicar políticas de incentivo, como bolsas de estudo ou financiamento estudantil (a exemplo do Programa Pé de Meia) e crédito educativo que facilitem o acesso e a permanência dos jovens de baixa renda.

Todos saem ganhando. A mesma pesquisa da Fundação Itaú que revelou o baixo percentual de jovens brasileiros com formação técnica constatou que 32% das pessoas que terminam o ensino técnico tendem a receber salários maiores que os colegas que fizeram o ensino tradicional. Também há mais chances de ocupação: a taxa de desemprego para esses jovens é de 7,2% em média contra 10,2% da parcela com ensino médio de currículo normal. E o incremento no PIB chega a 2,32%.

Sem falar no impacto positivo para o desenvolvimento do País. Profissionais mais qualificados contribuem para o aumento da produtividade e competitividade, dinamizando a economia. Investir hoje na profissionalização dos nossos jovens é colher o futuro agora. Precisamos continuar percorrendo o caminho da educação para assegurar o crescimento do nosso povo, de Pernambuco e do Brasil.

Jarbas Filho,  deputado estadual. 

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