Ana Paula Soter: "Figueira, uma presença amiga"

Um homem de grandes ações que construiu obras de cal e cimento, realizou projetos públicos e cumpriu missões políticas. Leia artigo na íntegra

Publicado em 22/12/2024 às 21:26
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Um homem de grandes ações que construiu obras de cal e cimento, realizou projetos públicos e cumpriu missões políticas. Esses são, muitas vezes, os legados que associam o nome de Antônio Carlos Figueira. Sem dúvida, ele foi um dos grandes realizadores do nosso estado.

Mas neste 23 de dezembro, data que marca um ano desde que ele partiu para o outro lado da tênue linha que separa a vida da eternidade, quero destacar não apenas por suas conquistas materiais, mas também a sua relação com o outro: Figueira também soube, como poucos, construir a sua vida pelos afetos.

Nos conhecemos em 1979, nas bancadas da UFPE, no curso de Medicina. A partir dali, passamos a compartilhar muitos gostos: o amor pela saúde pública, pela política, pelo futebol — ele, torcedor do Náutico; eu, do Sport — e, principalmente, a paixão pela roda de bons e fiéis amigos.

Nossa amizade virou trabalho e o trabalho virou amizade. Atuamos juntos em diversos momentos: duas vezes na Secretaria de Saúde de Pernambuco e no IMIP. Vistoriamos muitas obras, compartilhamos projetos e sonhos, mas, acima de tudo, compartilhamos a vida.

Figa, como gostava de chamar, tinha um talento singular para reunir pessoas. Dedicava parte de seu precioso tempo organizando encontros, almoços, visitas, conversas. Era um cuidador por natureza, sempre atento aos amigos e ao bem-estar de cada um de nós.

Generoso, ele sempre valorizava nossas qualidades, muitas vezes aquelas que nem nós mesmos éramos capazes de enxergar. Estimulava-nos a seguir nossos caminhos, a cumprir nossos destinos. Lembro das cobranças afetuosas que ele fazia, como quando fiz meu mestrado e doutorado, sempre com aquela confiança inabalável: “Tu vais tirar de letra", dizia ele. Mas que isso: ele se importava genuinamente com nossas necessidades e nos acompanhava, sempre presente.

Figa sempre soube construir pontes, unir pessoas e extrair delas o seu melhor. Ele construiu grande família. Deixou um legado de afeto que não se perderá. Seu amor por todos nós e o nosso por ele será eterno, assim como a memória da pessoa maravilhosa que ele foi.

Ana Paula Soter, presidente da Hemobras

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