Em uma série de publicações nas redes sociais, nesta segunda-feira (27), a ONG Salve Maracaípe denunciou que uma área de restinga da praia, em Ipojuca, Grande Recife, utilizada para desova de tartarugas-marinhas, foi devastada. A prefeitura da cidade afirmou que o local receberá uma quadra de esportes móvel para crianças e adolescentes acompanhados pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e que o projeto não causará impacto ambiental.
"Máquinas pesadas arrancaram a restinga da praia, área protegida por lei! Área de desova de tartarugas e proteção da praia! É um crime ambiental gravíssimo! Uma vergonha para Ipojuca!", relatou a ONG em um dos posts em seu perfil no Instagram.
Em outra publicação, a Salve Maracaípe disse que, além da natureza, a ação prejudica também o turismo na região. "Não é só um crime ambiental, é um crime contra a história de Maracaípe, de Porto de Galinhas. É um crime contra quem trabalha com o turismo, contra os bugueiros, contra as pousadas e hotéis. O turista vem para desfrutar das belezas naturais e o que ele tem encontrado? Cada vez mais a natureza sendo devastada!", afirmou a ONG.
Sobre o posicionamento da prefeitura, a ONG Salve Maracaípe afirmou nas redes sociais que houve, sim, impacto ambiental e que entrará oficialmente com um pedido para ter acesso aos Estudo de Impacto Ambiental nesta terça-feira (28).
Segundo a Prefeitura de Ipojuca, a área estava sendo utilizada anteriormente para pouso e decolagem de parapentes e paramotores. Por meio de nota, a gestão municipal informou também que a desova de tartarugas foi analisada e, por isso, a quadra, projeto executado pela Secretaria Municipal de Assistência Social e apoiado pelo Ministério Público da comarca, será móvel.
Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, as fotos abaixo mostram a área antes do início da obra:
Leia a íntegra da nota à imprensa:
"A Prefeitura do Ipojuca esclarece que área em Maracaípe, onde receberá uma quadra móvel para enfrentamento do trabalho infantil e violência contra criança e adolescentes, acompanhadas pelo CREAS, estava sendo utilizada, anteriormente para pouso e decolagem de parapentes e paramotores. Antes da pandemia do Ccvid-19, a Prefeitura do Ipojuca concedeu a licença para a execução do projeto que tem como executora a Secretaria Municipal de Assistência Social, projeto apoiado pelo Ministério Público da comarca.
É importante ressaltar que o projeto não causará impacto ambiental no espaço destinado à oficina de esportes na praia de Maracaípe, e que também foi analisada a desova das tartarugas no local. Para tal, a estrutura da arena será totalmente móvel, tendo o município através do projeto locado um container para armazenar o material. As oficinas serão custeadas com recursos federais e constituem expansão do serviço já existente de convivência e fortalecimento de vínculos já existente. O Instituto Geração Quatro executará o projeto. Todas as medidas sanitárias e ambientais já foram adotadas."