PANDEMIA

Sindicato dos Hospitais de Pernambuco diz ter sido informado sobre possível falta de medicamentos para pacientes com covid-19

O posicionamento ocorreu após a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) divulgar uma carta aberta sobre iminente escassez de remédios

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JC

Publicado em 22/03/2021 às 18:47 | Atualizado em 22/03/2021 às 19:46
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O Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde e Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínica de Pernambuco (Sindhospe) afirmou, nesta segunda-feira (22), que recebeu comunicado dos fabricantes e laboratórios de medicamentos a respeito da falta de remédios necessários para atendimento dos pacientes com casos graves de covid-19. O pronunciamento do sindicato acontece dois dias após a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) divulgar uma carta aberta sobre iminente escassez dos fármacos. 

Segundo o Sindhospe, "o problema é praticamente em todo o País", e que a "requisição administrativa afeta da mesma maneira que o impedimento da aquisição de vacinas pelo setor privado. Se o governo vai controlar a distribuição, deverá fazer no público e privado. Afinal, a covid-19 não distingue o tipo de usuário"

Em carta, a Anahp afirmou que realizou um levantamento, no dia 18 de março, no qual "ficou clara a escassez de medicamentos essenciais para o tratamento de pacientes acometidos pela covid-19, especialmente os sedativos necessários para intubação". O texto também afirmou que alguns destes medicamentos, como propofol e cisatracurio, só tinha estoque médio até esta quarta-feira (24).

 

Veja carta da Anahp na íntegra:

A situação é crítica e, se medidas urgentes não forem tomadas em âmbito nacional, mais pacientes morrerão.

Há um ano, o Brasil tem se mobilizado para o enfrentamento ao novo coronavírus (Covid-19). A saúde, sem dúvida, é um dos setores mais afetados pela pandemia, e tem se deparado com vários desafios importantes.

Um dos mais graves, neste momento, é a iminente escassez de medicamentos necessários para atendimento aos pacientes graves acometidos pela Covid-19, bem como a requisição desses medicamentos pelas secretarias municipais de saúde e pelo Ministério da Saúde.

Em levantamento realizado pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), junto aos seus associados, no dia 18 de março de 2021, ficou clara a escassez de medicamentos essenciais para o tratamento de pacientes acometidos pela Covid-19, especialmente os sedativos necessários para intubação. Alguns destes medicamentos têm estoque médio de apenas quatro dias, como é o caso do propofol e cisatracurio.

Estoque atual:

•Propofol - 4 dias
•Cisatracurio - 4 dias
•Atracúrio - 4 dias
•Rocuronio - 9 dias
•Midazolam - 14 dias
•Fenatanila - 19 dias

Entendemos a preocupação do governo em garantir os insumos necessários para a atenção aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), mas a situação do setor privado também é bastante preocupante e, certamente, atingirá o seu ápice nos próximos dias. Caso essas instituições fiquem sem as medicações necessárias para os procedimentos exigidos em pacientes acometidos pela Covid-19, a alta demanda dos hospitais privados sobrecarregará ainda mais o setor público- agravando a situação do sistema de saúde brasileiro.

Nos últimos dois dias, houve várias requisições, desorganizando a cadeia de suprimentos e privando hospitais dos recursos necessários já contratados para atender à crescente demanda de pacientes com a Covid-19.

Assim sendo, solicitamos ao Ministério da Saúde e demais órgãos competentes atenção urgente em relação à esta questão crítica que a saúde está vivendo, colocando em risco a vida dos pacientes.

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