CRIME

Polícia Federal em Pernambuco e em mais cinco estados mira organização que operava com tráfico de drogas para a Europa

Em Pernambuco, são cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nas cidades do Recife, Jaboatão dos Guararapes, Bonito e Petrolina

JC
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Publicado em 09/11/2020 às 8:27 | Atualizado em 09/11/2020 às 13:41
DIVULGAÇÃO/PF
A investigação teve início em 21 de junho de 2019, quando a Receita Federal do Brasil (RFB) apreendeu 808 kg de cocaína, camuflada em carga de bananas que seria exportada para Bélgica, no Porto de Suape - FOTO: DIVULGAÇÃO/PF

A Polícia Federal mira, nesta segunda-feira (9), nos estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí, São Paulo e Mato Grosso, uma organização criminosa especializada no armazenamento e exportação de grandes quantidades de cocaína via portos de Suape, no Grande Recife, e de Belém, no Pará, até a Europa. Em Pernambuco, são cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nas cidades do Recife (bairros da Torre e de Boa Viagem), em Jaboatão dos Guararapes (bairro de Piedade), no Grande Recife, em Bonito, no Agreste, e em Petrolina, no Sertão.

"A especialidade deles é fazer a logística do tráfico de drogas. Essa droga não é produzida no território nacional, ela vem da Bolívia, Colombia, Peru, e ingressa no País. Depois, de alguma maneira ela tem que ser mandada para a Europa. Então, eles usam grupos especializados em fazer essa exportação", relata o delegado Wagner Furtado Menezes.

No Rio Grande do Norte, ação acontece nos municípios de Natal e em Parnamirim; em São Paulo, nas cidades de Sumaré e de São Paulo; no Mato Grosso do Sul, em Cuiabá; no Ceará, em Juazeiro do Norte, Barbalha e Fortaleza e no Piauí em Teresina. Em todo o Brasil, foram mobilizados 80 policiais federais com o objetivo de cumprir quatro mandados de prisão preventiva e 18 mandados de busca e apreensão.

"Essa organização trazia essa cocaína da Bolívia, armazenava-a no nosso País, e depois a ocultava em cargas de frutas, através de conteiners, para escoar toda essa droga para a Europa, principalmente para a Bélgica", explica o chefe de Comunicação da PF em Pernambuco, Giovani Santoro. Segundo ele, o líder da quadrilha já foi preso. "A informação é de que esse líder já foi preso em outro estado. Ele vai ser enviado para o sistema prisional de São Paulo, onde ele residia, e os outros integrantes irão para os respectivos sistemas prisionais dos estados", disse.

Segundo a PF em Pernambuco, a investigação teve início em 21 de junho de 2019, quando a Receita Federal do Brasil (RFB) apreendeu 808 kg de cocaína, camuflada em carga de bananas que seria exportada para Bélgica, no Porto de Suape, na Região Metropolitana do Recife. A corporação, então, iniciou a investigação criminal, tendo apoio da RFB na troca de informações sobre os criminosos.

"No país inteiro, a Receita Federal está alerta. A gente vê muitas apreensões, tanto no Porto de Santos, como Itajaí. Aqui [em Pernambuco], o caso despertou um alerta e ficou todo mundo prestando atenção. Além do scaner, utiliza-se muito a inteligência fiscal para conferir os dados. Essa empresa mesmo, das bananas, não era do ramo de exportação de frutas", afirmou o superintendente da Receita Federal José Honorato de Souza.

Até o momento, a PF acredita que o grupo criminoso é formado por integrantes espalhados por Estados do Nordeste, mas com atuação também no Norte do país. As lideranças da organização têm raízes no roubo e furto de cargas e, por isso, já foram alvos da Operação Piratas do Sertão, deflagrada pela Polícia Federal em 2010 nos Estados de Rio Grande do Norte e Paraíba. Além disso, foram detectados ligações criminosas desse grupo com lavadores de dinheiro na Região Sudeste e Centro-Oeste.

A polícia ainda investiga ligação dos criminosos com "pessoas ligadas à rede de transporte rodoviário", porque, segundo Giovani, "essas pessoas também atuavam no crime de roubo de cargas."

Ao todo, 15 pessoas já foram indiciadas pelos crimes de tráfico e financiamento ao tráfico de drogas, de organização criminosa e de lavagem de dinheiro. As penas podem variar de três a 20 anos de reclusão, mas, podem chegar ao limite máximo de 30 anos de cumprimento da pena.

Por fim, a Polícia Federal informou que a Operação Símios está sendo deflagrada em conjunto com a Operação Pojuca, conduzida pela Polícia Federal no Pará, já que foi detectado que o grupo também foi responsável por ações criminosas do mesmo tipo em porto do Estado.

Em resposta à reportagem, o Porto de Suape reforçou que "a segurança portuária é acompanhada e fiscalizada de perto pela Comissão Estadual de Segurança Portuária (CESPORTOS), cuja coordenação é da Polícia Federal. E a administração do Porto de Suape se mantém disponível para colaborar com toda e qualquer investigação dos órgãos de controle, dentro de sua competência. Vale salientar que todas as operações via contêineres são realizadas por terminais privados, extrapolando a esfera administrativa do porto..

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