Eleição municipal

Ibope/JC/Rede Globo: Delegada Patrícia, Marília Arraes e Mendonça Filho têm mais votos da população de maior renda; João Campos é melhor posicionado entre os que têm menor renda

Já na faixa com mais de cinco salários, Delegada Patrícia e Marília Arraes apresentam melhor resultado; confira os números

Cássio Oliveira
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Cássio Oliveira
Publicado em 30/10/2020 às 18:49 | Atualizado em 03/11/2020 às 12:26
FOTO: RODOLFO LOEPERT/FRENTE POPULAR DO RECIFE
João Campos (PSB) durante visita à comunidade Irmã Dorothy - FOTO: FOTO: RODOLFO LOEPERT/FRENTE POPULAR DO RECIFE

A terceira rodada da pesquisa Ibope/JC/Rede Globo, divulgada nessa quinta-feira (29), mostra que a candidata do PT a prefeita do Recife, Marília Arraes, foi a que mais cresceu no eleitorado com renda familiar superior a cinco salários mínimos. A petista tinha 18% na última rodada e agora soma 24%, um aumento de seis pontos percentuais. Já João Campos (PSB) mantém a liderança entre os que possuem menor renda.

A Delegada Patrícia (Podemos) é candidata que mais pontuou no segmento com mais de cinco salários mínimos. Ela saiu de 21% para 25%. João Campos e Mendonça Filho (DEM) foram escolhidos por 18% e 15%, respectivamente. João cresceu e Mendonça caiu nessa faixa do eleitorado, pois o socialista tinha 14% e o democrata 26%.

"As pessoas tendem a acreditar que o eleitorado de esquerda é majoritariamente beneficiado de programas de governo, mas, na verdade, há um percentual com mais renda, que é esquerda ideológica, que pende, parte para João, parte para Marília. É uma esquerda identitária, ligada aqui em Pernambuco ao PSOL que está na chapa da petista, e isso pode ter contribuído para que essa pessoas com mais renda tenham se decidido por Marília e não por João", comentou o cientista político e professor da Faculdade Damas Elton Gomes.

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Na medida em que a renda vai diminuindo, o percentual do candidato João Campos cresce. Na faixa do eleitorado com renda familiar de até um salário mínimo, o socialista alcança 37% das intenções de voto. Nesse segmento, Marília tem 15%, Delegada Patrícia 12% e Mendonça Filho 11%.

"João nada de braçada nesses segmentos com menor renda e isso não tem muito a ver com guias eleitorais ou discursos. Essa faixa não consome informação política, em geral, não assiste o guia, não tem informação política estruturada. Esse voto é de base, do porta a porta. Talvez, alguns não saibam quem é João, mas sabem que é o neto de Arraes, o filho de Eduardo e essa diferença de João nos dois menores grupos de renda pode estar impactando na liderança dele na pesquisa. Nesse segmento, pesa muito a máquina, pesa ter vereadores no bairros, ter uma chapa competitiva. Esse eleitorado não orienta o voto por temas mais técnicos, como combate a corrupção, bandeira de Patrícia", explica a cientista política Priscila Lapa, da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (Facho).

Dois a cinco salários mínimos

Há, ainda, uma faixa do eleitorado na qual João teve queda significativa. Entre os eleitores recifenses que possuem renda de dois a cinco salários, o socialista caiu sete pontos percentuais e saiu de 32% para 25%. Agora, ele está empatado tecnicamente com Marília Arraes que subiu de 17% para 22% nesse público. Delegada Patrícia também cresceu nesse grupo, mas dentro da margem de erro, - foi de 15% para 18% - e Mendonça fez o movimento inverso, saiu de 18% para 15%.

A terceira rodada da pesquisa Ibope/JC/Rede Globo foi realizada entre os dias 27 e 29 de outubro de 2020. Foram entrevistados presencialmente 1001 votantes do Recife. A margem de erro máxima estimada é de três pontos percentuais, e o nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral com o número PE00353/2020. O levantamento foi encomendado pelo Jornal do Commercio e Rede Globo.

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Os resultados oficiais ainda não foram divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), portanto, a pesquisa aponta apenas uma probabilidade - FOTO:Reprodução

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