Ciências do Mar IV: Porto do Recife vai hospedar laboratório de ensino fluente

A intenção principal do projeto reside na capacitação de alunos de cursos como oceanografia e engenharia de pesca
JC
Publicado em 31/08/2020 às 12:07
Embarcação Ciências do Mar IV Foto: Cortesia


Durante os próximos cinco anos, o Porto do Recife será o primeiro lar da nova embarcação Ciências do Mar IV. Com 32 metros de profundidade, calado de 2,7 metros e capacidade para 26 pessoas, ela é a última das quatro embarcações construídas através de financiamento do Ministério da Educação para atender estudantes das diversas regiões do Brasil permeados por oceano: Nordeste, Norte, Sudeste e Sul. A hospedagem em solo recifense faz parte de um acordo de cooperação técnica firmado pelo ancoradouro recifense com a Universidade Federal de Pernambuco, que lidera o projeto.

A embarcação, porém, ainda não chegou em solo pernambucano. “A previsão era que a embarcação fosse entregue no início do ano, mas a pandemia atrasou todo o cronograma”, explica o professor de oceanografia da UFPE a frente do projeto, Alex Costa e Silva. Por essa razão, o “Laboratório de Ensino Fluente” ainda está para atracar na capital pernambucano na segunda quinzena de setembro.

O local, inclusive, não foi por acaso: “A localização do terminal facilita o deslocamento da embarcação para futuros trabalhos de execução científica, como também possibilitará a abertura do laboratório flutuante para as escolas e a população, que terão a oportunidade de visitar uma embarcação de pesquisa”, afirma o professor sobre a preferência do Porto do Recife.

Pesquisas

Mas antes das visitações abertas que ainda são apenas uma possibilidade, o foco é para os estudantes. O projeto não é limitado ao estudantes da UFPE e podem atrair alunos de ciências do mar de todo o Nordeste brasileiro, sejam graduandos de biologia marinha ou engenharia de pesca, portanto que estejam dispostos a ficar dez dias na embarcação. A intenção principal do projeto reside na capacitação de alunos, essencial para a graduação na área. O estágio-embarcação, por exemplo, faz parte do currículo obrigatório dos estudantes de oceanografia.

“O primeiro projeto de monitoramento ambiental já está sendo viabilizado entre a UFPE e o ancoradouro, para ser realizado durante as obras de dragagem que acontecerão ainda este ano”, explica Carlos Vilar presidente do Porto do Recife. Com isso, o “Laboratório de Ensino Flutuante - Ciências do Mar IV” vai fornecer ao Porto dados oceanográficos, meteorológicos e ecossistêmicos da bacia e do entorno do ancoradouro, bem como levantar a fauna aquática da bacia identificando, principalmente, as espécies invasoras.

E por ser tratar de uma parceria, ambas as partes ganham. “Nós oferecemos infraestrutura para os barcos, que precisam de um local para atracar, e em contrapartida, eles vão nos abastecer com informações que seriam automaticamente feitas dentro da pesquisa. É um grande ganho para os alunos, que precisam dessas aulas”, esclarece o presidente. Ainda não há data oficial para o inicio do projeto neste ano, mas o professor garante que “todos os protocolos de segurança da covid-19 serão seguidos.”

O monitoramento permite estudar os aspectos físicos, químicos e biológicos para avaliar impacto ambiental da futura drenagem na área. Ainda que esse não seja o objetivo principal, segundo o professor Alex, é possível fazer análise de poluentes de água, ou seja, os estudantes e professores poderão estudar a região que foi afetada, em 2019, pelas manchas de óleo. “É possível fazer um levantamento da região. Qualquer vazamento pode ser estudado”, reforça Alex.

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