COVID-19

Com cemitério superlotado, Camaragibe precisa fazer exumações para liberar novos enterros

Secretária de Infraestrutura explica que a dificuldade de vagas ocorre em função do aumento de óbitos durante a pandemia

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Katarina Moraes

Publicado em 26/04/2021 às 13:23 | Atualizado em 26/04/2021 às 13:29
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Com informações da repórter Cinthia Ferreira, da TV Jornal

Único da cidade, o Cemitério de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, sofre com superlotação e libera vagas por meio da exumação de corpos - retirada dos restos mortais de uma pessoa já falecida - em meio à pandemia da covid-19. Além disso, moradores da cidade denunciam ter enterrado os entes em outros municípios de Pernambuco pela falta de vagas.

É o caso do vigilante Gleison Coelho. Em vídeo publicado nas redes sociais, ele conta ter passado mais de 9h tentando encontrar uma vaga para enterrar o sogro. O corpo do parente teve que peregrinar por várias cidades até ser sepultado no município de Paudalho, na Zona da Mata. O problema aconteceu no último sábado (24), mas, segundo ele, outras famílias de Camaragibe passam pela mesma situação.

“Recebemos a informação da administração do cemitério de que não dispomos de nenhuma vaga para sepultamento hoje. Nenhuma vaga para algum ente que venha a óbito. Fica aqui nossa indignação e nosso registro”, disse, nas imagens em frente ao equipamento.

O Cemitério de Camaragibe tem 90 anos e passou por uma requalificação em 2019. Reúne, ao todo, 3,2 mil túmulos. Segundo a Secretária de Infraestrutura Eryka Luna, a dificuldade de vagas ocorre em função do aumento de óbitos durante a pandemia, e afirma que a Prefeitura da cidade desenvolve um projeto para a ampliação do cemitério, com incremento de mais 1.410 gavetas e 1.350 ossuários.

“Assim como a maioria dos cemitérios do país, o Cemitério de Camaragibe também tem uma dificuldade de vagas. Em função da pandemia, infelizmente o número de óbitos aumentou, além das mortes naturais. Neste ano, de janeiro para hoje, tivemos quase 400 mortes registradas e enviadas ao cemitério. Desde 2020 estamos trabalhando para a ampliação desse cemitério”, explicou a secretária.

Ela admitiu que, no dia do enterro do sogro de Gleison, não havia vagas, mas que há 17 exumações previstas para abril, e 72 em maio. “Enquanto a ampliação não chega, precisamos fazer abertura de espaço a partir de exumações. Pode acontecer de um dia ter duas exumações a serem feitas, e terem três óbitos. Neste caso, não há saída senão encontrar outro lugar para que a pessoa seja enterrada”, expôs.

Em dezembro do ano passado, uma outra polêmica envolveu o cemitério. Ossadas e corpos amontoados em decomposição foram encontrados no local expostos. O mau cheiro tomou conta de tudo. Pessoas que participaram de um enterro flagraram a cena.

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