VIOLÊNCIA

Sem carro do IML, Sinpol denuncia dificuldade para remover corpos em Caruaru, no Agreste de Pernambuco

De acordo com o presidente do sindicato, as famílias que tiveram parentes assassinados estão precisando arrumar outras formas para recolher os corpos

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JC

Publicado em 03/02/2021 às 14:11 | Atualizado em 03/02/2021 às 14:34
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Com informações do repórter Berg Santos, da Rádio Jornal Caruaru

No município de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, a falta de um veículo adequado para fazer a remoção de corpos está dificultando o trabalho da Polícia Civil e causando transtornos para moradores da região. De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), Rafael Cavalcanti, o problema teve início quando o veículo do Instituto de Medicina Legal (IML) utilizado para recolher corpos - conhecido popularmente como "rabecão" -, precisou entrar em manutenção.

Por causa disto, as famílias que tiveram parentes assassinados ou vítimas de outras mortes violentas como acidentes de trânsito, afogamento, entre outros; estão precisando encontrar outras formas para remover os corpos, causando ainda mais sofrimento. Para o presidente do sindicato, a situação é considera vexatória.

"É inconcebível você imaginar que uma região tão importante quanto Caruaru não tenha um veículo para poder fazer o recolhimento dos corpos que porventura seja necessário, em decorrência dos homicídios que vêm aumentando em todas as regiões do Estado. Isso demonstra a precariedade da estrutura da Polícia Civil que acaba com uma piora no serviço prestado à população e consequentemente um aumento da criminalidade, já que a gente não consegue investigar e fazer o nosso serviço", destacou.

Com a ausência do carro do IML, Cavalcanti informa que a remoção dos corpos vem sendo providenciada pela própria família. "Os parentes de uma pessoa que porventura tenha sido morta precisam providenciar uma funerária. Se não tiverem condições, eles têm que ficar clamando, se humilhando. Estamos fazendo a população, em um momento de dor, passar novamente por uma violência e constrangimento", avaliou. 

Por meio de nota, a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco afirmou que o veículo apresentou problemas mecânicos e está em manutenção. A SDS ressaltou que, com o objetivo de evitar prejuízos nas remoções, o Instituto de Medicina Legal está realizando parcerias com empresas de transporte funerário e viaturas, coordenadas pelo centro integrado de operações de Defesa Social.

Aumento de homicídios em Pernambuco

A coluna Ronda JC mostrou que nem mesmo o isolamento social foi capaz de minimizar os efeitos da violência em Pernambuco. O balanço divulgado pela Secretaria de Defesa Social (SDS) no dia 15 de janeiro revela que 2020 fechou com aumento de 8,4% no número de homicídios em relação a 2019. No total, 3.759 pessoas perderam a vida no ano passado. Os feminicídios também tiveram crescimento de 19,1%.

Em um ano marcado pela pandemia do novo coronavírus, todas as regiões do Estado registraram o aumento da violência, com exceção do Agreste - que teve uma tímida redução nos números. Segundo as estatísticas da SDS, o Sertão contabilizou 475 mortes violentas em 2020 contra 293 no ano anterior. Um aumento de 20,87%. Já o Recife, 562 homicídios no ano passado - 71 a mais que em 2019, ou seja, um índice 14,46% maior. Já no Agreste, foram 885 assassinatos em 2020, contra 895 no ano anterior; queda de apenas 1,12%.

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