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Porto do Recife realiza novo embarque de cestas básicas para Fernando de Noronha

Estão sendo doados alimentos, água mineral, ração animal e itens de higiene para mais de 700 famílias do arquipélago

JC
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Publicado em 21/05/2020 às 13:31 | Atualizado em 21/05/2020 às 13:55
PORTO DO RECIFE/DIVULGAÇÃO
Doação de alimentos, ração animal, água mineral e produtos de higiene pessoal para 700 famílias da Ilha de Fernando de Noronha - FOTO: PORTO DO RECIFE/DIVULGAÇÃO

Uma rede de solidariedade coordenada pelo Governo de Pernambuco e operada pelo Porto do Recife foi criada para garantir a doação de alimentos, água mineral, ração animal e itens de higiene a mais de 700 famílias do arquipélago. Nesta quinta-feira (21), foi feito um novo embarque de cestas básicas no ancoradouro recifense, totalizando duas mil doações até agora.  

Como a economia do arquipélago de Fernando de Noronha é basicamente formada pelo turismo, as ações sociais em benefício dos moradores da ilha foram intensificadas durante a pandemia provocada pelo coronavírus

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A iniciativa é fruto de um esforço coletivo entre o poder público e a iniciativa privada. Participam as secretarias de Desenvolvimento Econômico e Desenvolvimento Social, além do Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa-PE), empresas de alimentos e de transporte marítimo de cargas, e o órgão Gestor de Mão de Obra do Recife (OGMO Recife).

Até o momento, já foram doados 60 toneladas de cestas básicas; quatro toneladas de caixas com garrafas de água mineral; três toneladas de frutas e legumes; meia tonelada de frango congelado; 600 quilos de ração animal e 400 quilos de máscaras de proteção e álcool.

Segundo o coordenador de Operações e Estatísticas do Porto do Recife, Édson Ferreira Gomes, como a demanda por alimentos e por produtos de higiene pessoal diminuiu consideravelmente na ilha, com as medidas de isolamento social (todas as atividades turísticas estão suspensas em Noronha), apenas as embarcações que têm contrato para transporte de combustíveis e resíduos estão com viagens regulares.

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“As demais embarcações se deslocam apenas quando têm cargas contratadas. Mesmo assim, com as dificuldades enfrentadas no momento, as que estão fazendo o trajeto têm reservado espaço gratuito para ajudar à população da ilha, o que, sem dúvida, todos nós agradecemos”, afirma Gomes.

Ele destaca ainda a importância do papel de fiscalização do porto. “Sabemos que muita gente tem boa vontade de ajudar, mas existem regras a serem seguidas. Há alguns dias, uma empresa quis fazer uma doação grande de frango congelado, mas a conservação do produto não estava nas condições ideais. Então, não pôde embarcar naquele dia. Felizmente, dias depois, o problema foi devidamente resolvido, e a carga transportada”, lembra.

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O gerente Comercial de Transporte Marítimo da Agemar, Arlindo Santos Júnior, explica que, logo quando surgiu o problema da pandemia e do isolamento social, a administração de Noronha procurou a empresa para que fosse feita uma parceria de transporte, sem frete, de 2 mil cestas básicas vindas do Ceasa-PE. A proposta foi aceita. A média do frete cobrado pelas embarcações é de R$ 1,4 mil por tonelada transportada.

“Já foram feitas três viagens, com um total de 1.575 cestas, e, na quinta-feira (21), transportaremos a últimas 425. Isso tudo sem contar com as 2 toneladas de legumes que já enviamos também para lá. Um dos nossos pilares é valorizar relacionamentos. Por isso, acreditamos ser fundamental praticar a empatia no momento em que a comunidade da ilha tem experimentado, de forma intensa, sentimentos como incerteza, ansiedade e insegurança”, declara Santos Júnior.

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Para ajudar ainda mais na logística, o Órgão Gestor de Mão de Obra do Recife (OGMO Recife) abriu mão do pagamento que essas embarcações deveriam fazer. Vale a pena lembrar que a nova Lei dos Portos (12.815/2013) manteve “a obrigatoriedade da contratação de mão de obra via OGMO nos portos organizados”.

“Quando soubemos dessas doações, avisamos ao porto que iríamos abrir mão desse pagamento. O que está em jogo neste momento é a solidariedade”, garante a gerente Administrativo-Financeira da OGMO Recife, Gleyce Bezerra. A média cobrada pela OGMO Recife é R$ 1,4 mil por embarcação.

Fim dos casos em Noronha 

No último dia 9 de maio, com a confirmação de que os últimos quatro casos ainda em investigação foram descartados, a Administração da Ilha anunciou que conseguiu zerar a doença no arquipélago. Todos os 28 pacientes que foram infectados pelo novo coronavírus estão curados e não há mais casos suspeitos da doença.

O fim dos casos de coronavírus em Noronha coincidiu com o fim da quarentena, que se encerrou no dia 10. Desde o dia 20 de abril, os moradores da ilha estavam em regime de isolamento total. Com a medida, estabelecida pelo Decreto Estadual 48.955, os moradores passaram a ter que preencher formulários via internet solicitando autorização da administração para sair de casa. A liberação era dada apenas para necessidades essenciais.

Para o Administrador da ilha, Guilherme Rocha, o respeito da população pelas medidas restritivas implementadas foi fundamental para esse resultado. “Temos que agradecer à população, que precisa ser parabenizada. Sofremos muito quando anunciamos a quarentena, dia 20 de abril, como uma medida rígida, porém necessária. Agora, somos o primeiro lugar a zerar o coronavírus e mostrar ao Brasil e ao mundo um exemplo prático de que o isolamento dá certo”, enfatiza.

Com o fim da quarentena, o governo trabalha em um protocolo de flexibilização gradual das atividades na ilha. Nesse primeiro momento, a reabertura está sendo para os moradores que estão no arquipélago, que já estão podendo sair de casa com máscaras de proteção, sem precisar da autorização da administração local.

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