A Igreja quer colaborar com o Poder Público nas soluções para reduzir as desigualdades, diz o novo arcebispo dom Paulo Jackson

A arquiocese de Olinda e Recife já teve 24 bispos e 8 arcebispos. Dom Paulo será o 9º arcebismo, com a missão de continuar a longa história da arquidiocese
Adriana Guarda
Publicado em 13/08/2023 às 18:46
Dom Paulo Jackson de Sousa tomou posse como arcebispo de Olinda e Recife, substituindo Dom Fernando Saburido Foto: Guga Matos/JC Imagem


Em cerimônia com um público estimado em 12 mil pessoas, no estádio do Geraldão, o novo arcebispo de Olinda e Recife, dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, tomou posse neste domingo (13). Ele substitui dom Fernando Saburido, que assumiu a arquidiocese em 2009 e permaneceu por 14 anos. 

A passagem de cargo aconteceu durante uma missa, com duração de cerca de três horas. Participaram da celebração, a vice-governadora de Pernambuco, Priscila Krause; o prefeito do Recife, João Campos e o presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Jaime Spengler; além de todos os 21 bispos do Regional NE2, 300 sacerdotes da arquidiocese, 70 diáconos, 100 seminaristas. 

Durante o rito de passagem dom Fernando Saburido fez um rápido discurso. "Alegrai-vos sempre no Senhor. E assim acolhemos o nosso novo pastor, dom Paulo Jackson Sousa. A arquiocese de Olinda e Recife já teve 24 bispos e 8 arcebispos. Dom Paulo será o 9º arcebismo, com a missão de continuar a longa história da arquidiocese", disse Saburido. 

O agora arcebispo emérito, Dom Fernando destacou, ainda, que dom Paulo Jackson "recebe um clero jovem e dinâmico e uma igreja viva e participativa, que devemos continuar". Durante a cerimônia, dom Paulo Jackson sentou-se na cátedra da arquidiocese e recebeu o báculo (cajado usado com o simbolismo de orientar as ovelhas. 

DESIGUALDADE

Em seu primeiro discurso como arcebispo de Olinda e Recife, dom Paulo Jackson comentou o desafio de receber uma arquidiocese que tem 20 municípios em sua área de atuação e atende a uma população de quase 4 milhões de pessoas. 

Dom Fernando marcou sua história na arquidiocese pelo trabalho de ampliação das paróquias e redução das desigualdades socias. O novo arcebispo também promete perseguir a esperança de uma sociedade menos desigual. Dom Paulo viveu três anos no Córrego do Jenipapo, a partir de 1989, e conhece as comunidades de perto. 

"Nós queremos que a igreja chegue aos córregos, aos condomínios, às palafitas, aos presídios, aos hospitais e aos ambientes da política, economia e digital. A Igreja quer colaborar com os setores públicos para encontrar as adequadas soluções", afirmou.  

EDUARDO CAMPOS

Em sua saudação ao novo arcebispo, João Campos lembrou que o mundo vive um momento de guerras, desigualde social, pobreza e miséria e destacou a importância da parceria entre a Igreja e o Poder Público. "O que está por trás de tudo isso é o ódio, a intolerância e a ignorância. Inicia-se a luta por um novo tempo, onde o amor ao próximo e a solidariedade prevaleçam.

Neste domingo em que se comemorou o Dia dos Pais, João Campos também lembrou o aniversário de morte de seu avô e de seu pai, os ex-governadores Miguel Arraes e Eduardo Campos. 

Priscila Krause também destacou a parceria do governo com a Igreja como forma de combater as desigualdades. 

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