Pernambuco registrou, em 2022, o maior número de pessoas desabrigadas por causa de desastres da última década no estado, de acordo com o levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM). A pesquisa foi realizada durante os meses de janeiro de 2013 a fevereiro de 2023.
Neste período de dez anos, 27.710 pessoas precisaram abandonar os seus lares em Pernambuco por diferentes motivos, como secas, chuvas, doenças bacterianas, parasitárias ou virais, por exemplo. Do número total de desabrigados, 13.513 precisaram sair de suas residências no ano passado, superando o ano de 2017, quando 10.478 perderam as suas casas.
O número ainda pode ser maior, já que - de acordo com o estudo -, nem todos os municípios forneceram os dados necessários para que a CNM pudesse incluir no levantamento.
São consideradas pessoas desabrigadas ou pessoas cuja habitação foi danificada e ou destruída por desastre, aquelas que necessariamente precisam de abrigo provido pela administração pública local, estadual ou federal.
O número de desabrigados também teve um alto índice negativo no Brasil, quando desastres naturais afetaram mais de 386 milhões de pessoas em todo país entre janeiro de 2013 e fevereiro de 2023.
Contudo, diferente de Pernambuco, o levantamento apontou que o Brasil teve o seu pior momento no ano de 2020, quando apresentou o maior número de afetados, contabilizando mais de 84,8 milhões de pessoas.
O segundo pior ano foi registrado em 2017, quando mais de 58 milhões ficaram desabrigadas. O terceiro pior momento da década aconteceu em 2018, com 48,6 milhões de afetados.
Entre as causas apontadas pelo estudo para o alto índice de pessoas que perderam suas moradias estão os efeitos das mudanças climáticas, como extensão do período de seca ou de chuva, que acontecem de forma mais severa e duradoura no país em decorrência das mudanças climáticas e da intervenção humana.
O levantamento também ressalta que, dependendo do cenário estrutural, socioeconômico, ambiental e do grau de vulnerabilidade da população atingida, a ocorrência de um desastre pode causar, por exemplo, a interrupção de serviços essenciais como o abastecimento de água e energia.
Além disso, os impactos também podem provocar mortes, ferimentos, doenças e outros diversos efeitos negativos ao bem-estar da população.
Com relação às pessoas desalojadas por desastres na última década, Pernambuco também teve o seu maior impacto negativo em 2022, com 150.204 habitantes que precisaram deixar as suas casas. O número superou o índice de 2017, quando o estado contabilizou 68.351 pessoas.
As pessoas desalojadas são aquelas que foram obrigadas a abandonar temporária ou definitivamente sua habitação em função de evacuações preventivas, destruição ou avaria grave, decorrentes do desastre, e que, não necessariamente, carecem de abrigo provido pelo Sistema.
O recorte nacional, apontado pelo estudo, aponta que 3,4 milhões pessoas ficaram desalojadas por causa de calamidades entre 2013 e 2023.
Ainda de acordo com a Confederação Nacional de Municípios, o ano de 2022 foi o que apresentou o maior número, contabilizando mais de 820,4 mil pessoas desalojadas. O segundo ano onde houve maior impacto foi em 2021, quando mais de 453,3 mil brasileiros ficaram desalojados. O terceiro pior ano foi 2013, com mais de 427 mil desalojados.
No Brasil, mais de 25% das mortes por chuvas nos últimos nove anos ocorreram em 2022, de acordo com um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Antes de 2022, o ano mais letal por chuvas no país era 2019, com 297 mortes registradas, seguido por 2021, quando foram notificados 290 óbitos e 2020, com 216, de acordo com o Sistema Integrado de Informações Sobre Desastres do Ministério do Desenvolvimento Regional (S2ID/MDR).
“As prefeituras não têm capacidade técnica e financeira para atuarem sozinhas, e a Lei 12.608/2012, do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sinpdec), prevê também responsabilidades da União e dos Estados para redução dos riscos de desastres”, observa a CNM.
Em 2022, Pernambuco foi acometido pela pelas fortes chuvas que resultaram na morte de 132 pessoas e deixaram mais de 6 mil desabrigados.