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Novo ministro da Saúde, Nelson Teich, vai participar de reunião com governadores do Nordeste na segunda

Governadores nordestinos querem tratar sobre cenário do novo coronavírus na região, incluindo medidas de quarentena e isolamento social

Luisa Farias
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Luisa Farias
Publicado em 17/04/2020 às 20:48 | Atualizado em 17/04/2020 às 20:56
MARCELLO CASAL JR./AGÊNCIA BRASIL
"Ter divergência não é ter conflito, por isso que a saída foi confortável', disse - FOTO: MARCELLO CASAL JR./AGÊNCIA BRASIL

O novo ministro da Saúde, Nelson Teich, que assumiu a pasta nessa quinta-feira (16) substituindo Henrique Mandetta, aceitou participar de uma videoconferência com os governadores do Nordeste na próxima segunda-feira (20) para tratar sobre o cenário do novo coronavírus (covid-19) na região. 

Os gestores estaduais haviam se reunido nesta sexta-feira (17) também por meio de videoconferência, quando acordaram sobre o envio de um ofício ao novo ministro solicitando a contratação temporária de médicos brasileiros formados no exterior. Eles também enviaram um pedido de reunião com o novo gestor. 

>> Governadores do Nordeste pedem que novo ministro contrate médicos brasileiros formados no exterior

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"Queremos tratar sobre as medidas de quarentena e isolamento social", disse a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT). 

No seu primeiro discurso como Ministro da Saúde, Nelson Teich levantou a necessidade de flexibilização do isolamento social para possibilitar a retomada da economia no País, ponderando que as medidas adotadas pelo governo vão ser baseadas em ampla pesquisa sobre a doença. 

>> O desafio de Nelson Teich é testar a população antes de pensar em flexibilizar isolamento

Enquanto os governadores defendem a manutenção do isolamento horizontal, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quer a sua flexibilização, com a volta do comércio e demais atividades e isolamento apenas de pessoas do grupo de risco. 

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quarta-feira (15), que os estados e municípios tem autonomia para tomar medidas de enfrentamento ao coronavírus, incluindo o isolamento, o fechamento de comércio e a definição de serviços essenciais que tem permissão para funcionar durante o estado de calamidade pública. 

Bolsonaro declarou, em entrevista na frente do Palácio da Alvorada nesta quinta-feira (16), que a população será a responsável por estabelecer a normalidade no País, pressionando os governadores a aliviarem as restrições nos estados através de manifestações. 

O governador Paulo Câmara (PSB) anunciou nesta sexta (17) que irá prorrogar o fechamento do comércio e de outras atividades consideradas não-essenciais no estado até o dia 30 de abril. 

Ofício

No ofício, os governadores apontam a possibilidade de se adotar um processo de validação dos diplomas dos brasileiros formados em Medicina no exterior, estimados em 15 mil, através de um "programa de complementação curricular e de avaliação na modalidade ensino-serviço", que deve ser coordenado pelas universidade públicas.

Os gestores apontam o baixo efetivo de médicos atuante no País, comparando os 15 mil médicos formados no exterior com os 16 mil que integram o Programa de Saúde das Famílias (PSF) no Nordeste.

"A instituição de tal providência tem lastro nas experiências nacionais e internacionais recomendadas pela OMS, registradas em vasta literatura científica da área que atesta os efeitos positivos na ampliação do acesso com equidade aos serviços de saúde", diz outro trecho do ofício.

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