Bom para o turismo

Previsão para os últimos três meses do ano é de pouca chuva e temperaturas acima da média em todo o estado, durante o início da alta estação

Publicado em 27/09/2024 às 0:00

Sem retirar a gravidade das mudanças climáticas que sacodem o planeta, e deixam um cenário de devastação pelo fogo e pela baixa umidade no Brasil, a previsão dos meteorologistas para o último trimestre do ano em Pernambuco pode ser animadora, do ponto de vista econômico, para o setor de turismo. Por outro lado, a alta demanda também irá colocar à prova a infraestrutura hoteleira, de mobilidade e de serviços no estado, gerando atenção para investimentos que vão da qualidade das estradas para o litoral e o interior, até a qualidade da mão de obra e a competitividade das empresas pernambucanas, em comparação com outros estados do Nordeste.
De acordo com a APAC, a previsão de chuvas em todas as regiões é de precipitações iguais ou levemente menores do que a média histórica para esse período do ano, usualmente mais seco e propício às atividades turísticas de sol e mar, por exemplo. Nada, portanto, alarmante na perspectiva do que já estamos acostumados. E mais importante, para os habitantes das áreas de risco, sobretudo na Região Metropolitana do Recife e da Mata Sul, mais suscetíveis a inundações, alagamentos e deslizamentos de terra, quando a chuva é violenta. A manutenção do clima conhecido, no entanto, pode ser um pouco alterada pelo calor, já que a temperatura do Oceano Atlântico tem afetado o clima em várias partes do mundo, e também continuará afetando o Brasil. A maior temperatura no Atlântico Norte restringe a formação de nuvens por aqui.
A baixa umidade relativa do ar no Agreste e no Sertão, por sua vez, inspira cuidados com a saúde da população e dos animais, e a sustentabilidade dos arranjos econômicos locais, que podem ser prejudicados pelas condições climáticas severas. A unidade abaixo de 30% leva a consequências imediatas no corpo humano, de desconfortos passageiros a complicações respiratórias, especialmente em idosos. Livre das fumaças causadas pelas queimadas nas regiões Norte e Centro-Oeste do país, devido à direção do vento, o Nordeste não escapa dos rigores do aquecimento global. A população pernambucana e os visitantes da estação alta para o turismo podem se preparar para temperaturas recordes, como está se verificando em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Manaus.
A convivência com o clima mais severo na Terra requer medidas de adaptação às mudanças bruscas, mas também planejamento para prevenir o que vem por aí, tendo por base o que se repete no Brasil e noutros lugares do mundo. Tanto para os governos, quanto para a sociedade em geral, os investimentos devem priorizar a saúde das pessoas e a preservação dos recursos naturais, cuja destruição gera ainda mais apreensão com o futuro próximo. Mais do que nunca, o aproveitamento dos potenciais turísticos de sol e mar em Pernambuco precisa de estrutura e visão voltada para o benefício coletivo.

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