MOBILIDADE

Ônibus elétrico, bonde, maxambombas: As imagens dos meios de transporte públicos que já circularam pelo Recife

Enquanto a cidade crescia e se desenvolvia, a mobilidade precisou, aos poucos, também mudar. Confira a mudança dos transportes públicos no Recife por meio de fotos

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Katarina Moraes

Publicado em 25/07/2021 às 11:00 | Atualizado em 05/08/2021 às 13:43
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Durante entrevista, a arquiteta e urbanista Circe Monteiro, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), explicou como é "óbvia" a relação entre uma cidade e os meios de transporte. “Não consigo falar sobre mobilidade sem falar de um sistema de deslocamento. Tudo depende de como ela vai planejar onde estão as habitações, onde moram as pessoas, onde estão localizados os empregos e as atividades econômicas; é disso que o transporte vai depender". No Recife, a lógica foi a mesma: enquanto a cidade crescia e se desenvolvia, a mobilidade precisou, aos poucos, ser adaptada. Para entender a relação entre a história da capital pernambucana e seus meios de transporte público, confira as imagens abaixo:

TERCIO SOLANO/ACERVO JC IMAGEM e FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
À esquerda, ônibus elétricos na Avenida Cruz Cabugá, Centro do Recife. À direita, atuais meios de transportes na mesma avenida - TERCIO SOLANO/ACERVO JC IMAGEM e FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
ACERVO JOSEBIAS BANDEIRA/VILLA DIGITAL/FUNDAJ e FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
À esquerda, bondes elétricos na Avenida Marquês de Olinda, Centro do Recife. À direita, mesma avenida, mas vazia - ACERVO JOSEBIAS BANDEIRA/VILLA DIGITAL/FUNDAJ e FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
REPRODUÇÃO/RECIFE ANTIGAMENTE e REPRODUÇÃO/GOOGLE STREET VIEW
À esquerda, maxambomba em frente à Faculdade de Direito do Recife. À direita, Faculdade de Direito do Recife nos dias de hoje - REPRODUÇÃO/RECIFE ANTIGAMENTE e REPRODUÇÃO/GOOGLE STREET VIEW
ACERVO BENÍCIO DIAS/VILLA DIGITAL/FUNDAJ e BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
À esquerda, bondes elétricos na Rua Nova, Centro do Recife. À direita, atuais meios de transportes na mesma rua - ACERVO BENÍCIO DIAS/VILLA DIGITAL/FUNDAJ e BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
ACERVO BENÍCIO DIAS/VILLA DIGITAL/FUNDAJ e FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
À esquerda, bondes elétricos na Rua do Imperador, Centro do Recife. À direita, atuais meios de transportes na mesma rua - ACERVO BENÍCIO DIAS/VILLA DIGITAL/FUNDAJ e FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

Canoas

Inicialmente, Recife tinha como principal meio de locomoção as canoas, usadas até mesmo para trazer água potável de Olinda - sede da capitania de Pernambuco - até o agrupamento, que carecia de saneamento. Utilizadas, segundo o historiador Leonardo Dantas Silva, até o final do século XVIII. “As comunicações do porto com esses centros produtores eram feitas, até bem recentemente, através dos rios, usando-se para isso a canoa, a alvarenga e outros tipos de embarcação. Era [um transporte] acessível, mas o ‘povão’ mesmo ia a pé”, conta.

FRANS POST/REPRODUÇÃO
Recife durante colonização holandesa. Nas pinturas, é possível ver as balsas usadas como meio de transporte - FRANS POST/REPRODUÇÃO
FRANS POST/REPRODUÇÃO
Recife durante colonização holandesa. Nas pinturas, é possível ver as balsas usadas como meio de transporte - FRANS POST/REPRODUÇÃO
FRANS POST/REPRODUÇÃO
Recife durante colonização holandesa. Nas pinturas, é possível ver as balsas usadas como meio de transporte - FRANS POST/REPRODUÇÃO
usuario
Recife durante colonização holandesa. Nas pinturas, é possível ver as balsas usadas como meio de transporte - usuario

Diligências

O primeiro transporte coletivo viria a funcionar na cidade em 1847, com as diligências - tipo de carruagem fechada de quatro rodas utilizada para o transporte de passageiros e mercadorias -, uma alternativa no Recife até 1876.

