JC
Publicado em 19/08/2020 às 12:47
O secretário de Segurança Urbana de Olinda, coronel Antônio Pereira Neto, afirmou que o vice-prefeito do município, Márcio Botelho (SD), sofreu violência física e psicológica, na noite dessa terça-feira (18), quando teve seu carro roubado em Olinda e foi levado pelos criminosos até um canavial no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. Depois de informar as senhas de seus e cartões e de seu celular, Márcio foi solto pelos homens que se evadiram do local.
"Durante todo o tempo da abordagem, até ser solto, ele (Márcio) sofreu violência psicológica. Também sofreu violência física em algum momento, principalmente, quando queriam saber a senha dos cartões de banco e do celular", disse o secretário em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (19).
Com ajuda do monitoramento por GPS, a Polícia Militar conseguiu perseguir e interceptar o carro do vice-prefeito na PE-60, em Rurópolis, Ipojuca, no Grande Recife. O carro de Márcio foi recuperado e um suspeito do crime foi preso. No entanto, outros três conseguiram fugir em um segundo carro. Segundo Pereira Neto, não houve prejuízo financeiro. "Na abordagem da polícia, foi encontrada a carteira porta-cédula com toda a documentação e com todos os cartões bancários e de crédito dele", disse.
Inicialmente a informação era de que Márcio havia sido sequestrado. No entanto, a Polícia Civil classificou como roubo. A ação ocorreu com quatro homens armados, sendo que um deles foi detido. O flagrante foi realizado por policiais militares do Grupo de Apoio Tático Itinerante (Gati) do 18º batalhão. O homem detido foi levado ao GOE e o delegado titular, Paulo Berenguer, ficou responsável pelo caso. "Pelas características, o objetivo era roubar a Fiat Toro e eles seguiram na execução do crime até o fim, então o objetivo foi configurado como roubo triplamente qualificado pelo uso da arma de fogo, restrição de liberdade da vítima e pelo concurso de duas ou mais pessoas", explicou o delegado à Rádio Jornal.
Ainda segundo Pereira Neto, o crime não parece ter cunho político. "Durante todo o tempo eles não sabiam da profissão do vice-prefeito. Indagaram se ele seria policial e ele fez questão de enfatizar que era advogado criminalista e em nenhum momento foi feita menção de ordem política ao cargo que ele ocupa. Acho que a principal motivação foi o veículo, que no mercado deve ter algum valor", disse.
Questionado sobre algum novo protocolo de segurança, o secretário disse que ainda será avaliado. "Trabalhamos com o pressuposto de que o prefeito de Olinda (Professor Lupércio) e o vice são pessoas públicas que necessitam de certa segurança orgânica, mas entendemos que precisamos avaliar até que ponto poderemos fazer alguma alteração", concluiu.
Após o roubo, o vice-prefeito de Olinda contou os momentos de terror que passou durante a ação criminosa. "Fui abordado por três indivíduos, entraram me dando um soco e me pediram para deitar no chão do carro. Outro homem estava num Gol seguindo a gente e eles diziam que iriam me matar e perguntavam se era policial. Eu disse que sou advogado criminal, mas não falei da minha condição de vice-prefeito. Eles estavam dizendo que iam me matar e num momento pensei que iram me matar no carro", afirmou Márcio em entrevista à Rádio Jornal.
Confira a nota da Polícia Civil sobre o roubo:
A Polícia Civil de Pernambuco informa que um homem de 22 anos foi autuado em flagrante delito pelos crimes de roubo qualificado e resistência.
O crime aconteceu ontem à noite, em Olinda, quando a vítima havia deixado um conhecido em casa e, na volta, foi abordado por quatro indivíduos em um veículo Gol de cor preta, que anunciaram o roubo.
Os homens entraram no veículo e seguiram em direção à cidade do Cabo de Santo Agostinho, liberando a vítima no caminho.
Policiais Militares localizaram o autuado e o veículo roubado, que foram conduzidos ao Grupo de Operações Especiais-GOE, onde foi realizado o procedimento policial, sob a presidência do delegado Paulo Berenguer.
As investigações continuam com o objetivo de identificar e prender os demais envolvidos no crime.