Eleição municipal

Com oposição em negociação, pesquisa do DEM mostra candidaturas de Mendonça Filho, Daniel Coelho e Patrícia Domingos em empate técnico no Recife

O levantamento foi realizado entre os dias 21 e 24 de agosto e mostra os opositores empatados com o candidato do governo João Campos e Marília Arraes, que faz oposição

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Publicado em 26/08/2020 às 11:40 | Atualizado em 22/09/2020 às 15:51
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Mendonça (DEM), Daniel Coelho (Cidadania) e Patrícia Domingos (Podemos) trocam farpas no guia e em suas redes sociais - FOTO: REPRODUÇÃO

No momento em que a oposição no Recife ainda tem pré-candidaturas pulverizadas e negocia composições, o Democratas encomendou uma pesquisa que mostra Mendonça Filho (DEM), Daniel Coelho (Cidadania) e Patrícia Domingos (Podemos) com candidaturas viáveis, de acordo com os números deste levantamento do partido.

A pesquisa assinalou a liderança do pré-candidato do governo João Campos (PSB) em todos os cenários estimulados — quando os nomes são sugeridos aos entrevistados. No primeiro cenário, o socialista foi o escolhido por 14% dos entrevistados. Mendonça, Daniel e Marília Arraes (PT) ficaram com 13%, seguidos de Patrícia Domingos com 11%. No entanto, como a pesquisa conta com margem de erro de 3,5% para mais ou para menos, todos estão empatados tecnicamente.

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As várias candidaturas de oposição podem enfraquecer o grupo, acredita o presidente do PSC, no Estado, André Ferreira. Em entrevista ao JC, nessa terça-feira (25) ele disse que uma oposição fragmentada só ajuda a permanência do PSB na Prefeitura do Recife. "O projeto partidário não pode ser maior que o projeto da oposição, digo isso desde o início. Temos três nomes que podem ser candidatos, Mendonça, Daniel e Feitosa. E acho que ainda podemos conversar com Patrícia. Sabemos que cada um tem suas preferências, suas pesquisas, seus sentimentos, mas trabalho por essa unidade. Cada candidato tem seus pontos fortes, então precisamos achar um critério", afirmou.

Neste primeiro cenário ainda aparecem os nomes do deputado federal Túlio Gadêlha (PDT), com 3%, e dos deputados estaduais Marco Aurélio Medeiros (PRTB) e Alberto Feitosa (PSC), ambos com 2%. O pré-candidato do Novo, Charbel Maroun, não pontuou. O percentual de branco, nulo ou nenhum, foi de 24% e não sabe ou não respondeu 5%.

A pesquisa foi realizada pela Conectar e ouviu 800 pessoas, todas acima de 16 anos, entre os dias 21 e 24 de agosto, no Recife. Os entrevistadores utilizaram questionário eletrônico, via tablet.

Cenário 2

Num segundo cenário, foram retirados nomes da oposição como Daniel Coelho, Marco Aurélio e Alberto Feitosa. Assim, João Campos pontuou 19%, seguido por Mendonça e Marília, ambos com 17% e Patrícia logo atrás com 16%.  Ainda neste cenário, Charbel pontuou 2%. O percentual de branco, nulo ou nenhum, foi para 25% e não sabe ou não respondeu caiu para 4%.

Cenário 3

No terceiro cenário, o nome de Mendonça foi substituído pelo de Daniel Coelho. Em entrevista ao JC, nessa terça-feira (25), ambos afirmaram que ainda estão discutindo se vão lançar várias candidaturas, ou chegar a um consenso e lançar um nome único para concorrer ao cargo de prefeito da capital. "A gente continua conversando. Naturalmente, houve uma decisão unilateral da Patrícia Domingos de se colocar como pré-candidata, mas eu continuo com o diálogo aberto com Daniel. Não há nenhuma decisão tomada até então", disse Mendonça.

Neste cenário sem Mendonça, João Campos chega a 20%, seguido de Marília com 18%. Patrícia e Daniel pontuaram 16%. Nesse caso, todos seguem em empate técnico devido à margem de erro. Charbel Maroun pontuou 1% nessa simulação. O percentual de branco, nulo ou nenhum, foi de 25% e não sabe ou não respondeu 4%.

Daniel comentou o resultado da avaliação e se disse feliz. "Fico feliz em aparecer sempre em posição de ir ao segundo turno, nas diferentes pesquisas publicadas. Cada instituto tem sua metodologia e a margem de erro é algo natural na estatística. De toda maneira, na média dos institutos estamos sempre em entre os primeiros", destacou. Tanto a assessoria de Marília Arraes quanto a de João Campos informaram que não iriam comentar os números do levantamento.

A pré-candidata Patrícia Domingos (Podemos) argumentou que a pesquisa demonstrou que o percentual de pessoas que afirmaram me conhecer é muito semelhante ao percentual dos que afirmaram que votariam em mim. "Ou seja, quem passa a conhecer minhas ideias para o Recife e a minha história de vida, passa a ter vontade de me dar esse voto de confiança para gerir nossa cidade", revelou. Ela argumentou também  que o percentual de intenção de votos encontrado pelas pesquisas até agora foi "surpreendentemente positivo, porque demonstra a consolidação da minha pré candidatura".

Em relação à pesquisa, o pré-candidato do Novo, Charbel Maroun disse quero parabenizar quem colocou meu nome. E resumiu: "Outro ponto é que vemos é que, apesar das dificuldades, estamos pontuando. Com a margem de erro de mais de 3% podemos estar até melhor.Também não somos tão conhecidos, então temos uma margem muito grande de crescimento e muito baixa de rejeição.Temos um caminho longo pela frente, a eleição será só no final do próximo mês", acrescentando que pretende participar de entrevistas e debates por ter "uma margem grande para crescer". 

 

O pré-candidato Alberto Feitosa (PSC) preferiu não comentar a pesquisa. A reportagem também solicitou posicionamento dos demais citados na pesquisa e aguarda um retorno.

REJEIÇÃO

A pesquisa também traz o percentual de rejeição de cada pré-candidato. Neste índice, 83% disseram não votar de "jeito nenhum" em Alberto Feitosa. A rejeição a Patrícia Domingos foi de 61%, a de Daniel 59% e a de Mendonça 58%. Marília e João apresentaram rejeição de 54%.

Bolsonaro

Outro dado levantado pelo Conectar foi a associação de cada pré-candidato ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Neste quesito, Mendonça Filho foi o mais associado a Bolsonaro, com 33%, seguido da delegada Patrícia Domingos com 18%.

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Daniel Coelho foi associado ao presidente por 16% dos entrevistados. Alberto Feitosa e Charbel Maroun ficaram com 7% e 3% respectivamente. Outros 16% afirmaram que nenhum candidato é associado a Bolsonaro e 11% não sabiam ou não responderam.

Seguindo orientações de Bolsonaro, o Comitê de criação do Aliança pelo Brasil/Pernambuco, comandado pelo presidente da Embratur Gilson Machado Neto, informou ao Blog de Jamildo que não manifestará apoio público a quaisquer candidatos no pleito municipal de 2020.

Hoje, Alberto Feitosa conta com apoio do Movimento Bolsonaro-PE, mas sabe que oficialmente o presidente não deve não declarar apoio a nenhum dos candidatos. "Vamos esperar a campanha começar. Agora, claro, existe uma identidade natural entre o presidente e eu. Nós somos militares, temos identidade de pauta, vida e carreira. Coisas que são intrínsecas", defendeu Feitosa ao JC.

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