Jornal do Commercio recebe menção honrosa no 41º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo
Raphael Guerra, titular da coluna Segurança, foi premiado na categoria crônica. JC foi o único de Pernambuco na lista de trabalhos selecionados
O Jornal do Commercio foi destaque em mais uma premiação nacional. O jornalista Raphael Guerra, titular da coluna Segurança, recebeu menção honrosa no 41º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, um dos mais tradicionais do País. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira (27).
A reportagem "Voz de uma mulher ecoou internacionalmente e transformou pior presídio do Brasil", publicada em 10 de outubro deste ano, foi destaque na categoria "crônica". Ao todo, 358 trabalhos jornalísticos foram inscritos nesta edição do prêmio. O JC foi o único veículo de comunicação de Pernambuco entre os premiados.
O texto assinado por Raphael destacou os mais de dez anos de luta da assistente social e militante dos direitos humanos Wilma Melo para melhorar as condições do Complexo Prisional do Curado, localizado na Zona Oeste do Recife, que chegou a ser considerado o pior e mais superlotado do País.
Durante anos, Wilma fez cobranças ao Poder Público, mas não houve mudanças para diminuir as péssimas condições dos presídios que compõem o Complexo. Em 2011, ela decidiu denunciar o Estado brasileiro à Corte Interamericana de Direitos Humanos, da Organização dos Estados Americanos (OEA).
O Estado brasileiro acabou condenado pela Corte, mas somente a partir de 2022 as medidas começaram a ser aplicadas, com duras determinações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ao Tribunal de Justiça de Pernambuco para que reduzisse em 70% o número de presos, com mutirão para julgamento de processos, progressão de regimes e transferências.
Além disso, a Corte ordenou que o tempo de pena cumprida pelos detentos fosse contada em dobro, o que acabou resultando na soltura de muitos deles.
"Graças à perseverança de Wilma Melo, militante dos direitos humanos há mais de três décadas, as condições do Complexo Prisional do Curado melhoraram e, de fato, hoje em dia o processo de ressocialização de pessoas privadas de liberdade pode ser realizado em sua essência. É preciso que a sociedade entenda que a ressocialização dos presos é fundamental no combate à violência", afirmou Raphael Guerra.
"Esse reconhecimento, no 41º Prêmio de Direitos Humanos de Jornalismo, não é apenas à reportagem que publiquei no JC, mas também ao relevante trabalho de Wilma, que acompanho há anos e sei da importância que ela tem na denúncia de injustiças e cobrança incansável pelo respeito aos direitos de todos", completou o jornalista.
PREMIAÇÃO
O Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo é uma promoção do Movimento de Justiça e Direitos Humanos e da Ordem dos Advogados do Brasil/RS, com apoio da Regional Latino Americana da União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação (Rel UITA), a Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio Grande do Sul (ARFOC-RS) e a Caixa de Assistência dos Advogados - RS (CAARS).