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Em meio a sorrisos, acenos e aplausos, o Recife debruçou-se na janela, no fim da tarde dessa quarta-feira (06), Dia de Reis, para celebrar a Queima da Lapinha, que é uma tradicional liturgia que marca o encerramento do ciclo natalino. Para driblar tempos difíceis causados pela pandemia, a Lapinha saiu do Parque Dona Lindu e foi ao encontro dos recifenses, desfilando em carro aberto pelas ruas da capital pernambucana, acompanhada pela Frevioca, de onde pastorinhas distribuíam a alegria azul e encarnada da cultura popular nordestina.
O cortejo terminou no Sítio Trindade, na Zona Norte da cidade, onde foi consagrada ao fogo a Lapinha, feita de folhagens secas e incensos, com seu simbolismo relacionado à manjedoura onde nasceu o Menino Jesus.
Confira as imagens
Pela primeira vez em muitos anos, a liturgia aconteceu sem a presença do público, para evitar aglomerações, em função da pandemia. Diante de pastorinhas do Estrela Brilhante e ao som da Bandinha Mendes e Sua Orquestra, a Lapinha ardeu em chamas altas, mais altas que de costume, talvez para avisar que tempos mais luminosos se anunciam.
A programação natalina, que a cerimônia deu por encerrada, começou no último dia 19 de dezembro, espalhando as cores, luzes e tradições culturais do ciclo pelas ruas da cidade, com apresentações volantes e virtuais de pastoris, guerreiros e espetáculos natalinos.
As tradições culturais do ciclo desfilaram por toda a cidade, de carona nas Freviocas, rebatizadas de Nataliocas, levando a alegria natalina para pertinho dos recifenses. Ao todo, foram 12 apresentações percorrendo todas as regiões da cidade nos dias 19, 20 e 25. No aeroporto, entre os dias 19 e 23, dez apresentações de pastoris e bandinhas receberam os visitantes.
No Recife Antigo, a grande atração foram as luzes e cores que tomaram conta da Avenida Rio Branco e do Cais da Alfândega. A decoração preparada pela Prefeitura do Recife imprimiu a magia do Natal sobre a malha urbana e a rotina da cidade, por meio de projeções luminosas de símbolos natalinos sobre as fachadas dos prédios e copas de árvores.
No Cais da Alfândega, a árvore de Natal parecia derramar luzes sobre a cidade, em quatro faces, unidas por esferas luminosas. Em cada face, a imagem de um Jesus Cristo ajoelhado, mãos em prece, se projetava para fora da estrutura, para chegar mais perto dos recifenses, em sintonia com os pedidos de renovação de esperanças, de fé e da chegada de tempos mais amorosos e compassivos.
A programação contou ainda com exibições televisivas e virtuais dos já tradicionais espetáculos natalinos Baile do Menino Deus e Natal para Sempre, além da festa de luzes promovida nos céus do Recife na noite do Réveillon, com a projeção de lasers a partir de oito pontos estratégicos na cidade, nas zonas Norte, Sul e Oeste.
Jornalista pelo Centro Universitário Maurício de Nassau (Uninassau), com passagem pela WebTV Uninassau. Desde agosto de 2020, repórter do Jornal do Commercio.