HABITAÇÃO

Após um ano de ocupação, famílias que vivem no prédio do INSS, no Centro do Recife, protestam por moradia

O edifício pertence ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e estava abandonado antes de ser tomado pelo Movimento de Luta e Resistência pelo Teto (MLRT)

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Katarina Moraes

Publicado em 17/05/2022 às 12:58 | Atualizado em 17/05/2022 às 16:12
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Com informações do repórter Waldson Balbino, da TV Jornal

Representantes das cerca de 120 famílias que ocupam o prédio Segadas Vianna, no Bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife, protestaram nesta terça-feira (17) por moradia. Há exatamente um ano, o edifício, que pertence ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e estava abandonado, foi tomado pelo Movimento de Luta e Resistência pelo Teto (MLRT).

O ato de hoje foi encerrado às 13h50. O grupo bloqueou a Avenida Martins de Barros e a entrada da Ponte Maurício de Nassau com queima de pneus. O protesto ocorreu de forma pacífica e foi acompanhado pela Policia Militar de Pernambuco (PMPE). 

Ele foi provocado pelo temor dos moradores em ser expulsos do edifício após junho de 2022. Este foi o prazo aprovado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que proíbe despejos e remoções forçados em todo país devido às dificuldades econômicas agravadas pela pandemia da covid-19.

ALEX OLIVEIRA / JC IMAGEM
Ocupação acontece no prédio Segadas Vianna, no Bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife - ALEX OLIVEIRA / JC IMAGEM

Para que isso não aconteça, pedem que o prédio seja doado pelo governo federal ou que seja dada outra opção de moradia digna às famílias até lá. "Se o governo fderal não quiser doar, que encontre um habitacional; a gente também aceita. Nosso proposito é garantir moradia digna e de boa qualidade", afirmou o coordenador estadual do MLRT Giancarlo Costa à TV Jornal.

"Estou lutando por uma casa junto aos meus companheiros. A gente quer uma moradia, uma solução do governo. Lá dentro tem muito idoso, criança. Queremos que olhem para essas famílias", disse Márcio Félix, que está desempregado.

Sem renda, Flávio Pereira se emociona ao dizer que não tem uma casa para viver junto a mãe de 82 anos, que também está na ocupação. "Tive o Auxílio Brasil negado e não tenho oportunidade de trabalhar, vivo de bico; quando tem. Durmo com dor de cabeça. Se tivesse emprego fixo, já estava pagando um aluguel", relatou.

Os manifestantes requerem, ainda, maior assistência do poder público. "Um ano que a gente é vizinho da prefeitura e do palácio e até agora não chegou ninguém para perguntar como a gente vive ou deixa de viver. Tenho quatro filhos e não posso pagar aluguel, por isso estou dentro da ocupação. Precisams de alimentação e gás, estamos em uma situação precária", relatou outro morador, ao vivo, para a TV Jornal.

Trânsito na área

A Autarquia de Trânsito e Transporte (CTTU) publicou que a via foi liberada às 13h50, com o encerramento do protesto. Antes, às 12h51, o trânsito estava lento na Rua Imperador Dom Pedro I, na altura do cruzamento com a Rua Marquês do Recife. Agentes estão no local e realizam desvio do trânsito para o Cais do Apolo e a Rua Martins de Barros.

 

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