CHUVAS

Chuva e destruição: conheça o drama de moradores que têm a casa invadida pelas águas em Olinda

Na cidade, 196 pessoas estão desabrigadas e 30 estão desalojadas por causa das fortes chuvas

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Katarina Moraes, Bruno Vinicius

Publicado em 26/05/2022 às 15:28
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"O coração fica deste tamanhinho, porque tudo é da gente, né?". A artesã Nilda Oliveira, de 71 anos, se prepara como pode contra as águas que invadem sua casa depois de fortes chuvas em Jardim Atlântico, Olinda, no Grande Recife. Entretanto, as medidas não são suficientes. Há perdas de materiais, e o domicílio fica sujo e revirado com as enchentes que ficam mais agressivas a cada ano. Na manhã desta quinta-feira (26), ela voltou à casa para saber como vai lidar com as coisas que ficaram fora do lugar com a água que invadiu seu lar depois das chuvas desta quarta (25). Nilda faz parte das 285 pessoas desalojadas com o temporal que atingiu o Estado, segundo informações da Defesa Civil de Pernambuco.

Nilda mora no bairro desde 1979. Quando se mudou para o local, as enchentes não aconteciam. Chegava a ficar com água na rua, mas dentro de casa ela garante que só entrou a partir da construção do canal. "A gente fica o dia todo naquela agonia, tenho câmera e o dia todo a família fica ligando. Dessa vez foi a cachorra que deu o alerta. Eu fui dormir 22h, estava tudo tranquilo, mas a cachorra deu o alerta e a gente se levantou. Já tinha levantado as coisas, agora a gente tem caixa de plano de fuga", diz Nilda, que foi para a casa da sogra de 98 anos.

Apesar da familiar morar próximo, lá não alaga. É o ambiente seguro que artesã tem quando chove. Já virou rotina. De volta, agora se depara com o lar revirado, sendo mais um gasto para ela. "Vem uma equipe todinha para limpar tudinho, o gasto, para poder voltar. A casa fica essa destruição. O coração fica deste tamanhinho, porque tudo é é da gente, né? A gente tem que agradecer a deus, porque temos uma uma família que nos acolhe e não acontece nada demais com a gente. Mas a casa e o gasto é grande, e a gente pode repor muita coisa", explica, indagando: "E quem não pode? Perde a vida por causa da inconsequência dos políticos".

BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
Alagamentos dificultam vida de quem mora em Olinda. // Alagamentos Olinda // moradores com casas alagadas. - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
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Alagamentos dificultam vida de quem mora em Olinda. // Alagamentos Olinda // moradores com casas alagadas. - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
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Em Olinda 196 pessoas estão desabrigadas e 30 estão desalojadas. O estudante Pedro Henrique Azevedo, de 18 anos, que mora em Jardim Atlântico desde que nasceu, ficou ilhado na casa dos avós de ontem até a manhã desta quinta. Assim como Nilda, ele nota uma piora depois do Canal do Fragoso. "Já perdemos geladeira, móveis, fogão. A pior (enchente) que já pegamos, atingiu 1,5 metro aqui. Quando começa a chover valendo, a gente começa a subir as coisas dentro de casa para não perder", disse o estudante.

Assim como Pedro Henrique, outros moradores ficaram ilhados na manhã desta quinta em Casa Caiada e em Jardim Atlântico. Uma equipe da TV Jornal presenciou ruas completamente alagadas no início da manhã, mesmo com a queda no nível das chuvas.

Balanço da Defesa Civil

Olinda foi uma das cidades mais atingidas pelas chuvas, segundo dados da Defesa Civil do Estado. Segundo balanço divulgado na tarde desta quinta-feira (26), além das 196 pessoas desabrigadas e 30 desalojadas, três pessoas morreram em decorrência deslizamentos de terra na cidade. De acordo com o Corpo de Bombeiros, duas vítimas foram encontradas nesta quinta. Elas foram identificadas como Sérgio Pimentel dos Santos, de 53 anos e Rosimery Oliveira da Silva, de 47 anos.

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