BRASÍLIA

'É o presidente mais democrático da história do Brasil', diz Eduardo Bolsonaro sobre o pai

Alvo de fortes críticas após discursar em um ato que pedia intervenção militar no País, nesse domingo (19), o presidente foi defendido pelo filho

JC
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Publicado em 20/04/2020 às 22:02 | Atualizado em 20/04/2020 às 22:03
VINICIUS LOURES/CÂMARA DOS DEPUTADOS
Eduardo defendeu o presidente na noite desta segunda-feira (20) - FOTO: VINICIUS LOURES/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Com Estadão Conteúdo

Alvo de fortes críticas após discursar em um ato que pedia intervenção militar no País, nesse domingo (19), em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi defendido por um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), na noite desta segunda-feira (20). Na avaliação do parlamentar, o pai é o "presidente mais democrático" que o País já teve.

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"Temos o presidente mais democrático da história deste País, sem sombra de dúvidas. Pelo que a imprensa anda mentindo, pelos arroubos por vezes feitos por parte do judiciário, pela faca na garganta posta por determinados políticos, acredito que Jair Bolsonaro é, de longe, o mais democrático. Se tivéssemos qualquer outro daqueles eleito, estaríamos tento a continuidade dos diálogos cabulosos", disse Eduardo em uma live no Instagram, acompanhado da deputada federal  Caroline de Toni (PSL-SC).

Na transmissão ao vivo, o deputado voltou a criticar a imprensa, dizendo que jornalistas só "dão notícias contra o governo".

Bolsonaro discursou em ato pró-intervenção

O presidente elevou o tom do confronto com o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) e, diante do Quartel-General do Exército, neste domingo (19), em Brasília, pregou o fim da "patifaria" em uma manifestação que pedia intervenção militar no País. Com microfone em punho, Bolsonaro subiu na caçamba de uma caminhonete e fez um discurso inflamado para seguidores que exibiam faixas com inscrições favoráveis a um novo AI-5, o mais duro ato da ditadura (1964 a 1985), e gritavam palavras de ordem contra o STF e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

"Nós não queremos negociar nada. Queremos é ação pelo Brasil", disse Bolsonaro, aplaudido por centenas de manifestantes. "Chega da velha política! (...) Acabou a época da patifaria. Agora é o povo no poder."

Dezenas de cartazes sugeriam fechamento do Congresso e do Supremo, além de pedidos para que as Forças Armadas ocupassem as ruas. O grito de "Fora Maia" era um dos mais ouvidos ali. Em nenhum momento, porém, o presidente contestou os apelos pela volta da repressão.

A reportagem apurou que militares do governo não gostaram da atitude de Bolsonaro. O protesto foi visto como preocupante por governadores, prefeitos e pelas cúpulas do Legislativo e do Judiciário, que enxergaram no gesto de Bolsonaro o sintoma de uma escalada autoritária no País, justamente no momento em que ele perde apoio e a pandemia do coronavírus se agrava.

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Já nesta segunda-feira (20), o presidente procurou mudar o tom. "Peguem o meu discurso. Não falei nada contra qualquer outro Poder. Muito pelo contrário. Queremos voltar ao trabalho, o povo quer isso. Estavam lá saudando o Exército brasileiro. É isso, mais nada. Fora isso é invencionice, tentativa de incendiar a nação que ainda está dentro da normalidade", disse Bolsonaro pela manhã em "live" transmitida por suas redes sociais.

Segundo o presidente, a pauta do ato que teve sua participação era apenas "povo na rua, dia do Exército e volta ao trabalho". Confrontado com o fato de que os manifestantes também pediam a volta do AI-5, afirmou que "pedem desde 1968".

"Todo e qualquer movimento tem infiltrados, tem gente que tem a sua liberdade de expressão. Respeitem a liberdade de expressão", afirmou.

Bolsonaro disse ainda que respeita o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional e negou ter atacado os Poderes públicos ontem. "Não vou pecar por omissão. Respeito o Supremo Tribunal Federal, respeito o Congresso, mas eu tenho minha opinião. Não pode qualquer palavra minha ser interpretada por alguns aí como agressão, como ofensa", declarou.

"A mesma manchete (dos jornais) combinados. Não queremos negociar, vírgula, e depois não falou nada do que falei tentando levar a opinião pública para o lado que eu quero retrocesso. O pessoal geralmente conspira para chegar ao poder, eu já to no poder, eu já sou o presidente da República", disse nesta manhã.

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