Latrocínio na Zona Norte do Recife: Igreja da Harmonia rebate críticas sobre realização de missa após crime

Ladrões demonstraram ousadia ao roubar diversas pessoas na Estrada do Arraial, às 19h desta sexta (2/9). No fim, mataram um homem de 60 anos para roubar a mochila
Roberta Soares
Publicado em 03/09/2022 às 14:12
Perícia no veículo que teria sido usado na fuga pelos assaltantes que roubaram e mataram um homem na Zona Norte do Recife Foto: WELINGTON LIMA/JC IMAGEM


A Paróquia do Bom Jesus do Arraial - Igreja da Harmonia questionou as críticas feitas por um morador de Casa Amarela sobre a realização de uma missa depois que um homem de 60 anos foi assaltado e morto com um tiro no peito por dois ladrões.

O crime aconteceu por volta das 19h da sexta-feira (2/9), na Estrada do Arraial, nas imediações da Rua da Harmonia, em Casa Amarela, na Zona Norte do Recife. A vítima estava na parada de ônibus e, após caminhar alguns metros, morreu praticamente na porta da igreja.

Segundo o padre Paulo Sérgio, a celebração só aconteceu depois que toda ajuda e assistência possíveis tinham sido prestadas à vítima e às pessoas que estavam envolvidas com a situação.

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Homem é morto com tiro no peito em frente à Igreja da Harmonia, na Zona Norte do Recife

Léo Freitas / TV Jornal - Homem de 60 anos é morto em frente à Igreja da Harmonia, em Casa Amarela

“É muito injusto ouvir pessoas afirmarem isso. Quando o crime aconteceu, eu estava no confessionário e abandonei tudo para sair correndo e prestar ajuda. Ficamos horas ajudando de todas as formas. Colaboramos com a polícia e demos assistência não só à vítima (ainda viva), mas às pessoas que presenciaram tudo”, relata o padre.

VEJA O MOMENTO DO CRIME:

 

 “Fiquei nesse processo até 21h. Os fiéis que estavam na igreja seguiram rezando pela vítima, inclusive. Somente depois que a polícia e a perícia chegaram ao local é que retornei à igreja e iniciei a missa. Rezamos o tempo todo em intenção do homem, de toda aquela triste situação”, reforça.

O padre Sérgio Ricardo também explicou que as regras religiosas o obrigam a dar sequência nas celebrações previstas para a paróquia, independentemente do ocorrido, e que ele precisa cumpri-las.

“Mesmo que tivesse acontecido no interior da igreja, teria que dar sequência aos atos conforme o momento em que foram interrompidos. É a regra”, explica.

“Mas, mesmo assim, nossa intenção foi de ajudar o tempo todo e de rezar por toda a situação. É muito injusto nos acusar de desumanidade. Ao contrário. O espírito da comunidade religiosa naquele momento era de muita comunhão”, finalizou.

ENTENDA O QUE ACONTECEU

Imagens do momento do crime mostram que dois homens estão assaltando pessoas numa parada de ônibus da Estrada do Arraial, em frente à Igreja da Harmonia. Depois de roubar mulheres, levando celulares, bolsas e dinheiro, puxam a mochila da vítima, que estava de costas. O homem se vira e resiste à entregar a bolsa. É quando um dos ladrões atira.

A vítima, identificada como Sérgio Antônio de Brito Silva, 60, contador, ainda caminha por alguns metros, mas cai em frente à Igreja da Harmonia, sem resistir ao ferimento. O homem levou um tiro no peito e faleceu no local, aguardando socorro. A vítima também aguarda o ônibus.

WELINGTON LIMA/JC IMAGEM - Perícia no veículo que teria sido usado na fuga pelos assaltantes que roubaram e mataram um homem na Zona Norte do Recife

PRISÃO

Minutos depois do crime, a dupla é vista em outras imagens correndo pela Rua Bento de Loyola, transversal da Estrada do Arraial, onde um carro branco estaciona e dá fuga aos dois ladrões.

A Polícia Científica de Pernambuco periciou na manhã deste sábado (3/9) o veículo que teria sido usado na fuga dos criminosos. Os peritos do Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB) buscam indícios que possam levar à identificação dos dois jovens que praticaram o crime.

O veículo é um Ford Fiesta branco. O dono do carro foi preso na manhã deste sábado pela Polícia Civil. A Polícia Civil de Pernambuco não repassou muitas informações, afirmando apenas que as investigações seguem. A família da vítima não quis falar com a imprensa.

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