Representantes de países da América Latina visitam comunidades rurais do Nordeste brasileiro

O intercâmbio ocorrerá em Pernambuco e na Paraíba durante 12 dias, destacando soluções inovadoras de adaptação climática no semiárido

Publicado em 22/10/2024 às 21:31

Entre os dias 28 de outubro e 8 de novembro, Pernambuco e Paraíba receberão intercâmbio internacional focado em soluções climáticas no semiárido brasileiro.

O evento contará com a participação de 11 representantes de El Salvador, Guatemala e Colômbia, incluindo jovens, mulheres e agricultores envolvidos em projetos apoiados pela agência de cooperação internacional Terre des Hommes Schweiz.

O evento é organizado pelo Centro Sabiá e pela Plataforma semiáridos América Latina, com o apoio de Terre des Hommes Schweiz, em parceria com a AS-PTA e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST.

O objetivo é promover a troca de experiências sobre práticas de adaptação climática e justiça ambiental entre diferentes países latino-americanos.

Visitas e experiências no semiárido

Ana Mendes/Acervo Centro Sabiá
Ridalva Mendes Borges, agricultora, utilizando água de sua cisterna. - Ana Mendes/Acervo Centro Sabiá

Os intercambistas serão recebidos no Recife, de onde visitarão comunidades rurais no interior do estado para conhecer diversas experiências.

No Sertão do Pajeú, conhecerão sistemas de produção conectados às feiras agroecológicas.

Na região do Agreste, as tecnologias sociais de convivência com o semiárido serão conferidas de perto, como as cisternas e os sistemas de reuso de águas cinzas, entre outras.

O grupo também terá uma vivência junto ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra - MST. Em seguida, visitarão o Polo da Borborema, na Paraíba, para vivenciar outras iniciativas que promovem o empoderamento econômico de agricultores, a exemplo do Fundo Rotativo Solidário.

Justiça climática

Túlio Martins - TDH/ Acervo Centro Sabiá
Imagem: jovem alimentando galinhas. Criação de animais também é estratégia de convivência com o semiárido. - Túlio Martins - TDH/ Acervo Centro Sabiá

As experiências observadas no intercâmbio servirão de referência tanto para representantes do Brasil quanto de outros países.

 A proposta do intercâmbio é destacar o semiárido brasileiro como um exemplo global de resiliência.

“As comunidades do semiárido, que historicamente enfrentam secas extremas, acumulam um conhecimento valioso que pode ser compartilhado com outros biomas ao redor do mundo”, destaca Carlos Magno Morais, coordenador de mobilização social do Centro Sabiá e representante da Plataforma Semiáridos América Latina no Brasil.

Morais também ressalta que “a justiça climática deve ser uma prioridade”. As populações do semiárido contribuíram pouco para as emissões de carbono, mas estão entre as mais afetadas pelas mudanças climáticas.

O intercâmbio fortalece a troca de saberes e soluções que podem promover justiça e resiliência em escala global.

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