CONEXÃO SAÚDE

HOJE, 19H30 - Psiquiatra Jairo Bouer discute impactos da pandemia na saúde mental

Especialista é um dos convidados do Conexão Saúde, evento promovido pelo JC no próximo dia 30/06 para debater repercussões da covid-19 na nossa rotina

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JC

Publicado em 21/06/2021 às 6:13 | Atualizado em 30/06/2021 às 17:50
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O noticiário de saúde tem conquistado cada vez mais espaço no cotidiano do brasileiro - e não poderia ser diferente quando, há mais de um ano, o planeta atravessa uma crise sanitária sem precedentes, em função da pandemia. Para debater os impactos da covid-19 na nossa rotina, o Jornal do Commercio realiza, no próximo dia 30, o Conexão Saúde, evento que vai reunir especialistas de diversas áreas sob o tema "Caminhos para o equilíbrio do corpo e da mente na pandemia".

Os convidados do Conexão Saúde são o psiquiatra Jairo Bouer - com a palestra "Como anda sua cabeça nesse momento da pandemia?"; o oftalmologista Álvaro Dantas - que vai falar sobre a Síndrome do Olho Seco, doença da vida moderna agravada pela pandemia; e o biomédico Jurandy Junior - que traz o painel "Desvendando mitos do diagnóstico da covid".

Os debates acontecem a partir das 19h30 nos estúdios da TV Jornal, com mediação de Anne Barretto e transmissão nas redes sociais do JC. Como não haverá plateia presencial, o público poderá mandar suas perguntas pelas plataformas digitais do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC). Ao fim das palestras, Bouer, Dantas e o presidente do Conselho Regional de Biomedicina da 2ª Região, Djair Ferreira Júnior, estarão disponíveis para esclarecer as dúvidas da audiência.

Além do evento, a edição do dia 30 do JC contará com o caderno Conexão Saúde, que também ganhará uma versão online para divulgação de todo o conteúdo do especial.

"Apesar do avanço gradual da vacinação, os números de casos e de mortes ainda são muito elevados, as perdas se espalham por centenas de milhares de famílias em todo o Brasil. Saber lidar com esse luto é uma pergunta que passa pela nossa cabeça, pois é um fator a mais em um cenário onde a saúde mental já está bastante abalada pelo distanciamento, pelas mudanças abruptas, pela adaptação permanente que temos enfrentado desde março do ano passado. Achamos que discutir a saúde mental seria importante até para oferecer caminhos e ferramentas, por meio da informação de qualidade, para a nossa audiência. É um jeito de cumprir nossa função social de informar com credibilidade, respeitando os protocolos sanitários", pontua Carlos Humberto Rocha Júnior, diretor do SJCC.  

Sobrecarga

Os desdobramentos da pandemia na nossa saúde mental são profundos, para dizer o mínimo. "O que a gente tem percebido é que com a mudança da rotina, o distanciamento e o prolongamento dessas medidas restritivas, as pessoas têm enfrentado níveis mais elevados de ansiedade, estresse, sintomas depressivos, dificuldades de sono, diminuição da atividade física, piora do padrão alimentar. Quem mora sozinho e faz o isolamento está se sentindo um pouco mais solitário. Para quem ficou com família e filhos, há conflitos que talvez não existissem antes, mas surgiram com a convivência mais intensa. No caso de famílias grandes que estão ocupando o mesmo espaço físico, a sobreposição do trabalho com as tarefas domésticas, os cuidados com os filhos, a supervisão do aprendizado das crianças, tudo isso tem sobrecarregado muito as pessoas, principalmente as mulheres. Uma queixa muito frequente é o cansaço, as pessoas estão exaustas. Esse estresse crônico, o medo, a incerteza, tudo isso pode levar à instalação de um transtorno ansioso ou de um transtorno depressivo. Se a gente conseguir endereçar essas questões o mais rápido possível, não deixar que elas se acumulem, a gente tem uma chance menor de complicações", avalia o psiquiatra Jairo Bouer.

Receita de bolo

Para ele, não há fórmula perfeita e, apesar de todas as dificuldades, fazer uma autoanálise pode ser positivo na hora de identificar que mecanismos funcionam para cada pessoa lidar com suas circunstâncias. "Acho que é uma oportunidade para descobrir o que mais funciona para cada um. Não adianta dar uma receitinha de bolo e achar que ela vai funcionar para todo mundo. Cada pessoa vai se comportar de um jeito. E nos diferentes momentos da pandemia, cada coisa pode funcionar mais, e depois, em outros momentos, funcionar menos. Por isso é importante esse teste, essa checagem permanente do que está dando resultado, individualmente", diz o psiquiatra.

Democratização

Segundo Jairo Bouer, eventos como o Conexão Saúde auxiliam a ampliar a circulação de informação científica de qualidade. "Acho que esse tipo de evento é uma forma de democratizar o acesso às informações e muitas vezes, uma informação construída de forma mais crítica, já que pessoas que estão trabalhando na área de saúde formam o alicerce, sendo capazes de sentir a temperatura do momento. E sempre embasado em conhecimento científico, em verdade, combatendo fake news e tentando esclarecer da melhor maneira. Vivemos esse momento de polarizações de diversas naturezas, que muitas vezes atrapalham o entendimento do que está realmente acontecendo. As pessoas ficam nas suas bolhas e têm dificuldade de furar essa barreira e olhar o que vem de fora, fazer um pensamento crítico, ler e se informar de uma maneira mais profunda. Eventos como esse oferecem essa possibilidade de troca de opiniões, de escutar e reavaliar o que você está pensando e o que você está entendendo", pondera.

O Conexão Saúde é realizado pelo Jornal do Commercio, com oferecimento do Instituto de Cirurgia Ocular do Nordeste (ICONE) e do Conselho Regional de Biomedicina da 2ª Região (CRBM2), e patrocínio da Clínica Ninho e da MV.

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