Eleições 2020

"Vamos para o segundo turno e vamos ganhar a eleição", diz Mendonça Filho

Caso vença a eleição em 2020, o candidato colocará fim a um jejum de quase 20 anos sem vitórias majoritárias no seu currículo

JC
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Publicado em 14/11/2020 às 13:00
GUGA MATOS/DIVULGAÇÃO
Mendonça Filho e Priscila Krause - FOTO: GUGA MATOS/DIVULGAÇÃO

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Eleições 2020 - .

Desde o início da campanha eleitoral deste ano, o candidato a prefeito do Recife Mendonça Filho (DEM) tem se apresentado como o mais preparado para chefiar o Executivo municipal. De fato, o democrata é o único postulante da cidade que acumula experiências como secretário de governo, vice-governador, governador e ministro da Educação, isso para citar apenas a sua vivência no Poder Executivo. O problema, no entanto, é que por ter uma carreira política de mais de 30 anos, ele também amargou muitas derrotas, como quando o ex-governador Eduardo Campos - falecido em 2014 - o venceu em 2006, para o governo estadual; quando perdeu duas disputas para a Prefeitura do Recife, em 2008 e 2012; ou quando não conquistou uma vaga para o Senado em 2018. Por conta disso, caso vença a eleição em 2020, o resultado deve ter um sabor diferente para Mendonça, pois colocará fim a um jejum de quase 20 anos sem vitórias majoritárias no seu currículo.

A candidatura do democrata começou a tomar forma no início de 2020, dentro do grande grupo de partidos que deu sustentação ao ex-senador Armando Monteiro (PTB) quando ele concorreu ao governo do Estado, nas últimas eleições. Dentro do coletivo, no entanto, havia outros nomes com a pretensão de se lançar na disputa, como a Delegada Patrícia (Pode), o Coronel Feitosa (PSC), Marco Aurélio Meu Amigo (PRTB) e o deputado federal Daniel Coelho (CID).

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Apesar da ideia inicial de construção de unidade em torno de um único nome, cinco candidaturas saíram do grupo de oposição do Recife, sendo a de Mendonça a que reuniu o maior número de partidos em sua coligação, com PSDB, PTB e PL, além do próprio DEM. “Eu sempre identifiquei que ele (Mendonça) tinha um perfil à altura do Recife. Pela tradição, pela experiência, pela bagagem, pela história”, declarou Armando. Em entrevista ao JC no mês de agosto, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, afirmou que Mendonça teria “as características e a experiência pública mais preparadas” para governar a capital pernambucana neste momento.

Com a própria candidatura confirmada, restava ao ex-governador escolher quem ocuparia o cargo de vice na sua chapa. Depois de muita discussão interna, no dia 16 de setembro, poucas horas antes da convenção do Democratas, o nome da deputada estadual Priscila Krause (DEM) foi confirmado no posto.

Chapa homologada na rua, Mendonça aliou uma estratégia que já vinha usando desde a pré-campanha, de ataque ao PSB e aproximação com o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), com algumas ideias novas, como a construção da imagem de Priscila não apenas como uma candidata a vice convencional, mas como uma potencial “co-prefeita”. Sua campanha também foi marcada pela apresentação de muitas propostas de governo, todas mostradas como um meio de, segundo ele, retirar o Recife do “atraso” causado pelas gestões do PT e do PSB na cidade.

“A nossa campanha apresentou as melhores propostas, nós atacamos os pontos mais importantes do interesse da população e vamos revolucionar a educação do Recife, que anda em péssima situação, uma das piores do Brasil. Também temos o compromisso forte de investir na saúde, dedicando atenção específica e especial à atenção básica, que foi desprezada nas gestões do PT e do PSB, aumentando a cobertura de programas como o Saúde da Família. O Saúde 24h, que é um dos nossos carros-chefe, é um programa para agilizar consultas e exames com médicos especialistas e cirurgias eletivas. Na área do empreendedorismo, prezamos pelo incentivo à geração de empregos e abertura de empresas. Sobre a redução da carga tributária do Recife, que é a mais alta do Norte/Nordeste, assumimos o compromisso de congelar por dois anos o IPTU e a taxa de lixo. Estamos muito otimistas que vamos para o segundo turno e que vamos ganhar a eleição”, declarou Mendonça Filho.

PONTOS FORTES E FRACOS

Na visão do cientista político Elton Gomes, da Faculdade Damas, por ter disputado tantas eleições ao longo da sua carreira política, o democrata tem a seu favor a experiência de quem conhece em detalhes seus pontos fortes e fracos e tem os mecanismos necessários para ressaltar o que for bom e ocultar o que for ruim para a disputa. Por outro lado, é justamente por estar há tanto tempo sob os olhares da opinião pública que, para vencer o pleito, Mendonça tem que transpor uma grande dificuldade: uma das maiores taxas de rejeição entre os candidatos a prefeito da cidade.

“Por ser alguém identificado com a direita brasileira, com as forças liberais, do ponto de vista econômico, por ter integrado o governo do Michel Temer (MDB), ele sofre rejeições. Eu destacaria duas rejeições, primeiro, do eleitorado mais jovem, pois as pesquisas já mostraram que ele é mais forte entre os eleitores mais velhos. E segundo, a rejeição grande que ele tem entre os eleitores que têm uma orientação política mais ao centro da esquerda, porque quem tem esse perfil se atrai por políticas sociais, por intervenção do Estado na economia, por assistencialismo, por populismo de esquerda e hoje essas pessoas têm duas opções no Recife, João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT)”, explicou o docente.

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Eleições 2020 - FOTO:.

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