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Grande Recife já teve quatro mortes por afogamento no mar em 2024

Casos foram registrados entre os dias 6 e 8 de janeiro. Saiba como prevenir acidentes do tipo

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Katarina Moraes

Publicado em 09/01/2024 às 16:11 | Atualizado em 09/01/2024 às 16:33
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Quatro pessoas já morreram afogadas neste ano em praias de Pernambuco até esta terça-feira (9), segundo balanço do Corpo de Bombeiros Militar do Estado (CBMPE). Ao todo, nesse período, a corporação registrou oito afogamentos, todos no Grande Recife.

No último sábado, dia 6, três jovens caíram do Pontal da Praia de Maria Farinha, no município de Paulista. Dois deles foram socorridos pelos populares — uma adolescente de 15 anos e um homem de 18 anos. A outra vítima, de também 18 anos, ficou desaparecida até o dia seguinte, quando foi encontrada morta na água.

Já na segunda-feira, 8 de janeiro, houve mais dois casos de afogamento em Maria Farinha, dos quais um acabou com a morte de uma criança de 8 anos.

No mesmo dia, um jovem de 18 anos morreu após salvar a namorada, de 16 anos, no mar de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Ele chegou a ser retirado do mar e a receber o atendimento de reanimação dos Bombeiros, mas não resistiu.

O comerciante Renato de Luna, que ajudou no socorro, denunciou que não havia salva-vidas nos postos dos Bombeiros no momento. "Na hora que avistei que estavam se afogando, fiquei em desespero para ver a melhor forma de ajudar, porque sei nadar pouco e seria só mais uma vítima. Foi quando corri para o quiosque dos Bombeiros, mas quando vi não tinha nenhum", disse.

Segundo o comandante do grupamento de Bombeiros Marítimos, Ivaldo Ramos, não havia efetivo porque é uma área pouco visitada durante os dias úteis. "O GBMar trabalha com estatísticas. Aquele local durante a semana geralmente não tem pessoas. Então, para a gente otimizar os recursos humanos e nossos militares, a gente empresa guarda-vidas onde têm maiores índices de ocorrências por afogamento", afirmou. 

Na Praia de Suape, no Cabo de Santo Agostinho, um homem de 54 anos perdeu a consciência enquanto nadava, segundo relatos das testemunhas. Ele foi conduzido até uma unidade hospitalar de Gaibu, mas não resistiu. Os Bombeiros acreditam que se trata de um “possível afogamento secundário” - ou seja, que ele se afogou em decorrência a algum problema de saúde.

PROBLEMA NACIONAL

Dados da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa) mostram que15 pessoas morrem afogadas no Brasil diariamente. Os afogamentos são a primeira causa de morte de crianças de 1 a 4 anos e a terceira na faixa etária de 5 a 9 anos.

A Sobrasa diz ainda que 55% das mortes na faixa de 1 a 9 anos ocorrem em residências. A prevenção é a principal ferramenta para evitar esse tipo de acidente, especialmente no verão, quando piscinas, praias, rios, lagos e lagoas costumam ser utilizados com mais frequência pelas famílias.

Contudo, o secretário-geral da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa) David Szpilman destacou que, ao contrário do que as pessoas pensam, a maioria dos afogamentos não ocorre em praias, mas na água doce. O motivo é que, geralmente, nesses lugares não há a presença de salva-vidas ou pessoas qualificadas para prestar socorro.

“Mais de 70% das mortes ocorrem em rios, lagos e represas. Nas praias as pessoas se afogam e, por ter guarda-vidas, acabam sendo salvas. Em água doce, como nos lagos de represas, isso não acontece porque não há guardas-vidas, não há ninguém capacitado e competente para fazer o socorro e isso provoca duas dessas 15 mortes. Mais duas ocorrem em casos de alguém tentando ajudar outra pessoa que está se afogando e que acaba morrendo junto", alertou.

COMO PREVENIR AFOGAMENTOS

O CBMPE indica que os banhistas consultem os guarda-vidas sobre as condições do mar, incluindo correntes, ondas e marés, para evitar situações perigosas. Ainda, pede para que evite entrar no mar sozinho ou aberto, onde não existem arrecifes, evitar brincadeiras perigosas dentro d'água e respeitar as Instruções dos salva-vidas.

Assim, o comandante Ivaldo indicou que o banho deve ser tomado enquanto a maré está baixa. "Se perceber água turva, chuva ou maré alta de forma que a água fique acima da cintura, é melhor evitar", afirmou.

CUIDADOS COM AS CRIANÇAS

Em relação às crianças, a ordem é que haja uma supervisão constante dos pequenos, mantendo distância de no máximo um braço da criança. A dica também é colocar pulseiras ou colares nas crianças, com nome e telefone de contato para facilitar identificação em caso de perda. Em caso de desaparecimento, a orientação é avisar ao guarda-vidas o mais rápido possível.

O QUE FAZER EM CASO DE AFOGAMENTOS

Caso um afogamento já esteja acontecendo, a indicação é que o socorro seja acionado imediatamente, ligando para o 193. Deve-se evitar entrar na água se você não for um bom nadador ou se não tiver o treinamento necessário para isso. É importante também manter a calma, flutuar e gritar por socorro até a ajuda chegar.

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