Escola de samba Tom Maior leva obra de pernambucanos para o Carnaval 2021 de São Paulo

Desfile da escola de samba será baseado na obra 'O Pequeno Príncipe em Cordel'
Bruna Oliveira
Publicado em 08/04/2020 às 19:20
O 'Pequeno Príncipe em Cordel' será inspiração para o desfile da escola de samba Tom Maior no Carnaval de 2021 de São Paulo Foto: DIVULGAÇÃO


Com um chapéu de couro na cabeça, roupa de príncipe de maracatu, pele escura, olhos claros e cabelos louros, ‘O Pequeno Príncipe em Cordel’, escrito e ilustrado pelos pernambucanos Josué Limeira e Vladimir Barros, respectivamente, sairá das páginas da obra infantil para abrilhantar o Carnaval 2021 de São Paulo.

Tendo como tema “O Príncipe do Sertão”, a escola de samba Tom Maior escolheu o livro em cordel para servir como inspiração para a sua apresentação no Sambódromo do Anhembi pelo Grupo Especial durante o Carnaval.

“A escola pensou em fazer o enredo sobre o Pequeno Príncipe e queríamos muito adaptar a história para o sertão nordestino. Começamos a fazer pesquisas até que chegamos ao livro do Josué e do Vladimir. Entrei em contato com os dois e eles foram muito receptivos com relação à ideia”, contou Flávio Campello, carnavalesco da Tom Maior.

De acordo com Campello, o livro estará presente em todo o desfile da escola que leva as cores vermelho, amarelo e branco. “As ilustrações poderão ser vistas na forma das esculturas, estampas e formas das fantasias. Levaremos ao público um Nordeste lúdico”, prometeu.

Para o Diretor de Carnaval da Tom Maior, Judson Sales, o livro dos pernambucanos é uma inspiração riquíssima, que com certeza será primordial na elaboração do projeto do desfile de 2021 da escola carnavalesca.

“As ilustrações do Vladimir são riquíssimas e inspiradoras, enquanto o trabalho do Josué na construção da poesia é primoroso. Tenho certeza que a junção do talento deles com a do nosso carnavalesco vai ajudar a criar um desfile que vai tocar o coração de muita gente”, disse.

Além de um desfile bonito aos olhos de quem acompanha o desfile das escolas de samba de São Paulo, Flávio Campello explicou que deseja, através de alegorias e fantasias, a mesma mensagem do livro. “Devemos deixar a imaginação nos levar. É preciso despertar a criança existente dentro de nós, algumas vezes adormecida, noutras esquecida”, concluiu.

O Pequeno Príncipe em Cordel

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM - José Limeira, criador do livro 'O Pequeno Príncipe em Cordel'

Lançado em 2015, ‘O Pequeno Príncipe em Cordel’ é uma obra que retrata, em uma versão nordestina, a clássica história do autor Saint-Exupery, sucesso na literatura infantil. Assim como na história original, na obra de Josué Limeira, ilustrada por Vladimir Barros, o Pequeno Príncipe viaja em busca do amor e da amizade. No entanto, ele e o cenário possuem características singulares, além da história ser contada em cordel.

“Quando criamos o Pequeno Príncipe em Cordel já imaginávamos que ele teria um grande retorno econômico, como jogos de tabuleiro e artesanato, por exemplo, mas virar enredo de escola de samba do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo, para mim foi uma grande surpresa”, falou Josué Limeira, em tom de alegria.

O escritor também falou sobre a importância do cordel e da cultura pernambucana ser levada para fronteiras além do Estado. “Será um reforço maior à nossa cultura, porque levar a linguagem nordestina para se unir à cultura do samba por meio de um livro é algo inexplicável”, declarou.

‘Levar a riqueza cultural do Nordeste para os olhos do mundo é algo que sempre procurei’

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM - José Limeira, criador do livro 'O Pequeno Príncipe em Cordel'

CORTESIA - José Limeira e Vladimir Barros, criador e ilustrador da obra 'O Pequeno Príncipe em Cordel'

CORTESIA - José Limeira e Vladimir Barros, criador e ilustrador da obra 'O Pequeno Príncipe em Cordel'

Levar a riqueza cultural do Nordeste para os olhos do mundo é algo que o ilustrador Vladimir Barros sempre procurou. Por isso, para ele, a Tom Maior utilizar ‘O Pequeno Príncipe em Cordel’ como base para o desfile é motivo de muito orgulho.

“Estou muito feliz por saber que o material que foi desenvolvido por mim e pelo Josué impactou pessoas que estão a quilômetros de distância. Sinto muito orgulho de representar meu estado e minha região em um evento gigantesco”, disse.

Um outro motivo que deixa o ilustrador feliz é saber que todo o trabalho realizado por ele no livro foi feito tendo a sua cultura como referência. “Não precisei ir no quintal dos outros, tive tudo dentro de casa: nós nordestinos somos extremamente ricos visualmente, culturalmente e musicalmente”, concluiu.

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