Investigações

Veja os filhos de presidentes da República envolvidos em investigações

Senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), que viu o seu ex-assessor José Queiroz ser preso nesta quinta-feira (18), não é o único filho de um presidente da República envolvido em investigações

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Publicado em 18/06/2020 às 22:13 | Atualizado em 17/07/2020 às 12:52
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Em 2004, no segundo ano do governo do pai, Lulinha recebeu R$ 5 milhões da operadora de telefonia Telemar, atual Oi, uma concessionária pública - FOTO: Foto: reprodução de internet

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), que viu o seu ex-assessor José Queiroz ser preso nesta quinta-feira (18), não é o único filho de um presidente da República envolvido em investigações, seja da Polícia, do Ministério Público ou do Supremo Tribunal Federal (STF). No histórico da democracia brasileira, outros chefes e ex-chefes do Executivo tiveram que administrar crises devido à escândalos que tinham seus filhos como acusados pela prática de algum delito.

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O filho “02” do presidente, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos) é apontado no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura esquema de fake news contra os ministro da Corte como um dos mentores da organização. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) o investiga por um esquema de “rachadinha” semelhante ao da Alerj. A investigação corre em sigilo, mas o que se sabe é que a cunhada de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher de Jair Bolsonaro, esteve lotada no gabinete de Carlos na Câmara Municipal do Rio de Janeiro durante sete anos e quatro meses mas afirmou nunca ter trabalhado efetivamente. Outros parentes de Cristina também constavam como funcionários do gabinete.

Carlos e Flávio Bolsonaro também foram citados na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News no Congresso por ex-aliados do presidente como responsáveis pelo “gabinete do ódio”, supostamente mantido com dinheiro público para disparar mensagens por aplicativos de mensagem contra adversários de Bolsonaro.

Pelo caso das “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Flavio Bolsonaro é alvo de processo no Conselho de Ética do Senado Federal. O PT, o Psol, a Rede Sustentabilidade entraram com uma representação contra o senador em 18 de maio por quebra de decoro parlamentar após o empresário Paulo Marinho ter afirmado que ele recebeu a informação prévia de um policial que Operação Furna da Onça - que investiga as “rachadinhas” - seria deflagrada.

Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro (sem partido) também enfrenta processo no Conselho de Ética na Câmara dos Deputados, devido a declarações a favor do AI-5, o ato mais duro da ditadura militar, em uma entrevista concedida à jornalista Lega Nagle em 31 de outubro de 2019.

Temer

Filhos de ex-presidentes também tiveram problemas com a polícia e com a justiça, por vezes envolvendo também os próprios pais. É o caso de Maristela Temer, filha do antecessor de Bolsonaro, Michel Temer (MDB), que assumiu o cargo em 2016 após o impeachment de Dilma Roussef. Maristela foi indicada junto com o pai em abril de 2018 pela Polícia Federal no “inquérito dos portos”, instaurado a partir da Operação Skala, que investiga suspeitas de corrupção envolvendo Temer e o setor portuário. As investigações apontaram que a reforma da casa de Maristela teria sido paga com dinheiro de propina, que chegariam a R$ 1 milhão, por intermédio do coronel da reserva da PM José Baptista Lima Filho, amigo de Temer.

Lula

Fábio Luis Lula da Silva (Lulinha), filho do ex-presidente Lula (PT), foi alvo da 69ª fase da Operação Lava Jato, denominada Mapa da Mina, deflagrada em dezembro de 2019, que investiga grupo empresarial do qual ele é sócio, o Gamecorp/Gol, por receber pagamentos suspeitos da Oi/Telemar entre os anos de 2004 e 2016 na ordem de R$ 132 milhões, segundo o Ministério Público Federal (MPF). Os repasses teriam sido feitos em troca da edição de um decreto e, 2008 por Lula que possibilitou a compra da antiga Brasil Telecom pela Oi/Telemar.

Nas investigações, é apontado inclusive que parte desses valores recebidos por Lulinha foram utilizados para a compra do sítio de Atibaia, que levou à condenação de Lula a 12 anos e 11 meses de prisão em 1ª instância em fevereiro de 2019. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) confirmou em novembro daquele ano a condenação.

Luís Cláudio, filho caçula de Lula, é dono da empresa LFT Marketing Esportivo, investigada na Operação Zelotes, deflagrada em 2015, por ter recebido a partir de 2014 R$ 2,5 milhões nas montadoras Caoa (Hyundai) e MMC Automotores (Mitsubishi), por intermédio do lobista Mauro Marcondes Machado. Em delação premiada, o ex-ministro da Fazenda e Casa Civil Antonio Palocci afirmou que Lula acordou com Machado o recebimento desse dinheiro em troca da edição da Medida Provisória 471, que prorrogou incentivos fiscais para o setor automotivo, favorecendo, portanto, as montadoras.

A Polícia Federal indiciou Lula e Luís Cláudio em março de 2019 pelos crimes de lavagem de dinheiro e tráfico de influência no inquérito que investigou pagamento de R$ 10 milhões pela Odebrecht à empresa de marketing esportivo Touchdown, cujo dono também é Luis Cláudio. Em contrapartida, Lula teria ajudado a empreiteira a se aproximar com o governo de Dilma Roussef.

FHC

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também teve o seu filho, Paulo Henrique Cardoso investigado pela Polícia Federal em inquérito que apurou suposto pagamento de propina na compra de turbinas para usinas termelétricas durante o seu governo. O inquérito foi aberto a partir de delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Ele afirmou que, entre 1999 e 2000, a estatal o orientou a fechar contrato com uma empresa ligada a Paulo Henrique. Na época, ele respondia ao ex-senador Delcídio do Amaral, na diretoria de Gás e Energia da Petrobras.

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