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'Não fiz a minha filha de escudo', diz padrasto de criança de 2 anos morta na Zona Oeste Recife

Familiares da menina, que morreu após ser atingida por tiros quando estava no colo do padrasto, prestaram depoimento nesta terça-feira (13) ao DHPP

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Bruna Oliveira

Publicado em 13/07/2021 às 16:52 | Atualizado em 13/07/2021 às 16:57
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Com informações de Emerson Pereira, da TV Jornal

Familiares da menina de 2 anos morta a tiros na Cidade Universitária, na Zona Oeste do Recife, na semana passada, prestaram depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) nesta terça-feira (13). O crime, que chocou o Estado, ocorreu na noite da última quarta (7), quando a criança estava no colo do padrasto, que seria alvo dos disparos, próximo a um terminal integrado de ônibus.

Após prestarem depoimento na polícia, a mãe da criança e o padrasto deixaram a delegacia bastante emocionados. O homem estava com as mãos enfaixadas em decorrência dos ferimentos causados pelos tiros. Em entrevista, ele desmentiu boatos de que teria feito a menina de escudo humano, com o objetivo de se proteger das balas. 

"Não fiz a minha filha de escudo, simplesmente não deu tempo de soltá-la. No momento do crime, achamos que se tratava de um assalto. Lembro que minha filha segurou no meu pescoço e ele já começou a disparar contra mim e contra ela. Eu dizia 'a menina, a menina', mas ele continuou disparando", falou chorando. 

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A menina foi baleada na cabeça e no abdômen, enquanto ele, que escapou da tentativa de assassinato entrando nas dependências da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foi atingido na perna e em uma das mãos.

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil de Pernambuco. Procurado pela reportagem do JC para informar possíveis novidades referente ao caso, o órgão afirmou que "não se pronuncia sobre investigações em andamento".

A advogada da família, Carolina Aguiar, no entanto, explicou que a motivação do crime seria uma possível disputa pelo tráfico de drogas na região. "Ele [o padrasto] não tem envolvimento com o que ocorreu. Em 2009 ele teve uma passagem pela polícia, pelo crime de tráfico de drogas, mas já pagou por isso e não estava devendo mais nada à Justiça", comentou a advogada em entrevista à TV Jornal.

Questionado se já havia sofrido ameaças de morte ou algum atentado contra a sua vida, o padrasto afirmou que "nunca ocorreu" e que deseja que a justiça seja feita. “Quero que a polícia pegue esses criminosos, que não tiveram dó e em nenhum momento pensaram na menina. Se o problema era comigo, esperava eu estar no caminho para o trabalho [para cometer o crime] e não quando eu estivesse com a minha família”, desabafou.

"Por favor, não deixa fazer isso"

Além do padrasto, a criança estava acompanhada da mãe quando foi vítima dos disparos. Segundo a mulher, os dois estavam passeando com a criança, como faziam todos os dias, quando foram abordados por um homem, que estava a pé.

"Eu gritava [na hora do crime] 'minha filha, por favor, não deixa fazer isso'. Ela era tudo para mim e o meu marido tinha amor por ela também. Ela não é filha dele, mas ela chamava ele de pai e ele chamava ela de filha", declarou.

Após o crime, a menina e o padrasto foram socorridos e levados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Caxangá, também na Zona Oeste do Recife. A criança, entretanto, não resistiu aos ferimentos e faleceu em seguida.

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"Eu ainda tinha esperança dela sobreviver. Está triste estar em casa sem ela no dia a dia. O que está me dando força para continuar é o meu bebê de um mês, mas não está sendo fácil. Tenho que me apegar a Deus, porque só ele para me dar conforto", concluiu aos prantos.

Homem que teria ligação com o crime é assassinado

Na última sexta-feira (9), dois dias depois da morte da criança, um homem de 24 anos foi morto a tiros próximo ao local onde a criança foi baleada. Informações iniciais apontam que o homicídio pode ter ligação com a guerra de tráfico de drogas que teria motivado o crime que resultou na morte da menina.

O assassinato ocorreu em um beco próximo à Avenida Acadêmico Hélio Ramos, em frente à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O homem morava próximo ao local onde foi morto e estaria em uma parada de ônibus quando foi atingido por quatro tiros, sendo um na cabeça, outro nas costas, um no peito e mais um que atingiu a mão e o braço, de acordo com peritos.

 

 

 

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