PEQUENAS EMPRESAS | Notícia

Informação e ambiente de negócios

Estudo trimestral com dados sobre as micros, pequenas e médias empresas brasileiras, pode servir de base para estimular o empreendedorismo

Por JC Publicado em 22/06/2024 às 0:00

Com nova base de informações para pautar políticas econômicas e decisões de negócios, o país pode se enxergar melhor nos seus empreendedores e empreendimentos. Como o JC mostrou na edição de sexta-feira, a Serasa Experian lançou o “Empreender Brasil: Inteligência de Mercado para as MPMEs”. A boa notícia é que o clima de retomada econômica pode ser visto no segmento que reúne mais de 90% das quase 22 milhões de empresas no Brasil. E a não tão boa, mas que suscita intervenções de melhoria, é que Pernambuco figura entre os estados onde os empresários têm mais dificuldade de obter crédito.
Dados demográficos, relacionados às atividades desenvolvidas, recortes regionais, inadimplência e insolvência podem ser encontrados no relatório, que será publicado a cada três meses. Um manancial importante de informações para nortear as decisões dos gestores públicos e o planejamento das empresas, que pode ajudar a aperfeiçoar o ambiente de negócios no país. Entre os desafios que reaparecem com nitidez, estão o alto índice de mortalidade dos negócios – em consequência tanto de problemas de conjuntura quanto de gestão – e a dificuldade para acesso ao crédito necessário à sobrevivência.
Mais de 563 mil empresas em Pernambuco são micro e pequenas empresas, 93% do total existente no estado. Esse universo de empreendimentos precisa de melhores incentivos e apoio para manter os postos de trabalho e a renda que geram. O que não significa que mereçam subsídios, mas devem ser levadas em conta em sua inegável relevância para a economia pernambucana, assim como todos os pequenos negócios devem ser mais valorizados no Brasil. A cultura empresarial representa a concretização de sonhos que demandam planejamento, profissionalização e um ambiente propício ao crescimento.
De acordo com o Sebrae, o fechamento de empresas vem aumentando, no país, nos últimos anos, numa tendência que precisa ser revertida para assegurar o desenvolvimento sustentado desejado, num ciclo que alie o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) à melhoria da qualidade de vida para a população. Cada pequeno negócio desmontado é um revés na qualidade de vida das pessoas, com efeitos no entorno social e econômico. Por outro lado, cada pequeno negócio que floresce possui potencial multiplicador de seus efeitos positivos, podendo contribuir para a transformação estrutural de uma comunidade. E como muitas empresas desse porte são familiares, as consequências nas famílias podem se estender a diversas gerações.
O estudo indica que Pernambuco apresenta um ambiente de difícil captação de recursos para capital de giro e investimentos. Outro aspecto de atenção é que apenas pouco mais de 21% dos empregos no estado são de pequenas e médias empresas, num percentual bem abaixo da média nacional, sendo um dos três piores do Brasil, perdendo apenas para o Rio de Janeiro e Rondônia. As informações contidas no relatório, de agora em diante, devem estar nas mesas dos decisores políticos e dos atores econômicos, para que a realidade mude para melhor, o mais brevemente possível.

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