ÓLEO DAS PRAIAS

Após retirada de seis toneladas de bolotas de óleo das praias de Pernambuco, Comissão Estadual de Prevenção vai monitorar chegada de novos materiais

O município de Tamandaré foi o mais atingido (cinco toneladas), além de São José da Coroa Grande e Barreiros que recolheram juntos uma tonelada de óleo. Outras seis cidades confirmaram a chegada de óleo em suas faixas de areia

Filipe Farias
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Filipe Farias
Publicado em 05/10/2022 às 20:26
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Mais de seis toneladas de óleo foram retiradas do litoral pernambucano, só em Tamandaré foram cinco - FOTO: Divulgação / Semas-PE
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As mais de seis toneladas de óleo retiradas do Litoral do Sul de Pernambuco do final de semana para cá, ascenderam um sinal de alerta na Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas-PE) e na Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) para a adoção de medidas rápidas para combater que tais materiais se alastrem por toda a faixa litorânea do estado. Diante do risco iminente da chegada de novos fragmentos de óleo, os dois órgãos se reuniram nesta quarta-feira (5) com mais 13 entidades para formalizar a instalação da Comissão Estadual de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a Acidentes Ambientais com Produtos Perigosos (CE-P2R2).

"Essa reunião foi acionada para colocar em prática as disposições do CE-P2R2 e buscar ações de prevenção rápida para conter os produtos químicos perigosos que por ventura voltem a atingir o Estado. Instituímos o nosso comitê, que é composto por 13 instituições e, juntos, definimos diretrizes da linha de ação de cada instituição", contou Eduardo Elvino, diretor de Licenciamento Ambiental da CPRH, que se reuniu com membros da Amupe, Ibama, Secretaria Estadual de Saúde, Capitania dos Portos, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e UFPE.

Ainda segundo o diretor da Agência Estadual de Meio Ambiente, a Capitania dos Portos fará o monitoramento do mar de toda faixa litorânea do Estado para verificar a existência de novas pelotas de óleo que estejam na superfície da água. Já o Ibama terá a responsabilidade de ver a possibilidade de contratação de um aterro sanitário industrial para o descarte de todo material retirado das praias.

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Mais de seis toneladas de óleo foram retiradas do litoral pernambucano, só em Tamandaré foram cinco - Divulgação / Semas-PE
 

Já a própria CPRH e os municípios serão responsáveis por fazer o monitoramento na faixa de areia do litoral pernambucano. Identificar o ponto da presença do óleo, fazer a limpeza urbana e levar para um local apropriado para não contaminar o solo - o comitê vai ficar no aguardo do posicionamento do Ibama quanto ao local definido.

"É muito difícil prever a chegada de novos materiais como chegou em grande quantidade em Tamandaré, Barreiros e São José da Coroa Grande. Esse óleo veio de Alagoas, por isso a concentração maior de material nesses três municípios. Mas não quer dizer que não possa chegar novas quantidades em outras praias. Por isso vamos fazer monitoramento para saber se houve uma diminuição", explicou o diretor do CPRH.

Até o momento, nove cidades confirmaram a chegada de óleo em suas faixas de areia: Paulista, Recife, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Sirinhaém, Tamandaré, Barreiros e São José da Coroa Grande. Ao todo, pouco mais de seis toneladas do material foram recolhidas das praias. O município de Tamandaré foi o mais atingido (cinco toneladas). São José da Coroa Grande e Barreiros recolheram juntos uma tonelada de óleo. Nos outros municípios litorâneos, a quantidade foi menos significativa.

"Aqui em Tamandaré temos 18 pontos de costa de praia. Mesmo assim, conseguimos retirar o material que surgiu desde sábado (1). Tiramos a maior parte no último domingo (2), mas todos os dias ainda retiramos óleo do mar. Só hoje (5) foram 100 kg de materiais que tiramos da orla. Estamos esperando o Ibama vir recolher", revelou Alberto Santos, secretário de Meio Ambiente de Tamandaré.

Segundo o secretário, os profissionais que atuam nos institutos de preservação da vida marinha e do meio ambiente do município estão ajudando bastante na operação da limpeza do mar e da orla de Tamandaré. "Eles são grandes parceiros nossos. Todo o pessoal tem colaborado. Ainda não podemos contabilizar o prejuízo para a nossa fauna e flora. Esse material, certamente, pelo que estamos vendo, vem flutuando no mar há muito tempo, pois estão com cracas que fixaram nas pelotas de óleo. Isso caracteriza que o material está há um bom tempo no mar", falou Alberto Santos.

Recomendação aos banhistas

Mesmo com a grande quantidade de material químico encontrado no litoral pernambucano, nenhuma praia está interditada para banho. "A orientação que damos para a população e banhistas é que não tenha contato com o óleo. Que não queira pegar o material com a mão, sem lula de proteção. Recomendamos que entrem em contato através do telefone da Emergência Ambiental da CPRH, que é o (81) 99488-4453, informe onde identificou o material, o município, que faremos a limpeza urbana e recolheremos o material", recomentou Eduardo Elvino, diretor do CPRH.

Um novo encontro entre a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas-PE) e aa Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) vai ocorrer nesta quinta-feira (6), desta vez, com as prefeituras dos municípios litorâneos de Pernambuco para alinhar as ações de limpeza e destinação correta dos fragmentos de óleo.

Assim como aconteceu em agosto deste ano, quando vestígios de óleo também chegaram em nossas praias, amostras dos materiais coletados serão enviadas ao Laboratório OrganoMAR, da UFPE.

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