MUSEU

Espaço Ciência reabre ao público, mas segue fechado aos finais de semana

Por enquanto, as visitas só estão liberadas de segunda a sexta-feira - ainda não há previsão para retorno nos finais de semana

Katarina Moraes
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Katarina Moraes
Publicado em 14/03/2023 às 8:09 | Atualizado em 14/03/2023 às 9:24
BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
O Espaço Ciência é um dos dois únicos museus científicos ao ar livre no mundo e recebe cerca de 100 mil visitantes ao ano - FOTO: BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

O Espaço Ciência reabre na manhã desta terça-feira (14) após cerca de um mês fechado passando por manutenção na infraestrutura. Contudo, por enquanto, as visitas só estão liberadas de segunda a sexta-feira - ainda não há previsão para retorno nos finais de semana.

O equipamento fica aberto das 8h às 12h e das 13h às 17h. Grupos de menos de 15 pessoas não precisam agendar. Já escolas ou associações devem efetuar os agendamentos pelo link: https://forms.gle/hb1VedWX1GcG69B79.

O museu que fica no Parque Memorial Arcoverde, Complexo de Salgadinho, Olinda, teve as atividades suspensas em 9 de fevereiro, com previsão de retorno para 10 de março de 2023.

A notícia surpreendeu a equipe, que, em 28 anos, nunca viu o museu fechar, "nem mesmo quando foi feita a grande reforma, concluída em outubro de 2005", segundo o fundador, Antônio Carlos Pavão, exonerado no início do governo Raquel Lyra (PSDB)

"Naquele período continuamos funcionando na Torre Malakoff. Nossa política sempre foi ‘trocar o pneu com o carro andando’ para não privar o público do atendimento oferecido pelo Museu”, disse Pavão.

À época, a reportagem do JC noticiou que dos 18 funcionários do Espaço Ciência que compunham a equipe de coordenação, sete foram demitidos.

“A desculpa era de que teria 25% de cortes na secretaria, mas foi muito mais que isso [...] Quando foram nos demitir, eles disseram que não ia ter reposição”, disse uma das fontes, que não quis se identificar.

Os desligamentos aconteceram um mês após a saída de Pavão. O doutor em Química atrelou a exoneração à batalha que travou, meses antes, com Paulo Câmara (PSB) contra a doação de 8 mil m² do equipamento para a instalação de um centro tecnológico - que foi suspensa e está em análise pelo novo governo.

BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
Ex-diretor do Espaço Ciência, Antônio Carlos Pavão - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

Em entrevista, Pavão disse, à época, que o museu poderia "sobreviver bem se toda a equipe fosse mantida" - o que não aconteceu.

Pouco antes, foram reduzidas 10 vagas para bolsistas do Espaço Ciência  - estudantes que fazem visitas guiadas no local -, passando de 75 para 65 vagas. Os recursos vêm da Fundação de Amparo a Ciência e Tecnologia (Facepe), do Estado.

As novas administradoras do espaço são as museólogas Emanuela Ribeiro, professora da UFPE, e Manoela Lima, diretora do Fórum dos Museus de Pernambuco (FMUSPE) que já trabalhou para a Oficina Cerâmica Francisco Brennand.

Ambas já têm tido reuniões com a equipe do museu, mas ainda não foram nomeadas oficialmente.

DOAÇÃO DE TERRENO SEGUE SUSPENSA

A doação do terreno para instalação de uma landing station de cabo de fibra ótica e um datacenter foi suspensa pela antiga gestão e assim segue até hoje.

Em dezembro de 2022, o Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPC-PE) pediu uma série de esclarecimentos sobre a negociação, assinados pela procuradora Germana Laureano, que alegou uma falta de transparência no processo que cedeu o espaço.

Após pressão da comunidade científica e da sociedade em geral, a gestão Paulo Câmara informou que cederia 10 mil m² do lado pertencente a Olinda do Memorial Arcoverde, onde o museu está instalado, para realocação dos equipamentos presentes na área afetada. A direção, todavia, rebateu que isso alteraria o fluxo no museu, e não aceitou a proposta.

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O Espaço Ciência é um dos dois únicos museus científicos ao ar livre no mundo e recebe cerca de 100 mil visitantes ao ano - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
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O Espaço Ciência é um dos dois únicos museus científicos ao ar livre no mundo e recebe cerca de 100 mil visitantes ao ano - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

Em 23 de janeiro, houve uma audiência pública na Câmara Municipal de Olinda para tratar o assunto - que terminou sem um posicionamento do atual governo. Os representantes do governo afirmaram que analisariam o tema para, então, tomar uma decisão.

Após pressão da comunidade científica e da sociedade em geral, a gestão Paulo Câmara informou que cederia 10 mil m² do lado pertencente a Olinda do Memorial Arcoverde, onde o museu está instalado, para realocação dos equipamentos presentes na área afetada. A direção, todavia, rebateu que isso alteraria o fluxo no museu, e não aceitou a proposta.

 

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