Programa ‘Alepe Acolhe’ vence prêmio nacional do CNJ

Iniciativa foi reconhecida por atuar na capacitação de jovens provenientes das casas de acolhimento do Estado para estágios e inserção no mercado

Publicado em 17/12/2024 às 19:36
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Residente da instituição de acolhimento do Recife, Casa Madalena, Elane Barbosa, 17 anos, teve sua vida transformada após ser selecionada para participar do Programa ‘Alepe Acolhe’, ação desenvolvida pela Assembleia Legislativa de Pernambuco que oferece estágio remunerado a jovens em processo de adoção que vivem em abrigos do Estado. Após estágio e intermediação do Legislativo para uma vaga de emprego, Elane está trabalhando como jovem aprendiz no setor administrativo da empresa Inspetoria Salesiana, na Ilha do Leite.

A iniciativa social da Alepe, que abriu portas para jovens como Elane, foi reconhecida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e acaba de vencer o 4º Prêmio Prioridade Absoluta promovido pela entidade. A premiação é concedida a atividades voltadas à promoção, valorização e o respeito de jovens e adolescentes. A Alepe foi contemplada no eixo temático Medidas Protetivas na categoria Legislativo.

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Programa ‘Alepe Acolhe’ vence prêmio nacional do CNJ - divulgação

O ‘Alepe Acolhe’, coordenado pelo Departamento de Projetos Sociais da Assembleia, é uma parceria com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). A entrega do prêmio do CNJ acontece nesta quarta-feira (18), na sede do Conselho, em Brasília.

Nascida em Buenos Aires, interior de Pernambuco, Elane conta que passou a residir na Casa Madalena em 2020, junto com a irmã Alana, 18 anos. “Foi uma experiência ímpar e rica de oportunidades participar do projeto. Entrei na Assembleia sem saber de quase nada. Aprendi a socializar, ser gentil com as pessoas, falar em público, lidar com documentos e usar computador. Durante o estágio passamos por alguns setores da Casa e isso foi muito importante. Estou usando no meu novo emprego o que aprendi na da Alepe. Isso é transformador”, revelou.

Critérios

As turmas do ‘Alepe Acolhe’ são formados por adolescentes atendidos por entidades que abrigam jovens com histórico de abandono, orfandade ou perda do poder familiar por decisão judicial, segundo cadastro do TJPE. Para participar do programa, os jovens preenchem alguns requisitos: são indicados pela 2ª Vara da Infância e Adolescência, estão inscritos no Sistema Nacional de Adoção, matriculados em escolas e residentes de casas de acolhimento.

Criado em 2019, o ‘Alepe Acolhe’ já contemplou 39 jovens com estágios na Assembleia. A capacitação ocorre por meio de uma remuneração de R$600,00 e tem duração de seis meses, renovável pelo mesmo período. Podem participar jovens entre 16 e 17 anos e seis meses. Em fevereiro do próximo ano, o ‘Alepe Acolhe’ receberá sua 4ª turma com disponibilidade para 16 vagas.

Desde o ano passado, o ‘Alepe Acolhe’ ampliou seu leque de atendimento, oferecendo também workshop de empregabilidade e empreendedorismo para orientar jovens na elaboração de currículos, como se portar em entrevistas de emprego e encaminhá-los a postos de trabalho.

Ação transformadora

Por se tratar de um projeto pioneiro voltado para jovens em situação de vulnerabilidade, o ‘Alepe Acolhe’ recebeu o prêmio de Melhor Projeto Social, em 2019, concedido pela União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), entidade que congrega todas as Assembleias Legislativas do país.

De acordo com a gestora do programa, Cristiane Alves, a iniciativa tem levado esperança aos adolescentes que aguardam adoção em casas de acolhimento. “Essa é uma ação transformadora. Um dos objetivos do programa é auxiliar os jovens para a vida adulta, pois ao completarem 18 anos eles precisam deixar os abrigos e muitos não têm para onde ir”, informou.

Segundo Cristiane, o projeto promove a capacitação e preparação desses jovens para o mercado de trabalho, além de resgatar a cidadania e a autoestima. “Esse prêmio do CNJ demonstra que a Alepe está atenta às questões sociais, principalmente relacionadas à população jovem que precisa de apoio para construir o futuro”, enfatizou.



Para o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), apoiar causas que promovam justiça social e possibilitem a transformação de vidas deve ser papel primordial do Poder Legislativo.

“Esse prêmio do CNJ é motivo de alegria e aplauso para toda a equipe do projeto liderado pelas servidoras Cristiane Alves e Norma Sueli. O ‘Alepe Acolhe’ é uma iniciativa que conecta a Assembleia diretamente com a sociedade, proporcionando aos jovens cidadania por meio do conhecimento, orientação profissional e preparação para a vida”, finaliza Porto.

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