Coronavírus

Vacina da covid-19 estará em todos os municípios em até 4 dias depois de sua chegada a Pernambuco, diz secretário

André Longo também falou sobre os grupos que terão prioridade na vacinação em Pernambuco

Cássio Oliveira
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Cássio Oliveira
Publicado em 16/12/2020 às 9:42 | Atualizado em 12/01/2021 às 12:25
ALUÍSIO MOREIRA/DIVULGAÇÃO
André Longo, secretário de saúde de Pernambuco - FOTO: ALUÍSIO MOREIRA/DIVULGAÇÃO

Atualizada às 17h26

O secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, reafirmou, nesta quarta-feira (16), que o Estado está preparado para receber vacinas contra o novo coronavírus (covid-19), e distribuí-las aos 184 municípios pernambucanos em, no máximo, quatro dias. 

"Temos estrutura para a distribuição, estamos preparados e Pernambuco tem plano de imunização já testado em outros momentos. Fazemos campanha de vacinação todos os anos, esse é o tempo médio. Contamos com municípios nessa distribuição, eles são capilares do processo e trabalhamos para estar prontos. Tão logo tenhamos vacinas é possível sim", afirmou André Longo à Rádio Jornal.

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O prazo de distribuição havia sido informado pelo governador Paulo Câmara (PSB) na terça-feira (15) após reunião com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em Brasília, com a participação do secretário estadual. Na ocasião, também foi anunciado que Pernambuco será um polo logístico para a distribuição de vacinas no País." Procuramos entender melhor como será o processo de vacinação e vimos contatos com o Butantan. Isso nos deixou tranquilos, o Brasil e São Paulo estão se entendendo melhor", destacou André Longo. 

Ele reforça que as primeiras doses precisam ser aplicadas em grupos prioritários. Na reunião com Pazuello, Paulo Câmara solicitou que os idosos acima de 60 anos e todos os profissionais da educação, não apenas os professores, sejam incluídos na primeira fase da imunização dos grupos prioritários. 

"Entendemos que é importante que o Programa Nacional de Imunização seja o vetor de distribuição de vacinas para garantir a universalidade, equidade e que os vulneráveis sejam respeitados. Hoje, cerca de 75% dos casos de covid são idosos. Então, não é possível ter Estado vacinando pessoas com menos de 60 anos em detrimento de idosos. Precisamos garantir atendimento universal, atuante, célere e todas as vacinas disponíveis, seguras e eficazes à disposição da população ao mesmo tempo", afirmou.

A prioridade será de pessoas com mais de 80 anos, em seguida, mais de 70 e, depois, mais de 60. A mortalidade nesses grupos é grande. Precisa proteger, também, trabalhadores da saúde, preciso lembrar do heroísmo deles. Além disso, os trabalhadores da educação para não ter descontinuidade do calendário escolar. Pessoas em situação de risco, comorbidade, diabetes, hipertenso. Esse público gira em torno de 2 milhões de pernambucanos que precisam ser vacinados o quanto antes para, depois, pensarmos em vacinar outros grupos.
André Longo, secretário de Saúde de Pernambuco

O Programa de Imunização de Pernambuco possui atualmente 1,7 milhão de seringas estocadas. Além dessas, foram encomendadas 1,8 milhão de unidades que ainda serão entregues pelo fabricante. Está em andamento uma licitação para que o estado adquira mais 7 milhões de seringas, com conclusão prevista para janeiro de 2021. 

Coronavac

Já na tarde desta quarta-feira, Longo falou à CBN Recife e foi questionado sobre o saldo que traz de Brasília. Na visão do secretário, a inclusão da CoronaVac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e produzida em parceria com o Butantan, no hall de vacinas que poderão ser compradas pelo governo federal, é uma sinalização positiva.

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Nesta quarta-feira, o governo federal lançou oficialmente o Plano Nacional de Imunização. O anúncio foi feito pelo ministro Pazuello. "Todas as vacinas produzidas no Brasil, ou pelo Butantan, pela Fiocruz ou qualquer indústria, terá prioridade do SUS e isso está pacificado", afirmou o ministro na ocasião, confirmando também a inclusão da CoronaVac.

Casos de Covid-19

Longo continua em Brasília participando de reuniões sobre o Plano Nacional de Imunizações (PNI). Ele participa nesta quarta-feira (16) do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e deve retornar ao Estado ainda nesta quarta-feira. Durante a entrevista, ele foi questionado sobre o aumento no número de casos em Pernambuco.

"É preciso deixar claro que a situação exige cautela, a pandemia não acabou, mas o numero de 2.071 casos não se compara com o começo da pandemia, pois não tínhamos tantos testes quanto agora. É possível que tivéssemos muito mais casos. Ainda assim, nos preocupamos e os números mostram que não temos controle absoluto da doença. Os piores meses foram abril e maio, quando tivemos impacto forte, morrendo mais de cem pessoas por dia, e não queremos repetir isso. É preciso colaborar mantendo distanciamento, usando máscara, fazendo higienização das mãos", disse o secretário de Saúde de Pernambuco.

Foram confirmados, nesta quarta-feira, 2.071 casos e 15 mortes pela Covid-19 em Pernambuco. Assim, o Estado ultrapassou os 201 mil casos, totalizando 201.851 pessoas que receberam a confirmação de infecção pelo novo coronavírus, além de 9.339 pacientes que perderam a vida com a doença desde março.

Carnaval

Questionado sobre o cancelamento do Carnaval, o secretário disse que está analisando uma festa de cada vez e que em breve deverá fazer um anúncio sobre a festividade. Na última semana, o governo estadual anunciou a proibição de shows, festas e similares, independentemente do número de participantes, que começou na terça-feira, 8 de dezembro. Também estão proibidos eventos de Natal e réveillon particulares. As decisões são válidas para todo o território de Pernambuco e visam frear o avanço da covid-19, que voltou a crescer no Estado. “Com base no atual momento epidemiológico, estamos proibindo a realização de shows e festas de Natal e réveillon, incluindo os realizados em espaços públicos, condomínios, clubes, hotéis e estabelecimentos afins, com ou sem cobrança de ingresso”, anunciou Longo na última semana.

Sobre o tempo estimado e um ano e quatro meses para a vacinação de todos os brasileiros, o secretário destaca que poderia ser feito em menos tempo, mas que não se pode ter pressa. "A gente quer celeridade, o Brasil tem condições de fazer em tempo mais curto, caso haja vacina para todos, mas vacinando os vulneráveis primeiro, estimamos que em Pernambuco essas pessoas estejam em torno de 2 milhões, vamos reduzir fortemente a mortalidade", disse. 

O governo federal prevê a entrega de 15 milhões de doses para todos os Estados em janeiro de 2021, mais 15 milhões em fevereiro, 40 milhões em março e 70 milhões em abril. Depois, mais 15 milhões em fevereiro, outros 40 milhões em março e 70 milhões em abril. Pernambuco receberia inicialmente apenas 500 mil doses. 

Citação

A prioridade será de pessoas com mais de 80 anos, em seguida, mais de 70 e, depois, mais de 60. A mortalidade nesses grupos é grande. Precisa proteger, também, trabalhadores da saúde, preciso lembrar do heroísmo deles. A

André Longo, secretário de Saúde de Pernambuco

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