HÉLIA SCHEPPA/ACERVO JC IMAGEM
Transporte típico do Recife no século 19 que está exposto no Museu do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano - HÉLIA SCHEPPA/ACERVO JC IMAGEM

Maxambombas

Recife se tornou a primeira cidade da América Latina a ter um sistema urbano de transporte sobre trilhos: as Maxambombas. Mais acessíveis que as carruagens, a pequena locomotiva ajudava as pessoas entre o fim do século 19 e início do século 20 a se locomoverem mais rápido pela cidade.

REPRODUÇÃO/RECIFE ANTIGAMENTE
Maxambomba em frente à Faculdade de Direito do Recife - REPRODUÇÃO/RECIFE ANTIGAMENTE
REPRODUÇÃO/RECIFE ANTIGAMENTE
Maxambomba passa pela Praça do Jacaré, em Olinda, 1910 - REPRODUÇÃO/RECIFE ANTIGAMENTE
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Maxambomba na Estação de Entroncamento, atual praça do Entroncamento, em 1900 - REPRODUÇÃO/RECIFE ANTIGAMENTE
REPRODUÇÃO/RECIFE ANTIGAMENTE
Maxambomba no Recife - REPRODUÇÃO/RECIFE ANTIGAMENTE
REPRODUÇÃO/RECIFE ANTIGAMENTE
Ponte da Maxambomba, construída em ferro em 1868, saindo da Rua do Sol - REPRODUÇÃO/RECIFE ANTIGAMENTE

Bondes elétricos

Os bondes elétricos foram consolidados em 1917, pela Pernambuco Tramways durante o governo de Dantas Barreto, que chegou a ter 139 bondes e 77 reboques até o final da operação. Eles eram considerados rápidos e limpos, mas, mais tarde, o moderno meio de transporte começou a causar constantes acidentes, além de apresentar uma lotação exagerada em uma cidade com população de cerca de 348 mil habitantes. Sua era chegou ao fim no final dos anos 1940.

ACERVO BENÍCIO DIAS/VILLA DIGITAL/FUNDAJ
HISTÓRIA Na Rua Nova, no Centro, bondes elétricos fizeram sucesso nas primeiras décadas do século 20 - ACERVO BENÍCIO DIAS/VILLA DIGITAL/FUNDAJ
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Bondes elétricos no Recife - ACERVO BENÍCIO DIAS/VILLA DIGITAL/FUNDAJ
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Bondes elétricos no Recife - ACERVO JOSEBIAS BANDEIRA/VILLA DIGITAL/FUNDAJ
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Bondes elétricos no Recife - ACERVO JOSEBIAS BANDEIRA/VILLA DIGITAL/FUNDAJ
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Bondes elétricos no Recife - ACERVO BENÍCIO DIAS/VILLA DIGITAL/FUNDAJ
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Bondes elétricos no Recife - ACERVO JOSEBIAS BANDEIRA/VILLA DIGITAL/FUNDAJ
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Bondes elétricos no Recife - ACERVO BENÍCIO DIAS/VILLA DIGITAL/FUNDAJ
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Bondes elétricos no Recife - ACERVO JOSEBIAS BANDEIRA/VILLA DIGITAL/FUNDAJ

Leia o especial: A cidade não para

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Ônibus elétricos

Trólebus, como também eram chamados os ônibus elétricos, entraram em cena nos anos de 1960 e fizeram parte do cenário urbano da capital pernambucana até o início dos anos 2000. Ligados por uma fiação elétrica aérea, chegaram como uma grande inovação: eram confortáveis, não poluentes e silenciosos. Entretanto, a falta de manutenção nos veículos - que provocava choques elétricos - fez com que eles perdessem usuários.

