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Caso Miguel: 'Ela é um monstro', diz Mirtes após conversar com Sarí Côrte Real na delegacia

Sarí Côrte Real prestou depoimento na manhã desta segunda-feira (29), sobre a morte do menino Miguel Otávio, de 5 anos

Cadastrado por
Bruna Oliveira
Ciara Carvalho
Raphael Guerra
Publicado em 29/06/2020 às 15:16 | Atualizado em 29/06/2020 às 18:58
MONTAGEM/FOTOS YACI RIBEIRO/JC IMAGEM
Mirtes conversou com Sarí Côrte Real nesta segunda-feira (29) - FOTO: MONTAGEM/FOTOS YACI RIBEIRO/JC IMAGEM

Com informações da TV Jornal

Após conversar com a ex-patroa Sarí Côrte Real, que prestou depoimento na manhã desta segunda-feira (29), na delegacia de Santo Amaro, área central do Recife, sobre a morte do menino Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, a empregada doméstica e mãe da criança, Mirtes Souza, afirmou que a mulher "é um monstro". A delegacia abriu as portas duas horas antes do expediente normal para ouvir o depoimento de Sarí, que deixou o local por volta das 14h30.

Emocionada, Mirtes conversou com jornalistas assim que conseguiu ficar frente a frente com a ex-patroa, como gostaria, e informou que a mulher afirmou para ela não ter apertado o botão do elevador, em que Miguel foi deixado sozinho e se dirigiu ao nono andar, de onde caiu de uma altura de 35 metros do Condomínio Píer Maurício de Nassau, na área central do Recife, no dia 2 de junho. Mirtes também falou que a mulher não pediu desculpas pela morte da criança.

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Mirtes contestou as falas de Sarí, porque imagens do sistema de câmeras do edifício, divulgadas após a queda do menino, mostram que a patroa da mãe da criança apertou um botão do elevador em andar superior ao que morava e liberou a porta do equipamento com o menino sozinho dentro dele.

Antes de conversar com a ex-patroa, a mãe do menino, já havia informado que só sairia do local quando ficasse frente a frente com Sarí. "Ela acabou com a minha vida. Não tenho mais saúde por culpa dela. Ela matou meu filho. Eu tinha que vir para dizer uma verdade na cara dela", disse a mãe. 

Além da mãe do garoto, um grupo de pessoas acompanhou o depoimento do lado de fora da delegacia para pedir justiça por Miguel.

Saída de Sarí da delegacia

Durante a saída da delegacia, Sarí Côrte Real não falou com jornalistas e foi transportada por uma viatura da polícia. De acordo com informações da TV Jornal, houve um tumulto por parte das pessoas que se encontravam do lado de fora do local, que tentaram avançar no veículo que estava a mulher investigada pela morte de Miguel.

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Delegacia abre fora do horário de expediente

Com horário de expediente da delegacia às 8h da manhã, o delegado Ramon Teixeira chegou à unidade policial às 6h. Pouco depois, Sarí e o marido, o prefeito de Tamandaré Sérgio Hacker (PSB), chegaram à delegacia. 

Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco disse que "os advogados da acusada apresentaram requerimento ao Delegado que preside o Inquérito Policial solicitando a realização do depoimento em horário mais cedo que o de início do expediente da unidade policial. Considerando os argumentos relativos à possibilidade de aglomeração de pessoas e o risco de agressão à depoente por parte de populares, o delegado deferiu o requerimento".

A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que está oficialmente habilitada para acompanhar o caso, não foi comunicada do depoimento, nem tão pouco da antecipação do horário da ouvida. Sobre a justificativa dada em nota oficial pela Polícia Civil, o presidente da OAB, Cláudio Ferreira, afirmou que o delegado poderia ter solicitado proteção policial na frente da delegacia, caso entendesse necessário. "Em relação a esse argumento, se não houver uma comprovação de que não haveria meios de garantir essa integridade, torna-se difícil para o delegado, depois dessa atitude, continuar conduzindo o inquérito."

O caso

A previsão é de que o inquérito seja concluído até quinta-feira (2), quando completam os 30 dias da morte do garoto. O menino Miguel era filho de Mirtes, empregada doméstica de Sarí Côrte Real, esposa do prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker (PSB).

Mirtes havia deixado o filho sob a responsabilidade da patroa e desceu para passear na rua com o cachorro da família. Ao voltar para o prédio, ela se deparou com o filho praticamente morto. Miguel foi socorrido, mas morreu no Hospital da Restauração.


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