O mundo mudou. Ninguém sabia, às vésperas da chegada de 2020, o quanto ele havia mudado. No dia 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial de Saúde (OMS) emitia o primeiro alerta sobre uma doença nova. A China havia acabado de notificar casos de uma misteriosa pneumonia na cidade de Wuhan. Nada mais seria o mesmo. E o papel da imprensa se provaria cada vez mais necessário. Em tempos de redes sociais, a informação segura e responsável combate fake news e ajuda a salvar vidas. Confiança é, e sempre será, a matéria prima do jornalismo profissional. Hoje, 3 de abril, o Jornal do Commercio completa 101 anos, contando histórias de um tempo novo. Fazendo história de um novo jeito. A pandemia esvaziou fisicamente as redações do JC e do País para que, mais protegidos, os jornalistas possam continuar na linha de frente em busca da notícia mais completa. Já se passaram 94 dias daquele alerta que sacudiu o mundo. E nunca se produziu tanta informação para ajudar a sociedade a se proteger, compreender e superar um desafio global do tamanho do coronavírus.
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Não é a primeira vez que o Jornal do Commercio testemunha uma revolução. Ao longo de um século de existência, presenciou guerras, tragédias, a ascensão e queda de ditaduras, o surgimento e consolidação de governos democráticos. Documentou os fatos mais importantes de Pernambuco, do Brasil e do mundo. Mas, diante da mais devastadora pandemia, foi preciso mudar, e de forma rápida, o modo de produzir conteúdo. A imagem é inédita. A redação vazia registra uma história que se escreve com as tintas de agora. Com praticamente toda a equipe trabalhando em home office, o que não mudou foi o compromisso com os leitores e a entrega diária de informação de qualidade, distribuída em todas as plataformas.
“A audiência digital só faz crescer e as nossas edições impressas, ou na versão premium, tornam-se cada dia mais relevantes. Informação, serviço, análises, pontos de vistas diferenciados e compromisso com a nossa comunidade têm sido a marca do JC, principalmente nas últimas três décadas, sob o comando do empresário João Carlos Paes Mendonça”, afirma o diretor de redação do Jornal do Commercio, Laurindo Ferreira. Ele ressalta que o desafio é ainda maior nesses conturbados dias de crise mundial. “O compromisso não só permanece, mas ganha reforço pela urgência e seriedade do momento.”
O esforço em produzir informação precisa e com responsabilidade tem feito a diferença para quem está na ponta, no enfrentamento direto do coronavírus. Os profissionais que atuam nos serviços essenciais sentem o impacto positivo de uma população melhor informada, a respeito de como se prevenir da contaminação do virus. “A nossa voz é a imprensa. Nós estaríamos perdidos, numa hora como essa, se não tivéssemos o jornalismo profissional como aliado, fazendo com que a informação séria e responsável consiga chegar ao maior número de pessoas. E a cobertura do JC dessa pandemia, em especial, tem sido de excelência”, afirma o chefe do Setor de Infectologia do Hospital Oswaldo Cruz, o médico Demetrius Montenegro.
Em outra frente de batalha, a do voluntariado, o presidente da ONG Porto Social, Fábio Silva, diz que o alcance das ações organizadas pela entidade é sempre muito maior, quando noticiadas pela imprensa. “As campanhas de arrecadação, por exemplo, ganham mais visibilidade e adesão. O JC é um veículo que gera enorme credibilidade. As pessoas passam a acreditar mais naquela iniciativa, a partir do momento em que ela recebe a chancela do jornal. Isso faz toda a diferença para quem está na ponta e vai receber a ajuda, porque significa mais itens arrecadados e mais pessoas beneficiadas”, destaca Fábio Silva.
LIDERANÇA REGIONAL
Uma relevância que certamente ajudou o JC a consolidar a posição de líder regional em número de assinaturas e garantiu destaque em premiações jornalísticas. O Jornal do Commercio é o maior veículo em circulação, no Norte e Nordeste do País, no segmento de assinaturas impressas, considerando a média de segunda a domingo. A dianteira do JC, para o segundo colocado, o Correio da Bahia, é de quase 30% a mais, em número de assinantes, de acordo com os dados mais recentes do Instituto de Verificação de Comunicação (IVC), referentes a fevereiro deste ano. O forte investimento em reportagens especiais e em coberturas de grandes momentos históricos, como o que estamos enfrentando agora, já renderam ao JC os mais importantes prêmios nacionais de Jornalismo.
Na avaliação da diretora de Mercado Leitor e Audiência, Verônica Barros, a força do jornal impresso se traduz na fidelidade dos leitores. “A nossa marca principal é o conteúdo de qualidade, com credibilidade e profissionalismo. Mas também temos um cuidado todo especial no atendimento e no acolhimento ao assinante. A ideia é de que o leitor sinta que está em casa, mas não está sozinho. Está acompanhado do JC e de todo o suporte voltado para que ele esteja sempre bem informado e com acesso aos melhores serviços.”
Para o presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Marcelo Rech, a pandemia do coronavírus será um ponto de inflexão no consumo de informações. A cobertura atual relativizou o poder das redes sociais e mostrou, mais do que nunca, a importância do jornalismo profissional. “Em meio a essa profusão de informações, a sociedade tem buscado credibilidade. E o nosso negócio elementar é confiança. O jornalismo profissional tem um compromisso com o acerto, com a informação de qualidade, checada e com pluralidade de vozes.” A prova desse fortalecimento, destaca Marcelo Rech, são as altas audiências obtidas pelos veículos de comunicação tradicionais na cobertura da pandemia.
O representante da ANJ fez questão de destacar a trajetória do JC na imprensa brasileira. “Gostaria de cumprimentar os 101 anos do Jornal do Commercio. Esta não é a primeira situação dramática que o jornal cobriu, acompanhou, documentou. E, em todas elas, estabeleceu uma relação de confiança e de relevância para a população de Pernambuco. Isso certamente fez o jornal chegar até aqui. Essa capacidade de se reinventar e de levar informação de qualidade, seja em que plataforma for, garantiu ao JC uma história de longevidade, que poucos jornais do Brasil possuem.”
Titular da coluna Saúde e Bem Estar, a repórter Cinthya Leite é especializada em saúde e virou um símbolo do esforço que a redação tem feito para oferecer aos leitores a melhor informação, na cobertura incessante da pandemia do coronavírus. Só no último mês de março, as reportagens assinadas por Cinthya renderam 1,2 milhão de acessos no site do JC. “Defendo que, em um cenário como o que estamos enfrentando, informação também é remédio, tem poder terapêutico, porque orienta a população a se prevenir e não adoecer. As fake news estão aí para provar que informação errada, numa hora tão grave, termina sendo um crime contra a saúde pública”, afirma a jornalista.
Com 18 anos de carreira, Cinthya diz que o profissional de imprensa terá que ser muito resiliente, para tentar manter uma distância emocional e, ao mesmo tempo, não perder a capacidade de se sensibilizar com toda a problemática que ainda está por vir. “Os especialistas afirmam que o pico da epidemia será daqui a dois meses, o que vai exigir muito de todos nós. Temos que estar fortes para continuar produzindo informações, esclarecendo a população, e, ao mesmo tempo, nos resguardar para não adoecer fisicamente nem mentalmente.” Ela ressalta, no entanto, que, diante de tantas adversidades, o tempo também é de muito aprendizado. “Porque uma pandemia, com essas dimensões, vai exigir o melhor de todos nós.”
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