ACERVO JC IMAGEM
Ônibus elétricos no Recife - ACERVO JC IMAGEM
UBIRATAN RODRIGUES/ACERVO JC IMAGEM
Ônibus elétricos no Recife - UBIRATAN RODRIGUES/ACERVO JC IMAGEM
TERCIO SOLANO/ACERVO JC IMAGEM
NÃO POLUENTES Ônibus elétricos chegaram ao Recife nos anos 1960 e permaneceram nas ruas por 40 anos. Passageiros diziam que era um meio confortável. Na 1ª foto, a Avenida Cruz Cabugá na época dos elétricos - TERCIO SOLANO/ACERVO JC IMAGEM
TERCIO SOLANO/ACERVO JC IMAGEM
Ônibus elétricos no Recife - TERCIO SOLANO/ACERVO JC IMAGEM

Ônibus a diesel

Desde 2008, a frota de ônibus da Região Metropolitana do Recife é gerido pelo Grande Recife Consórcio de Transporte, após a extinção da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU/Recife). Agora, gerencia um sistema operacionalizado por 11 empresas de ônibus, que realizam mais de 25 mil viagens por dia, transportando cerca de 1,8 milhão de passageiros, diariamente, em mais de 2,7 mil ônibus e cerca de 400 linhas. Enfrenta, entretanto, problemas como queda de demanda de usuários e poucos subsídios fiscais.

FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
Ônibus no Recife em 2021 - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
DEMANDA Redução no número de passageiros seria irreversível - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
TIÃO SIQUEIRA/JC IMAGEM
Ônibus no Recife em 2021 - TIÃO SIQUEIRA/JC IMAGEM
TIÃO SIQUEIRA/JC IMAGEM
Ônibus no Recife em 2021 - TIÃO SIQUEIRA/JC IMAGEM
FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
Ônibus no Recife em 2021 - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

Metrô

Em março de 1985, começaram a circular os primeiros trens com passageiros, segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos no Recife (CBTU Recife). Agora, o sistema atende a 5 municípios da Região Metropolitana, Recife, Jaboatão, São Lourenço da Mata, Camaragibe e Cabo de Santo Agostinho, e tem extensão de trecho de 70,4km. Contudo, o Metrô do Recife hoje vive rodeado de mazelas, em um cenário de falta de recursos, manutenções e de investimento em tecnologia.

WELINGTON LIMA/JC IMAGEM
Metrô do Recife - WELINGTON LIMA/JC IMAGEM
WELINGTON LIMA/JC IMAGEM
Metrô do Recife - WELINGTON LIMA/JC IMAGEM
WELINGTON LIMA/JC IMAGEM
Metrô do Recife - WELINGTON LIMA/JC IMAGEM
BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
Metrô do Recife - BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
Metrô do Recife - BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
Metrô do Recife - BOBBY FABISAK/JC IMAGEM

TERCIO SOLANO/ACERVO JC IMAGEM e FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
À esquerda, ônibus elétricos na Avenida Cruz Cabugá, Centro do Recife. À direita, atuais meios de transportes na mesma avenida - TERCIO SOLANO/ACERVO JC IMAGEM e FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
ACERVO JOSEBIAS BANDEIRA/VILLA DIGITAL/FUNDAJ e FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
À esquerda, bondes elétricos na Avenida Marquês de Olinda, Centro do Recife. À direita, mesma avenida, mas vazia - ACERVO JOSEBIAS BANDEIRA/VILLA DIGITAL/FUNDAJ e FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
REPRODUÇÃO/RECIFE ANTIGAMENTE e REPRODUÇÃO/GOOGLE STREET VIEW
À esquerda, maxambomba em frente à Faculdade de Direito do Recife. À direita, Faculdade de Direito do Recife nos dias de hoje - REPRODUÇÃO/RECIFE ANTIGAMENTE e REPRODUÇÃO/GOOGLE STREET VIEW
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À esquerda, bondes elétricos na Rua Nova, Centro do Recife. À direita, atuais meios de transportes na mesma rua - ACERVO BENÍCIO DIAS/VILLA DIGITAL/FUNDAJ e BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
ACERVO BENÍCIO DIAS/VILLA DIGITAL/FUNDAJ e FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
À esquerda, bondes elétricos na Rua do Imperador, Centro do Recife. À direita, atuais meios de transportes na mesma rua - ACERVO BENÍCIO DIAS/VILLA DIGITAL/FUNDAJ e FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM


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