Vice-prefeita

Isabella de Roldão volta a defender que não terá papel figurativo na gestão de João Campos

Ela reforçou a proposta do prefeito eleito de ter 50% dos cargos de lideranças da Prefeitura do Recife ocupado por mulheres. Sobre o PDT, ela defende a reestrutura do partido que não elegeu nenhum representante na Câmara dos Vereadores.

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Publicado em 30/11/2020 às 21:08 | Atualizado em 30/11/2020 às 21:08
WELINGTON LIMA/JC IMAGEM
João Campos chegando no local de votação acompanhado da vice Isabella de Roldão.. - FOTO: WELINGTON LIMA/JC IMAGEM

Primeira vice-prefeita eleita na cidade do Recife, a ex-secretária de Habitação Isabella de Roldão (PDT) reforçou o compromisso assumido por ela e o prefeito eleito João Campos (PSB) de ocuparem 50% dos cargos de lideranças da Executivo municipal por mulheres. Indicada pelo PDT para compor a vice, desde a confirmação do seu nome Isabella afirma que seu papel não será "figurativo", imagem comumente atrelada a ocupação dos vices sejam prefeitos, governadores ou presidente. 

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"Não há figuração. Acho que especialmente nessa gestão junto de João, que é um homem extremamente humanista, é um homem que defende os direitos, a igualdade, o respeito, é uma gestão que vai ser construída a muitas mãos e a minha participação nesse processo acontecerá.", declarou. 

Isabella deixa claro que não caberá apenas a atuação de assumir interinamente quando o prefeito precisar se ausentar. "A gente fez uma campanha muito junto, integrada, onde a gente podia fazer agenda junto, outras fazia em outros momentos agendas separadas, mas a gente estava em contato permanente. Não houve figuração hora nenhuma e é nesse caminho que a gente iniciou desde a confirmação do meu nome que a gente vai seguir a frente da prefeitura, agora entendendo é claro que o prefeito é João", completou, em entrevista à Rádio CBN Recife, nesta segunda-feira (30).

Ao avaliar o que significa a vitória deste segundo turno, Isabella de Roldão esclareceu que não guarda mágoas dos processos internos do seu partido até que seu nome pudesse ser referendado, e nem dos ataques por parte das campanhas adversárias durante a campanha. "Acho que a campanha se encarregou de dar os encaminhamentos necessários. Eu não guardo mágoa não. Acho que a gente tem que fazer escolhas na vida, não dá para ter tanto sentimento no peito não. Eu prefiro guardar o bom sentimento para estar gerindo a minha vida", afirmou.

Ainda sobre o racha do PDT, Isabella relembra que a pré-campanha foi um período muito duro para o partido. O deputado federal Túlio Gadêlha, havia lançado seu nome como pré-candidato a prefeito, contrariando a executiva estadual, comandada pelo também deputado federal Wolney Queiroz. O pedetista havia afirmado que seu projeto foi construído junto ao presidenciável Ciro Gomes e o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.

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Entretanto, o que foi visto, foi o início de um desgaste interno que pareceria ter acabado quando Túlio Gadêlha retirou sua candidatura, indicando o correligionário Rodrigo Patriota para compor a vice com João Campos, sendo invalidada pela direção nacional, ocasionando na sua destituição da comando municipal da legenda um dia antes da convenção partidária, no dia 16 de setembro. 

"A gente não pode aqui dizer que foi uma questão vivida de forma rápida e fácil, não foi. Mas eu acho que houve uma consagração da política feita com seriedade, com propósito. Eu digo sempre que o propósito, ele tem que ser superior as questões individuais, porque eu acho que infelizmente as pessoas têm confundido a relação da política com as vaidades pessoais, com os sonhos pessoais", afirmou. 

"A gente tem que estar sempre olhando e focando no coletivo, porque senão a gente se perde na caminhada. E na política isso é muito forte, porque a nossa luta não é individual, é no coletivo, é olhando para essa população, para essa cidade complexa que precisa do nosso esforço e da nossa energia e não das questões pessoais", pontuou a vice-prefeita. 

SURPREENDIDA

Após Ciro Gomes vir ao Recife, uma semana antes das eleições,  apoiar a candidatura de João Campos e de Isabella de Roldão, mais um capítulo envolvendo o deputado federal endossou seu posicionamento contra este projeto: Túlio Gadêlha declarou apoio a deputada federal Marília Arraes (PT). Ele chegou a acusar o PSB de tentar "negociar seu silêncio", o que foi negado pelo seu agora ex-chefe de gabinete Rafael Bezerra. 

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Sobre esse apoio, a ex-secretária de Habitação relembrou que ficou surpresa com a notícia. "Fiquei surpresa, admito que fiquei triste, porque nós que somos pedetistas, eu digo que sou pedetista desde que eu nasci, porque meu pai foi um dos fundadores do partido no estado, e eu estou filiada ao partido há 10 anos, então eu vivo essa vida partidária, eu acredito nas bandeiras do partido", declarou. 

"Ciro é um nome forte, um nome que nos ajuda a seguir esse caminho do bem, da igualdade, é nosso grande líder que se Deus quiser será o nosso futuro presidente, então assim, eu não entendo, ainda hoje eu tento compreender quais foram os fatos que levaram a determinadas decisões e decisões isoladas. Não foram decisões conversadas com o coletivo, com o grupo, não houve, houve simplesmente um silêncio e houve uma decisão", comentou a pedetista, afirmando ainda que as questões partidárias devem ser resolvida entre os dirigentes. 

"Agora a gente precisa reestruturar o partido. Acho que o PDT a partir desses últimos acontecimentos precisa de uma arrumação mesmo, de juntar esse grupo e dizer "Minha gente, não é bem isso". Mas vamos caminhar e ver como essas coisas vão se apresentar", declarou. Nestas eleições, o PDT não conseguiu eleger nenhum representante na Câmara dos Vereadores. 

 

BRENDA ALCÂNTARA/JC IMAGEM
Sentimento hoje é de gratidão pela confiança. A gente vai, sim, fazer uma grande gestão, revolucionária, do bem, do amor e do respeito", disse a vice-prefeita eleita, Isabella de Roldão (PDT) - FOTO:BRENDA ALCÂNTARA/JC IMAGEM

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