Melhor estrutura para eventos

Com encantos naturais e tradições culturais de sobra, os pernambucanos poderiam receber melhor os visitantes de outros estados do país e do exterior, assim como poderiam viajar mais aqui dentro, aproveitando melhor esses mesmos encantos e tradições. No entanto, as condições estruturais para o pleno desfrute dos potenciais turísticos estão longe de ser alcançadas, o que se percebe com facilidade na alta estação, e durante períodos como o Carnaval, a Semana Santa e o São João. Entre outros problemas antigos, a mobilidade para as praias é precária, a chegada e saída do Recife pelas rodovias é um tormento, a capital não dispõe de grande oferta hoteleira fora da orla de Boa Viagem – orla que deixou de ser bem explorada para o turismo faz tempo, por sinal. E a disponibilidade de locais para eventos de negócios e lazer é limitada. Sem falar na insegurança, gargalo que afasta o turista e o próprio cidadão pernambucano dos espaços públicos.
Com todos os entraves, a localização estratégica no Nordeste faz com que a Região Metropolitana do Recife seja uma opção privilegiada para a realização de eventos, para diversos setores da economia. Por isso a importância de investimentos contínuos na melhoria da atratividade, na busca de competitividade em relação a outros estados nordestinos, que vêm investindo e renovando, há alguns anos, seus equipamentos turísticos, que se apresentam como diferenciais de comodidade e conforto. É o que Pernambuco espera ter, quem sabe a partir deste ano, com os aportes previstos em melhorias no Centro de Convenções, administrado pelo Consórcio CID.
Em 2023, o espaço abrigou 450 eventos, depois de ter recebido 136 em 2022. E a expectativa do Consórcio é dobrar esse número em 2024, quando se prevê o aporte de R$ 10 milhões na requalificação da estrutura física do mais importante equipamento de eventos no estado. A reforma das salas multifuncionais terá, entre as novidades, projeto acústico. O tamanho do pavilhão de exposições é uma das vantagens do Centro de Convenções pernambucano, mas o projeto antigo não dispõe de estrutura semelhante ao que se vê em espaços menores, mas mais modernos, como o de Maceió, por exemplo, onde há mais de uma dezena de salas e auditórios acoplados ao pavilhão de exposições.
A colocação de painéis de energia solar no teto do pavilhão será, sem dúvida, um ganho para o equipamento e seus usuários, bem como a modernização da iluminação externa e interna. Uma melhoria esperada é a ocupação comercial de espaços com até 2 mil metros quadrados, retomando o uso de serviços que já foi mais presente, muitos anos atrás, esvaziado com a deterioração do Centro de Convenções como um todo. Parte da reforma iniciada no ano passado continua em 2024, como a do Teatro Guararapes e dos banheiros do pavilhão. Segundo o Consórcio, em 2023 também foram investidos R$ 10 milhões na requalificação. Com os recursos bem aplicados e a atração de uma agenda cheia e diversificada, o turismo e a economia em Pernambuco podem contar com uma âncora fundamental para o crescimento.