Um dia após o segundo turno das eleições para a Prefeitura do Recife, o deputado federal Daniel Coelho (Cidadania) apontou, nesta segunda-feira (30), o ex-presidente Lula (PT) e o Partido dos Trabalhadores como os responsáveis pela derrota da também deputada Marília Arraes (PT) na disputa contra João Campos (PSB). Na avaliação do parlamentar, apesar de a petista ter demonstrado um bom desempenho durante a campanha, a rejeição ao seu partido e ao principal cabo eleitoral de sua candidatura, Lula, foram cruciais para impedir que a deputada terminasse a corrida eleitoral como campeã.
» Vitória de João Campos no Recife é capítulo importante da derrota da esquerda no Brasil
"Lula e o PT derrotaram Marília Arraes. Ela não é a responsável por ter perdido a eleição. Ao longo da campanha Marília mostrou conteúdo, foi bem nos debates, mas a rejeição a Lula é muito consolidada e foi o que pesou no segundo turno", afirmou Daniel, explicando que o ex-presidente foi essencial para colocar Marília na segunda etapa da disputa, mas não para levá-la à prefeitura.
Aliança com PT descartada
Daniel comentou ainda a fala de Marília, que depois que os resultados foram oficializados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou que o oposição ao PSB em Pernambuco começará uma "nova articulação". Para o parlamentar, ainda é cedo para apontar como estará o bloco oposicionista na disputa pelo Palácio do Campo das Princesas em 2022, mas garantiu que não subirá no mesmo palanque que Marília, se ela permanecer no PT. Segundo Coelho, se o PT se unir ao grupo de oposição, será preciso que mais de uma candidaturas antagonista aos socialistas, que governam o Estado desde 2007.
» Sobre PT, governador Paulo Câmara diz que vai "continuar a conversar com quem queira"
"Eu não vou estar em um palanque com o PT, mas a gente sequer sabe se Marília vai estar no PT. Tem muita coisa para acontecer ainda. Se ela continuar lá, estaremos separados. No entanto, não deixarei de estar na oposição ao PSB em Pernambuco", disse o deputado. "Marília, certamente, terá um papel relevante em 2022, mas se houver um palanque do PT, sem dúvidas, haverá outro palanque, o que não é problema nenhum. Mas se ela estiver em outro partido, teremos uma relação diferente", completa.
Múltiplas candidaturas
Presidente estadual do Cidadania, Daniel defendeu a apresentação de, pelo menos, duas candidaturas de oposição ao governo de Pernambuco. Na avaliação do parlamentar, se houver duas chapas robustas de oposição, é possível que em 2022, o grupo force um segundo turno, diferente da última disputa. "Em 2018, o palanque único da oposição dificultou nossa vida. Por isso acredito que, talvez, seja mais que necessário, pelo menos, dois palanques na oposição", argumentou.
» Com vitória de João Campos no Recife, PSB ganha fôlego na busca pela manutenção da hegemonia em 2022
» PSB vê seu tamanho diminuir em Pernambuco e acende alerta para 2022
Essa estratégia, segundo ele, é ideal no atual cenário político de Pernambuco, no qual o PSB perdeu espaço no interior e a oposição saiu fortalecida. "O mapa do Estado agora conta com mais oposicionistas e independentes. O PSB perdeu em cidades-chave do interior e da Região Metropolitana do Recife, apenas a capital foi o ponto fora da curva", pontuou.
Comentários