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EDUCAÇÃO

Em Pernambuco, escolas infantis privadas enfrentam dificuldades para retomar ensino presencial

A liberação para o modelo presencial no dia 24 não deve significar retorno imediato

Danielle Santana
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Danielle Santana
Publicado em 06/11/2020 às 19:39 | Atualizado em 06/11/2020 às 19:45
YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM
Crianças do ensino infantil poderão retornar as aulas presenciais no dia 24 - FOTO: YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM

O governo de Pernambuco autorizou a retomada do ensino infantil presencial nas escolas particulares a partir do próximo dia 24 de novembro. Porém, a liberação das atividades presenciais não deve significar um retorno massivo, nem de escolas, nem de alunos. Mesmo sem ter recebido posicionamentos formais sobre o caso, o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco (SINEPE-PE) avalia que a maioria das escolas não deverá retornar ao ensino presencial neste ano.

O presidente da categoria, José Ricardo Diniz, aponta alguns motivos. O primeiro deles é a dificuldade financeira enfrentada por algumas instituições de ensino, especialmente as que funcionam apenas com o ensino infantil e fundamental. “Elas foram as grandes prejudicadas com essa crise. Todas foram, mas no ensino infantil o impacto é maior, já que muitas vezes essas crianças não conseguem acompanhar o ensino remoto, então a escola acabou tendo dificuldade em oferecer esse tipo de suporte”, declara.

A mesma avaliação é feita pelo Secretário de Educação e Esportes de Pernambuco, Fred Amâncio. Ele destaca que cerca de 70% das escolas privadas do Estado são de pequeno porte e costumam ofertar apenas o ensino infantil e fundamental. Para ele, essas foram as maiores prejudicadas durante a proibição das atividades presenciais.

Amâncio observa que a dificuldade de retomada também poderá ser sentida pela rede pública. “No caso da educação infantil, temos um outro desafio que são as várias unidades que fecharam e vão gerar uma pressão muito grande para a rede municipal que deve ter uma procura grande para o próximo ano, em decorrência do fechamento das atividades dessas pequenas escolas”, comenta.

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José Ricardo destaca que algumas instituições de ensino têm pensado em soluções para enfrentar o momento e viabilizar o retorno. Ele afirma que algumas escolas têm procurado se juntar. O movimento vem sendo feito tanto através de associações como de fusões de unidades diferentes. No entanto, a recomendação do sindicato é de que, caso a escola avalie que não possui condições de retornar ao modelo presencial, não volte. A orientação é baseada no decreto elaborado pelo Estado que, apesar de permitir, não obriga o retorno.

Outra dificuldade estaria na data estabelecida pelo governo, 24 de novembro, já que o período de final de ano costuma ser marcado pelas férias escolares dos pequenos. Como os pais avaliam que as crianças têm a opção de continuar em casa sem serem prejudicadas no ano seguinte, muitos deverão optar por não permitir o retorno das crianças ao modelo presencial neste momento, destaca José Ricardo.


O Secretário de Educação do Estado observa que, apesar de ter o ensino prejudicado, o aluno do ensino infantil também possui um grande potencial de recuperação. “Tem uma perda, porque o ideal é que tenha a aprendizagem acompanhando o desenvolvimento, mas elas também têm maior chance de se recuperar. Agora, vai ter que ser feito um trabalho diferenciado com essa criança para que ela possa recuperar esse tempo e não prejudique o processo de alfabetização, quando ela tiver com 6 ou 7 anos de idade. Mas as perspectivas e possibilidades de recuperação são boas”, finaliza.

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