Com discussões que vão do aumento das emissões de gases poluentes pelos aviões que circulam diariamente pelo mundo, e a possibilidade de limitação do turismo através de passaportes vinculados ao carbono, até medidas de convivência com efeitos climáticos que já começaram a afetar a vida das populações em diversos países, com ondas de calor, temporais e ciclones no horizonte de rotina, começa esta semana em Dubai a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas – COP28. O aumento da temperatura na superfície da Terra, e nos oceanos, provocando degelo nos polos e ameaçando a biodiversidade, deverá pautar mais uma rodada de alerta dos cientistas para os líderes e gestores governamentais, com a presença do Papa Francisco, que tem feito a sua parte para ressaltar a necessidade da urgência para a agenda ambiental.
Delimitado em um dos pedaços do planeta mais estratégicos para a diversidade natural, o Brasil pode se apresentar como protagonista de uma nova era, fundada sobre a sustentabilidade como alicerce, não apenas para o desenvolvimento humano, mas para a sobrevivência da nossa e das espécies remanescentes no habitat terrestre. Espera-se do presidente Lula e da ministra Marina Silva a adoção de discursos e posturas condizentes com a emergência requerida para um novo tempo, puxado pelo avanço das mudanças climáticas e pelo receio de que o clima alterado venha trazer um reboot no sistema da Terra mais cedo do que imaginado.
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, é convidada para falar no evento, fazendo parte da comitiva brasileira. Com menos de um ano de mandato e muito ainda a cumprir, a gestora de um dos estados mais pobres do país tem a chance de se dirigir ao público internacional, compartilhando sua visão sobre desenvolvimento em sintonia com o papel que cabe ao Brasil, neste momento. Entre a próxima quinta-feira e o dia 12 de dezembro, bilhões de pessoas estarão com os olhos nos Emirados Árabes, com atenção voltada para os caminhos que a humanidade deve seguir. Representante do Nordeste, Raquel Lyra terá a oportunidade de atrair os olhares para os potenciais da região, num cenário em que o Brasil desponta – e no qual Pernambuco precisa aparecer.
Além de entrar na rota da economia do futuro, como salientou a governadora, Pernambuco pode se colocar à disposição para práticas inovadoras e sustentáveis de desenvolvimento econômico e social. Sem alcançar êxito no cumprimento das metas nacionais há décadas, a ONU busca fortalecer os governos locais, com o intuito de acelerar o combate aos efeitos das mudanças climáticas e conquistar resultados rápidos na prevenção do que está por vir, à luz do que já está acontecendo. Neste sentido, na perspectiva do trabalho adiante, a parceria entre o estado e o governo federal, demonstrada no primeiro ano, tem tudo para se desdobrar em ações focadas na agenda emergencial que sairá de Dubai.