O presidente Jair Bolsonaro comentou decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de suspender a nomeação de Alexandre Ramagem para a direção-geral da Polícia Federal, na manhã desta quinta-feira (30), na saída do Palácio da Alvorada, residência oficial, em Brasília. Bolsonaro afirmou esperar que o ministro decida se Ramagem pode continuar no comando da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), cargo que ocupava até a nomeação.
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Bolsonaro afirma que, "sem complemento", decisão parece ter sido tomada para atingir, pessoalmente, a ele. “Essa decisão do senhor Alexandre de Moraes, ontem (quarta, 29), no meu entender, faltou complemento para mostrar que não é uma coisa voltada pessoalmente para o senhor Jair Bolsonaro. Falta ele decidir se o Ramagem pode ou não continuar na Abin, é isso que eu espero dele”, disse.
O presidente sugeriu que, caso o ministro não decida sobre a permanência de Ramagem na Abin, pode passar por cima da decisão do STF, mas que deseja que haja “respeito de dupla-via entre os poderes”. “Ele tem que se posicionar no tocante a isso, se ele não se posicionar, ele tá abrindo a guarda para eu nomear o Ramagem independente da liminar dele, é isso o que não queremos. Queremos respeito dupla mão, de dupla-via, entre os poderes.”
Teste de coronavírus
O presidente também voltou a falar sobre a polêmica em relação ao teste que fez para o novo coronavírus em março, após pelo o menos 22 pessoas da comitiva presidencial aos Estados Unidos testarem positivo para a doença. Bolsonaro afirmou que o resultado do exame foi negativo para a covid-19, mas se recusou a divulgar os papéis.
Nessa segunda-feira (27), o jornal O Estado de S. Paulo garantiu, na Justiça Federal o direito de obter os testes de covid-19 feitos pelo presidente. Por decisão da juíza Ana Lúcia Petri Betto, a União teria um prazo de 48 horas para fornecer "os laudos de todos os exames" feitos pelo presidente da República. No entanto, Bolsonaro afirma que a Advogacia Geral da União (AGU) "deve ter recorrido".
Tem uma lei que garante a intimidade. Você sabe se nós dois (ele e a jornalista que o questionou) tivermos uma doença grave, nós não somos obrigados a divulgar o laudo, isso é uma lei, e a lei vale para todo mundo. A AGU deve ter recorrido, e se nós perdemos recurso, dai vai ser apresentado, e vou me sentir violentado. A lei para o mais humilde cidadão ao presidente, disse.
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